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sexta-feira, 14 de julho de 2017
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
O retrato da situação financeira de 605 empresas brasileiras no período de 2015/2016 / Valor Econômico
Grandes empresas superendividadas –
CLAUDIA SAFATLE
Valor Econômico - 09/09
Geração de caixa não dá para pagar as despesas financeiras
O processo de endividamento crescente a partir de 2010 levou um conjunto relevante de grandes empresas a uma situação dramática: a geração de caixa dessas companhias não está cobrindo sequer as despesas financeiras. Esse é o resultado de uma combinação perversa da recessão com a desvalorização da taxa de câmbio, juros elevados e queda das vendas.
A constatação é de um minucioso trabalho feito pelo Cemec (Centro de Estudos do Instituto Ibmec), cujo título - "Endividamento das Empresas Brasileiras: Metade das Empresas não Gera Caixa para Cobrir Despesas Financeiras em 2015/2016"- já mostra o retrato da situação.
O universo pesquisado envolve 605 empresas não financeiras, sendo 256 de capital aberto e 349 fechadas. A grande maioria teve receita operacional líquida superior a R$ 400 milhões em 2015. As empresas são responsáveis por uma dívida bruta de R$ 1,91 trilhão, ou seja, por 56,2% do total da dívida de todas as empresas não financeiras do país que, em 2015, era de R$ 3,4 trilhões. Do grupo analisado, R$ 1,44 trilhão corresponde a dívida das empresas abertas e R$ 470,00 bilhões das fechadas.
Os números mostram grande concentração do endividamento em um pequeno número de empresas da amostra: 77 companhias respondem por 80% da dívida bruta, tanto em crédito bancário, quanto em dívidas corporativas do mercado de capitais e externa.
Dos vários indicadores construídos no trabalho, o mais utilizado foi feito com base em dados de balanço e estabelece relação entre um indicador contábil de geração de caixa (dado pelo Ebtida) e as despesas financeiras, ambos apurados pelo critério de competência. A Petrobras, por seu tamanho e elevado nível de endividamento, foi isolada para não afetar a realidade das contas das demais companhias, explicou o economista Carlos Antônio Rocca, diretor do Cemec.
Em 2010, 22,6% das empresas avaliadas estavam com fluxo de caixa menor do que as despesas financeiras. Em 2015 esse número mais do que dobrou e praticamente metade (49%) das companhias da amostragem chegou a essa situação, sendo que no dado agregado, a geração de caixa era suficiente para cobrir apenas 58% dos gastos com o endividamento.
O fluxo de caixa das 605 empresas abertas e fechadas correspondia, em 2010, a 20% da receita operacional líquida e, em 2015, caiu para apenas 10%. Ao mesmo tempo, a dívida financeira que em 2010 era de 30% da receita operacional líquida, em 2015 subiu para 44%, abrindo uma "boca de jacaré".
Para as empresas de capital aberto, o quadro no primeiro semestre de 2016 piorou. A proporção de empresas em que a geração de caixa era insuficiente para pagar dívidas aumentou de 50,2% em 2015 para 54,9% nos doze meses encerrados em junho deste ano. Rocca acredita que, no caso das companhias fechadas, que não divulgam balanços trimestrais. As condições também não se reverteram.
A dívida das empresas em que a geração de caixa é inferior aos encargos financeiros representa 54,4% da dívida total da amostra. Nas companhias de capital aberto a porcentagem aumentou de 59,7% em 2015 para 67,7% nos doze meses encerrados em junho de 2016.
O cruzamento de dados dos balanços com informações do Banco Central revelam um acentuando aumento do volume de créditos renegociados por prazos mais longos e carência, na expectativa de que a economia se recupere.
Como salienta Rocca, não é possível vislumbrar a superação desses problemas sem a retomada do crescimento das vendas e redução da taxa de juros, com a consequente recuperação de margens de geração de caixa. Do lado da taxa de câmbio, houve um certo alívio com a cotação do dólar frente ao real que caiu de R$ 3,90 em 2015 para R$ 3,21 no fim do primeiro semestre de 2016.
Diante desses dados, uma coisa é certa: não virá desse universo de grandes empresas privadas o primeiro impulso para a tão necessária expansão dos investimentos. Ao contrário, com baixo retorno, elevado nível de endividamento e ampla capacidade ociosa, não se pode esperar nem novos investimentos nem geração de empregos por esse conjunto de companhias no curto prazo.
Ao contrário, o que fica evidente é a dependência, para a recuperação dessas empresas, do sucesso da política econômica, em particular da política fiscal, para que se crie um ambiente em que a taxa de juros possa cair e a retomada do crescimento econômico seja sustentável.
A situação coloca em realce, também, a extraordinária importância do programa de concessões de obras de infraestrutura, que o governo prepara para divulgar no próximo dia 13, para retirar a atividade econômica da anemia em que se encontra, abrindo um leque de possibilidades de novos investimentos na expansão da oferta.
Geração de caixa não dá para pagar as despesas financeiras
O processo de endividamento crescente a partir de 2010 levou um conjunto relevante de grandes empresas a uma situação dramática: a geração de caixa dessas companhias não está cobrindo sequer as despesas financeiras. Esse é o resultado de uma combinação perversa da recessão com a desvalorização da taxa de câmbio, juros elevados e queda das vendas.
A constatação é de um minucioso trabalho feito pelo Cemec (Centro de Estudos do Instituto Ibmec), cujo título - "Endividamento das Empresas Brasileiras: Metade das Empresas não Gera Caixa para Cobrir Despesas Financeiras em 2015/2016"- já mostra o retrato da situação.
O universo pesquisado envolve 605 empresas não financeiras, sendo 256 de capital aberto e 349 fechadas. A grande maioria teve receita operacional líquida superior a R$ 400 milhões em 2015. As empresas são responsáveis por uma dívida bruta de R$ 1,91 trilhão, ou seja, por 56,2% do total da dívida de todas as empresas não financeiras do país que, em 2015, era de R$ 3,4 trilhões. Do grupo analisado, R$ 1,44 trilhão corresponde a dívida das empresas abertas e R$ 470,00 bilhões das fechadas.
Os números mostram grande concentração do endividamento em um pequeno número de empresas da amostra: 77 companhias respondem por 80% da dívida bruta, tanto em crédito bancário, quanto em dívidas corporativas do mercado de capitais e externa.
Dos vários indicadores construídos no trabalho, o mais utilizado foi feito com base em dados de balanço e estabelece relação entre um indicador contábil de geração de caixa (dado pelo Ebtida) e as despesas financeiras, ambos apurados pelo critério de competência. A Petrobras, por seu tamanho e elevado nível de endividamento, foi isolada para não afetar a realidade das contas das demais companhias, explicou o economista Carlos Antônio Rocca, diretor do Cemec.
Em 2010, 22,6% das empresas avaliadas estavam com fluxo de caixa menor do que as despesas financeiras. Em 2015 esse número mais do que dobrou e praticamente metade (49%) das companhias da amostragem chegou a essa situação, sendo que no dado agregado, a geração de caixa era suficiente para cobrir apenas 58% dos gastos com o endividamento.
O fluxo de caixa das 605 empresas abertas e fechadas correspondia, em 2010, a 20% da receita operacional líquida e, em 2015, caiu para apenas 10%. Ao mesmo tempo, a dívida financeira que em 2010 era de 30% da receita operacional líquida, em 2015 subiu para 44%, abrindo uma "boca de jacaré".
Para as empresas de capital aberto, o quadro no primeiro semestre de 2016 piorou. A proporção de empresas em que a geração de caixa era insuficiente para pagar dívidas aumentou de 50,2% em 2015 para 54,9% nos doze meses encerrados em junho deste ano. Rocca acredita que, no caso das companhias fechadas, que não divulgam balanços trimestrais. As condições também não se reverteram.
A dívida das empresas em que a geração de caixa é inferior aos encargos financeiros representa 54,4% da dívida total da amostra. Nas companhias de capital aberto a porcentagem aumentou de 59,7% em 2015 para 67,7% nos doze meses encerrados em junho de 2016.
O cruzamento de dados dos balanços com informações do Banco Central revelam um acentuando aumento do volume de créditos renegociados por prazos mais longos e carência, na expectativa de que a economia se recupere.
Como salienta Rocca, não é possível vislumbrar a superação desses problemas sem a retomada do crescimento das vendas e redução da taxa de juros, com a consequente recuperação de margens de geração de caixa. Do lado da taxa de câmbio, houve um certo alívio com a cotação do dólar frente ao real que caiu de R$ 3,90 em 2015 para R$ 3,21 no fim do primeiro semestre de 2016.
Diante desses dados, uma coisa é certa: não virá desse universo de grandes empresas privadas o primeiro impulso para a tão necessária expansão dos investimentos. Ao contrário, com baixo retorno, elevado nível de endividamento e ampla capacidade ociosa, não se pode esperar nem novos investimentos nem geração de empregos por esse conjunto de companhias no curto prazo.
Ao contrário, o que fica evidente é a dependência, para a recuperação dessas empresas, do sucesso da política econômica, em particular da política fiscal, para que se crie um ambiente em que a taxa de juros possa cair e a retomada do crescimento econômico seja sustentável.
A situação coloca em realce, também, a extraordinária importância do programa de concessões de obras de infraestrutura, que o governo prepara para divulgar no próximo dia 13, para retirar a atividade econômica da anemia em que se encontra, abrindo um leque de possibilidades de novos investimentos na expansão da oferta.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
"GOVERNOS DO PT DEIXAM A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL À BEIRA DA FALÊNCIA." Blog de Aluízio Amorim
O governo Michel Temer encontrou o caixa da Caixa dramaticamente afetado pelo aparelhamento do PT. Agora, só uma injeção de R$ 25 bilhões, no prazo de 12 a 18 meses, salvará a Caixa da falência, dizem especialistas. Além de negócios suspeitos, corrupção e uso das suas reservas nas criminosas pedaladas, a Caixa padece de inchaço, com dirigentes dos quais se exigia, no “currículo”, ser petista de carteirinha. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A Caixa tem presidente, 12 vices e 19 diretores e boquinhas mil: antes era um superintendente para cada Estado, hoje são 70 em todo o País.
Mais R$ 29,8 milhões sumiram dos cofres da Caixa, nos primeiros três meses de 2016. A explicação oficial: “saques fraudulentos”. Ah, bom.
Por ordem de Lula, a Caixa bancou o estádio e deu patrocínio de R$40 milhões ao Corinthians para repatriar Pato, jogador que virou um mico. Do site Diário do Poder
APOSENTADOS ESTÃO FERRADOS
A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, começou a cobrar dos seus participantes uma taxa adicional para cobrir o déficit de 2,3 bilhões de reais registrado em 2014. Em maio, 57 mil participantes do fundo começaram a pagar uma tarifa adicional de 2,73% sobre suas contribuições - para os já aposentados, isso significa receber 2,73% a menos nos benefícios. Essa cobrança adicional deve durar 17 anos, e o temor dos participantes é que novas tarifas extras cheguem, já que as previsões são de que a Funcef tenha registrado um novo déficit de 5 bilhões de reais em 2015.
A cobrança está sendo feita, por enquanto, apenas dos participantes do plano batizado de REG/Replan Saldado, o maior e mais antigo da Funcef. Além dele, o fundo de pensão tem outros dois planos previdenciários. Em nota, a Funcef já indicou que "outros planos poderão ser submetidos a equacionamento no exercício de 2017".
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
O Futuro perdeu a nota de commoditie no Brasil... / No blog do Murilo / Márcio Garcia
sexta-feira, setembro 11, 2015
"Brasilien Land der Zukunft"
De volta ao eterno país do futuro -
MÁRCIO GARCIA
VALOR ECONÔMICO - 11/09
Não foi surpresa, ainda que tenha vindo antes do que se esperava. Aqueles que vinham alertando para os crescentes erros de política econômica dos governos do PT, desde a substituição de Palocci por Mantega, em 2006, podem experimentar o consolo de ter alertado para o desastre iminente. Mas isso, é claro, é o regozijo do desesperado passageiro que tivesse avisado que o Titanic estava em rota de colisão com o iceberg.
O importante, agora, é o que fazer para que o país supere a crise e volte a crescer. Infelizmente, as perspectivas continuam muito sombrias. As entrevistas das principais autoridades após o rebaixamento pela S&P mostram uma cacofonia preocupante.
O ministro da Fazenda, no Jornal da Globo, enfatizou reiteradamente a necessidade imperiosa de fazer escolhas que forcem os gastos públicos a caberem no PIB. Referiu-se, especificamente, à necessidade de passar da discussão infindável à ação imediata, com o Executivo apontando exatamente onde cortar os gastos públicos. Soou como um apelo de um médico que não consegue implementar o tratamento que julga fundamental para salvar o paciente.
O ministro do Planejamento, um dos mentores da malfadada Nova Matriz Econômica foi, por ironia do destino, porta-voz da reação oficial ao rebaixamento pela S&P. Tentou, naturalmente, minimizar o estrago. Recentemente, vem afirmando que o ajuste fiscal só pode ser feito com o país crescendo. Tal afirmativa é, na melhor das hipóteses, uma tautologia. A estagflação que ora vivemos é, em grande medida, fruto da enorme incerteza gerada pela política econômica equivocada e errática. Sem a percepção de que há um norte e que o governo vai persistir em obter o equilíbrio fiscal a despeito das conhecidas dificuldades, o investimento não vai se recuperar, o país não voltará a crescer, e a situação fiscal se agravará. O ministro do Planejamento prestaria grande serviço ao país se trocasse seu discurso dúbio por ações claras em prol do ajuste fiscal, sua responsabilidade primeira.
Já a presidente, em extensa entrevista ao Valor, perdeu mais uma grande oportunidade de mostrar que seu governo já não está sem rumo. Continua sem reconhecer minimamente os erros de seus governos. Elogia as políticas de desonerações casuísticas, sem redução correspondente dos gastos. Exalta o despejo de centenas de bilhões do Tesouro no BNDES, sem que a taxa de investimento tenha subido. Rotula tais medidas de contracíclicas, sem mencionar que tiveram seu auge justamente em 2010, quando a economia estava no vermelho, crescendo a 7,6%. Atribui o desastre atual à crise externa, cuja extensão e profundidade teria sido mal avaliada pelo governo, e à consequente queda nos preços de commodities. Afirma ter feito corte de gastos e reclama da rigidez orçamentária, como se fosse novidade. Evita os temas espinhosos, como o efeito do aumento real do salário mínimo sobre a previdência, como se fosse possível empurrá-los mais um pouco com a barriga. Definitivamente, não parece ter se dado conta da gravidade da crise econômica atual.
Sem descer aos detalhes que seu ministro da Fazenda diz serem fundamentais para amarrar o compromisso do governo com o ajuste fiscal, afirma genericamente que obterá um superávit primário de 0,7% do PIB em 2016. Espero estar errado, e que, de fato, os projetos com os cortes de despesas obrigatórias sejam enviados ao Congresso Nacional e que o governo invista seu depauperado capital político em aprová-los. Seria uma excelente surpresa.
Infelizmente, contudo, o cenário mais provável é mais do mesmo, com o governo titubeando entre opções mutuamente exclusivas, aumentando a incerteza e prolongando a recessão. Neste cenário, um dos riscos relevantes, a médio prazo, é a ameaça de acabarmos por voltar a recorrer ao financiamento inflacionário do déficit público, a terrível dominância fiscal que nos levou à hiperinflação.
Stefan Zweig ficaria certamente decepcionado em ver o Brasil, novamente, queimando mais uma possibilidade de deixar de ser um eterno país do futuro.
*Márcio Garcia, Ph.D. por Stanford, professor do Departamento de Economia da PUC-Rio
Pela reação do governo após o rebaixamento do Brasil para grau especulativo, a crise deve se aprofundar
Não foi surpresa, ainda que tenha vindo antes do que se esperava. Aqueles que vinham alertando para os crescentes erros de política econômica dos governos do PT, desde a substituição de Palocci por Mantega, em 2006, podem experimentar o consolo de ter alertado para o desastre iminente. Mas isso, é claro, é o regozijo do desesperado passageiro que tivesse avisado que o Titanic estava em rota de colisão com o iceberg.
O importante, agora, é o que fazer para que o país supere a crise e volte a crescer. Infelizmente, as perspectivas continuam muito sombrias. As entrevistas das principais autoridades após o rebaixamento pela S&P mostram uma cacofonia preocupante.
O ministro da Fazenda, no Jornal da Globo, enfatizou reiteradamente a necessidade imperiosa de fazer escolhas que forcem os gastos públicos a caberem no PIB. Referiu-se, especificamente, à necessidade de passar da discussão infindável à ação imediata, com o Executivo apontando exatamente onde cortar os gastos públicos. Soou como um apelo de um médico que não consegue implementar o tratamento que julga fundamental para salvar o paciente.
O ministro do Planejamento, um dos mentores da malfadada Nova Matriz Econômica foi, por ironia do destino, porta-voz da reação oficial ao rebaixamento pela S&P. Tentou, naturalmente, minimizar o estrago. Recentemente, vem afirmando que o ajuste fiscal só pode ser feito com o país crescendo. Tal afirmativa é, na melhor das hipóteses, uma tautologia. A estagflação que ora vivemos é, em grande medida, fruto da enorme incerteza gerada pela política econômica equivocada e errática. Sem a percepção de que há um norte e que o governo vai persistir em obter o equilíbrio fiscal a despeito das conhecidas dificuldades, o investimento não vai se recuperar, o país não voltará a crescer, e a situação fiscal se agravará. O ministro do Planejamento prestaria grande serviço ao país se trocasse seu discurso dúbio por ações claras em prol do ajuste fiscal, sua responsabilidade primeira.
Já a presidente, em extensa entrevista ao Valor, perdeu mais uma grande oportunidade de mostrar que seu governo já não está sem rumo. Continua sem reconhecer minimamente os erros de seus governos. Elogia as políticas de desonerações casuísticas, sem redução correspondente dos gastos. Exalta o despejo de centenas de bilhões do Tesouro no BNDES, sem que a taxa de investimento tenha subido. Rotula tais medidas de contracíclicas, sem mencionar que tiveram seu auge justamente em 2010, quando a economia estava no vermelho, crescendo a 7,6%. Atribui o desastre atual à crise externa, cuja extensão e profundidade teria sido mal avaliada pelo governo, e à consequente queda nos preços de commodities. Afirma ter feito corte de gastos e reclama da rigidez orçamentária, como se fosse novidade. Evita os temas espinhosos, como o efeito do aumento real do salário mínimo sobre a previdência, como se fosse possível empurrá-los mais um pouco com a barriga. Definitivamente, não parece ter se dado conta da gravidade da crise econômica atual.
Sem descer aos detalhes que seu ministro da Fazenda diz serem fundamentais para amarrar o compromisso do governo com o ajuste fiscal, afirma genericamente que obterá um superávit primário de 0,7% do PIB em 2016. Espero estar errado, e que, de fato, os projetos com os cortes de despesas obrigatórias sejam enviados ao Congresso Nacional e que o governo invista seu depauperado capital político em aprová-los. Seria uma excelente surpresa.
Infelizmente, contudo, o cenário mais provável é mais do mesmo, com o governo titubeando entre opções mutuamente exclusivas, aumentando a incerteza e prolongando a recessão. Neste cenário, um dos riscos relevantes, a médio prazo, é a ameaça de acabarmos por voltar a recorrer ao financiamento inflacionário do déficit público, a terrível dominância fiscal que nos levou à hiperinflação.
Stefan Zweig ficaria certamente decepcionado em ver o Brasil, novamente, queimando mais uma possibilidade de deixar de ser um eterno país do futuro.
*Márcio Garcia, Ph.D. por Stanford, professor do Departamento de Economia da PUC-Rio
domingo, 1 de dezembro de 2013
UMA das inimigas do PIB do Brasil ...
Helicoverpa chega ao MS; Estado pede declaração de emergência | Valor Econômico
http://www.valor.com.br/agro/3357782/helicoverpa-chega-ao-ms-estado-pede-declaracao-de-emergencia
SÃO PAULO - O governo de Mato Grosso do Sul recebeu hoje os testes laboratoriais que comprovaram a presença da temida lagarta Helicoverpa armigera no Estado. Até então, a praga não havia sido identificada nas lavouras locais.
Tereza Cristina Corrêa da Costa, secretária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), disse ainda não ter detalhes sobre a região onde a lagarta foi encontrada. “Mas acredito que tenha sido no nordeste do Estado, para os lados de Chapadão do Sul”, afirmou.
O governo sul-mato-grossense enviou hoje para o Ministério da Agricultura documento solicitando que seja decretada situação de emergência fitossanitária no Estado, tal como já foi feito na Bahia, em Mato Grosso, em Goiás e parte de Minas Gerais. A expectativa da secretária é que a publicação do decreto saia já na semana que vem.
A helicoverpa afeta plantios de soja, milho, algodão, entre outros. Estima-se que a praga tenha causado no país prejuízos de R$ 2 bilhões somente na safra passada, a 2012/13.
O reconhecimento da situação de emergência permite aos produtores das áreas atingidas, entre outras coisas, implementar o plano de supressão da helicoverpa estabelecido pelo ministério, que inclui a importação e o uso de defensivos que contenham benzoato de emamectina, substância tida como uma das mais eficazes no combate à lagarta. “Mas o mais importante continua sendo o nosso plano de ação, que envolve universidades, fundações e a Embrapa num grupo de trabalho contra a praga no Estado”, concluiu Tereza.
(Mariana Caetano | Valor)
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quarta-feira, 21 de março de 2012
Encyclopaedia Britannica abandona o papel - Reproduzido do Valor Econômico, 14/3/2012; intertítulo do OI | Observatório da Imprensa | Observatório da Imprensa - Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito
Por David Gelles em 20/03/2012 na edição 686
Encyclopaedia Britannica abandona o papel - Reproduzido do Valor Econômico, 14/3/2012; intertítulo do OI | Observatório da Imprensa | Observatório da Imprensa - Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito
TEMPOS MODERNOS
Encyclopaedia Britannica abandona o papel
Reproduzido do Valor Econômico, 14/3/2012; intertítulo do OI
Depois de 244 anos, a Encyclopaedia Britannica vai parar de publicar sua versão impressa, de 32 volumes. Em vez disso, vai concentrar-se em seus esforços digitais, em um marco que ressalta a mudança de rumo dos produtores de conteúdo na era da internet. Publicada pela primeira vez em Edimburgo, na Escócia, em 1786, a Encyclopaedia Britannica imprimiu mais de 7 milhões de coleções, tornando-se pedra de toque cultural à medida que o conhecimento era democratizado nos séculos 19 e 20.
“Estou de coração partido”, disse A.J. Jacobs, que leu toda a Encyclopaedia Britannica para seu primeiro livro, The Know-It-All (O Sabe-Tudo, em tradução livre). “Havia algo tão maravilhosamente concreto na versão impressa, e eu amava a ideia de que todo conhecimento do mundo podia estar contido naquelas páginas.” O explorador Ernest Shackleton levou alguns volumes da enciclopédia em sua malsucedida expedição para a Antártica, e os teria queimado, página por página, para manter-se aquecido. “Você não pode fazer isso com a internet”, disse Jacobs.
Jorge Cauz, presidente da companhia Encyclopaedia Britannica, disse que abandonar a publicação dos volumes impressos era um passo necessário para a evolução da companhia. “Nós vimos há algum tempo que isso aconteceria”, afirmou. “Não se trata de nos defendermos da Wikipedia, mas precisamos diversificar e digitalizar.” O crescimento da web reduziu drasticamente as vendas da Britannica. De um pico de 120 mil coleções em 1990, o movimento caiu para apenas 8,5 mil coleções da edição vendida em 2010.
“Substituímos dinheiro impresso por trocados digitais”
Ao apostar na web, Cauz vai entrar em uma disputa direta com a Wikipedia, a enciclopédia online gratuita e cujo conteúdo é feito pelos próprios usuários. A Wikipedia tem largamente substituído a Britannica como principal fonte de informação. A Wikipedia tem mais de 3,7 milhões de verbetes, frente aos 100 mil da Britannica. Cauz disse que os verbetes da Britannica são checados por editores profissionais, o que os torna mais confiáveis que os da Wikipedia. Mesmo isso, no entanto, não a torna à prova de falhas, ele reconheceu. “Não vamos ser 100% precisos durante o tempo todo”, afirmou.
A Britannica também vai enfrentar uma tarefa difícil para fazer seu conteúdo fácil de achar no meio online. Cauz disse que tem boas relações com o Google e o Bing, o serviço de busca da Microsoft, mas que melhorar sua posição no ranking de busca permanecia um desafio. “Os algoritmos deles não diferenciam fato de ficção e conteúdo de boa qualidade do que não é de boa qualidade”, disse Cauz. “Nós poderíamos estar ganhando rios de dinheiro se fôssemos como a Wikipedia.”
O acesso online à Britannica estará disponível pelo preço de US$ 70 por ano – a cobrança será por número de usuários para empresas e organizações – e parte do conteúdo estará, em breve, disponível de maneira gratuita a todos os usuários. A companhia Encyclopaedia Britannica tem se afastado da enciclopédia. Os softwares educacionais agora representam 85% das receitas, enquanto 15% do faturamento vem das vendas das versões impressa e online do conteúdo da enciclopédia. Cauz disse que a companhia – uma empresa de capital fechado – tem sido lucrativa há oito anos, embora seja menor do que costumava ser. “Substituímos dinheiro impresso por trocados digitais”, disse Cauz.
[David Gelles, do Financial Times, de Nova York]
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