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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Brasil tem seu Super-homem ? Olha que tem !


Enviado por Elton Simões - 
17.12.2012
 | 16h09m
GERAL

Mundo Bizarro, por Elton Simões

Distância tem suas vantagens. Permite observar com mais frieza e (talvez) mais objetividade. Formar um ponto de vista sem ser diária e constantemente impactado pelos fatos. Traz (ou pode trazer) objetividade.
Apesar de suas vantagens, a distância, às vezes, faz com que se tenha a impressão de que as coisas se dispensaram de fazer sentido. Nestas situações, não dá para deixar de sentir certa perplexidade. Inevitável ficar confuso. Parece que o Mundo Bizarro se materializou no planeta Terra.
Mundo Bizarro (Bizarro World) é um planeta fictício das histórias em quadrinhos do Super-Homem. É um planeta simetricamente oposto ao planeta Terra, desde seu formato até o comportamento de seus habitantes. No Mundo Bizarro, segue-se o Código Bizarro, que afirma ser crime fazer qualquer coisa do jeito certo, ou criar qualquer coisa perfeita ou bela.
O fato é que algumas discussões parecem fora de lugar ou de tempo. Sem lógica ou sentido. Como no Mundo Bizarro. Nele, provavelmente, a biografia, os eventos não relacionados e o status social servem para isentar cidadãos de responsabilidade por seus atos. Certamente, o conceito de igualdade perante a lei no Mundo Bizarro é considerado subversão.
Os quadrinhos não são específicos quanto a isto, mas acredito que no Mundo Bizarro, a biografia torna cidadãos inimputáveis. Deve ser parte da cultura do Mundo Bizarro imaginar que dados biográficos servem para isentar alguém do peso dos próprios atos.


Felizmente, nos lugares e nas épocas em que fazer sentido é importante, discutem-se fatos; os impactos e significados destes fatos; e as responsabilidades sobre eles. Estas são as bases para determinar recompensas e punições, de acordo com o caso.
A biografia, os eventos não relacionados, o status, a posição social e as características pessoais são externos à discussão. Não servem para determinar os fatos e muito menos ajudam a apontar responsáveis e responsabilidades. Em princípio, todos devem ser tratados igualmente, independentemente do que são, sabem ou têm. É o estado de direito.
Felizmente, isentar cidadãos de responsabilidade pelos próprios atos pertence ao mesmo universo da ficção. E, mesmo assim, só no Mundo Bizarro.

Elton Simões mora no Canadá. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). E-mail: esimoes@uvic.ca . Escreve aqui às segundas-feiras.

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