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segunda-feira, janeiro 15, 2018

Proibir carne em certos dias da semana só pode ser ideia de fascista

LUIZ FELIPE PONDÉ


FOLHA DE SP - 15/01



Muitas vezes você deve ter se perguntado para que serve um deputado estadual no Brasil. Uma resposta que deve vir à sua mente é: para nada. Mas, você pode, infelizmente, estar errado.

Para além da inutilidade estrutural de grande parte dos políticos no Brasil, a organização política do Brasil determina a quase inutilidade dos deputados estaduais porque tudo é decidido em Brasília.

Como disse um amigo meu, se você cometer um crime no Brasil e se esconder na Assembleia Legislativa estadual, provavelmente, o crime prescreverá, porque quase ninguém vai lá.

As coisas sempre podem piorar: alguns entre os muitos inúteis podem resolver "legislar" e aí, a emenda sai pior do que o soneto. Inúteis são menos perigosos quando ficam quietos.

Por incrível que pareça, alguém parece estar tentando proibir restaurantes e bares de vender produtos de carne às segundas-feiras no Estado de São Paulo, em nome da defesa animal.

Temos em Brasília as bancadas da bala, da Bíblia, do boi, e agora, em São Paulo, temos a bancada da rúcula. Para essa bancada, a humanidade de sete bilhões de Sapiens pode sim se alimentar de rúcula com alface, apesar de toda a história da seleção natural dizer o contrário.

Tudo bem, modas são modas, e vivemos uma era de modas ridículas, principalmente entre jovens riquinhos. Veganos de todos os tipos, seguindo o guru Peter Singer e seu "Animal Liberation" de 1975, afirmam que comer animais é "especismo". O termo é cunhado como analogia a "racismo". Bicho também é gente.

Partilho da sensibilidade de cuidado com os animais e desconfio de quem maltrata animais. Mas, como seres naturais que somos, precisamos nos alimentar.

Não existe a natureza que os veganos imaginam em suas vidinhas protegidas e cheias de pequenos luxos alimentares presentes em restaurantes descoladinhos. A natureza é uma besta fera que devora tudo.

Câncer é tão natural quanto uma praia maravilhosa e deserta. Entrega um vegano desses pra besta fera que é a natureza e você verá o que acontece: os vermes carnívoros comerão os veganos, assim como comerão os frequentadores de churrascarias. A riqueza material corre o risco de deixar todo mundo abestalhado.

Afora o fato evidente de que as pessoas podem gostar ou não de carne, sentir-se bem comendo carne ou não, ter nojo ou não (e ninguém deve se meter nessa questão de gosto pessoal), a ideia de transformar em lei algo assim (proibir as pessoas de comer carne em locais públicos num dia da semana) só pode passar pela cabeça de algum fascista verde radical. Ou de alguém financiado por algum grupo de interesse em "dinheiro verde". Ou de um neoidiota contra a carne.

Se leis assim passarem um dia, teremos chegado ao fundo do poço de uma tendência contemporânea que é o fascismo de butique.

O que é fascismo de butique? É gente que transforma suas pequenas manias em pautas universais, do tipo: "A humanidade tem que viver como eu acho que ela deve viver".

Jovens que vêm de boas famílias, normalmente, compõem o grosso desse fenômeno. Na Europa, como bem dizia o sociólogo Zygmunt Bauman (1925-2017), esse tipo de jovem é produto do Estado de bem-estar social, mas no Brasil e nos EUA são frutos de pais com razoável grana que pagam escolas caras que abraçam árvores.

Eduque seu filho para ser uma "pessoa com outra qualidade de consciência" e terá um idiota pra sempre a ser sustentado em suas manias narcísicas de comportamento "puro". Nunca se prepararam tão mal os jovens para a vida real como nos últimos anos. Jovens assim não enfrentariam desafios, dos Neandertais a Hitler.

Faça um teste consigo mesmo: se você achar que sabe como as pessoas deviam viver para serem melhores, a chance de você ser um fascista de butique é enorme.

Enfim: alguém quer proibir você de comer um churrasquinho na segunda-feira. Quer ir jantar à noite? Estaria a fim de comer um steak com molho poivre e fritas? A Assembleia Legislativa de São Paulo, do alto da sua infinita utilidade, quer proibir.

A bancada da rúcula vai obrigar a você a comer o que ela quer que você coma

"Socializar prejuízos " / Editorial do. Globo

segunda-feira, janeiro 15, 2018

Socializar prejuízos 

EDITORIAL O GLOBO

O Globo - 15/01

Faz todo sentido que funcionários contribuam para cobrir déficits de seus fundos de pensão


O debate que transcorre em torno da reforma da Previdência, em que emerge o tratamento privilegiado de que usufruem o funcionalismo público como um todo e certas castas de servidores em especial, tem servido para destacar o fato de como grupos organizados conseguiram capturar áreas do Estado em benefício próprio. Um dos motivos de ser a brasileira uma sociedade muito desigual.

Há vários casos do mesmo tipo. Além deste, sobre benesses de aposentados da Justiça, do Ministério Público, do Legislativo, entre outros setores do serviço público, há os segurados de fundos de pensão de empresas estatais.

Hoje, enfrentam dificuldades. Mas não se pode esquecer a trajetória destes fundos, entre os quais se destacam os de funcionários da Petrobras (Petros), do Banco do Brasil (Previ) e da Caixa Econômica (Funcex). Segmento também bastante privilegiado durante muito tempo, esses fundos, chamados no passado de “caixas de seguridade”, garantiram altas aposentadorias vitalícias. Uma impropriedade do ponto de vista técnico, atuarial, mas que ainda é garantido a funcionários públicos que recebem benefícios iguais ao último salário obtido na ativa, também beneficiando-se dos reajustes concedidos à categoria. A norma vigorou até dezembro de 2003, garantindo-se o direito do funcionário que estava no serviço público até então.

Até as crises econômicas pós-ditadura militar, o regime destes fundos de pensão de estatais era basicamente de “beneficio definido” — a aposentadoria era pré-estabelecida. E se desequilíbrios houvesse, e passaram a ser frequentes à medida que a inflação subia, a empresa mantenedora cobria o rombo, e posteriormente o repassava ao Tesouro. Em artigos no GLOBO, Roberto Campos chamava a atenção que algumas estatais transferiam mais dinheiro para o fundo de seus funcionários do que pagavam dividendos ao seu acionista controlador, o Tesouro, em nome da União. Um caso evidente de captura de estatais por corporações de servidores. A instabilidade econômica levou a que esses fundos estimulassem a adesão a planos de “contribuição definida”. Quer dizer, sabe-se quanto se recolhe ao plano de aposentadoria, mas seu valor só será conhecido quando o benefício for requerido. Portanto, hoje, parte dos empregados de estatais já corre um risco, como os assalariados do setor privado, que os funcionários mais antigos nunca correram.

Nesta evolução, há desencontro de contas, desavenças e disputas judiciais. A questão é que empregados mais jovens têm sido convocados a também contribuir para o reequilíbrio do fundo de sua estatal. Sensato. Reclama-se que rombos foram causados por corrupção. Principalmente nos governos lulopetistas (vide petrolão). Neste caso, houve problemas sérios de governança, com falta de fiscalização dos próprios empregados. Além do mais, se representantes dos empregados não denunciaram equívocos na gestão do fundo devido a simpatias ideológicas com governantes, os contribuintes como um todo não podem ser forçados, por meio do Tesouro, a cobrir esses déficits.

A permanência da inutilidade como conceito. ..

segunda-feira, janeiro 15, 2018


A insustentável leveza de ser do PT 

 GAUDÊNCIO TORQUATO

FOLHA DE SP - 15/01

O ano eleitoral que se inicia coloca em xeque o dilema que tem afligido o PT ao longo dos últimos anos: arrefecer o peso do discurso, produzindo nova "carta aos brasileiros", à semelhança da que Luiz Inácio Lula da Silva apresentou em 2002, ou continuar a massificar o bordão da luta de classes ("nós e eles"), sob a crença do eterno retorno, conhecido conceito de Nietzsche (1844-1900), ancorado no princípio de que as situações existenciais se repetem indefinidamente no tempo.

A dúvida que paira sobre o PT e seu chefe maior parece levar em conta, de um lado, a perspectiva de melhoria da economia —nesse caso, o discurso radical seria mal recebido por parcela da população— e, de outro, o resgate do legado que a administração lulista se gaba de ter proporcionado ao país: a maior distribuição de renda da história. E que hoje virou fumaça.

A isca com que Lula pretende fisgar o eleitorado, em outubro, seria um elenco de compromissos com o povo, não apenas uma expressão moderada para cooptar o mercado, como se fez em 2002.

O fato é que o petismo está ajustando o discurso de forma a driblar os índices positivos alcançados pelo atual governo, rebater o tiroteio sobre a era petista, com foco no envolvimento de seus protagonistas no mensalão e na operação Lava Jato, e se apresentar como a melhor alternativa para enfrentar a crise (por ele perpetrada).

A identidade do petismo, plasmada ao longo do percurso iniciado em 1980, sempre se pautou pelo viés socializante. Recuperar o eixo histórico ante um Estado que avança na direção de reformas liberais e diminui seu porte não será fácil.

Lula abriu o discurso de posse na Presidência, em 1º de janeiro de 2003, com o verbo mudar. Era o conceito que unia sindicalistas, intelectuais e membros da Igreja Católica, fundadores do PT. Mas o país não mudou sob o mando petista. A leitura atual não perdoa os desvios do ciclo Lula/ Dilma, mesmo sob as glórias do programa distributivista de renda, assentado no Bolsa Família.

O ex-metalúrgico chegou a se autodesignar "metamorfose ambulante", em peroração humorística para explicar o vaivém do PT, ora trafegando na extrema esquerda do arco ideológico —quando grita jargões e ecoa o apartheid social—, ora aliado a siglas que o petismo condena, como o próprio MDB.

Imerso no arquipélago partidário, o PT perdeu o discurso original, sujou-se no lamaçal da corrupção e, incrível, adentrará o campo eleitoral com alianças à direita e à esquerda, maneira de garantir a eleição do maior número de governadores, senadores e deputados.

Lula deu o tom: o PT tem de ser pragmático. Precisa ganhar musculatura e garantir boa posição no ranking. A dúvida persiste: um discurso mais leve, menos radical, fará o gosto da militância? A resposta é não. O petismo tem a militância mais engajada e conta com a CUT e o MST, seus exércitos de retaguarda. Os militantes defendem um discurso virulento para compor a feição oposicionista.

Para voltar a ser competitivo, ao PT sobra a alternativa de voltar a esgrimir a espada com que ataca o statu quo. Ocorre que o resgate da velha identidade só terá êxito caso as reformas do governo Temer derem com os burros n'água.

Só assim o petismo assumirá a condição de maior força oposicionista. Em suma, não se sustenta a leveza de ser do PT. É mais provável que Lula assuma a cara zangada de João Ferrador, dos tempos de metalúrgico, para mostrar raiva e indignação como perseguido do juiz Sergio Moro. Pretende ir às urnas como vítima.

Condenado pelo TRF-4 e impedido de disputar o pleito, teria como modelo a figura do Nazareno carregando a cruz até o calvário. Sob o manto de mártir, há quem veja Lula puxando o substituto na direção do segundo turno da eleição.

GAUDÊNCIO TORQUATO, jornalista, é professor titular da USP (aposentado) e consultor político e de comunicação

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Coluna de Cláudio Humberto com notícias nada boas para o paciente Brasil


 
A Odebrecht colocou à disposição do ex-presidente Lula um jato executivo capaz de levá-lo a qualquer lugar do mundo, ora a serviço da empreiteira, ora para uso pessoal. Ele agia como se o jato fosse de sua propriedade. Integrantes da força-tarefa da Lava Jato suspeitam que o luxuoso Gulfstream G200 pode ter sido adquirido para o petista tão logo ele deixou a presidência da República, no final de 2010.
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Uma das linhas de investigação é sobre a suposta compra do jatinho no âmbito da “conta-corrente” de Lula delatada pela própria Odebrecht.
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A suspeita de “uso exclusivo” decorre da informação de que Lula teria escolhido pessoalmente a tripulação do Gulfstream.
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Lula usou esse jato a serviço da Odebrecht ou cumprindo agenda pessoal, segundo revelou o ex-diretor Alexandrino Alencar.
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TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
Alexandrino Alentar, que foi preso na Lava Jato, fez acordo de delação premiada e reforçando acusações de tráfico de influência contra Lula.
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O comando do Judiciário mudará de mãos em setembro, com a posse do paulista Dias Toffoli na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). E um grande amigo dele, ministro João Otavio de Noronha, assumirá a presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ). E, este ano, passará a chefiar a corregedoria nacional de justiça do Conselho Nacional de Justiça o alagoano Humberto Martins, ministro do STJ.
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Toffoli foi recebido com certa reserva, ao ser nomeado em 2009, mas conquistou o respeito do STF e aos 50 anos chegará à sua presidência.
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Além de ser um dos ministros mais admirados, João Otavio de Noronha também construiu sólida liderança no STJ, que finalmente vai presidir.
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O ministro Humberto Martins, próximo corregedor nacional de Justiça, é um mestre do relacionamento, mas também é austero nas decisões.
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O PT promete começar no dia 13 seus “atos por todo o país” contra o julgamento do recurso no TRF-4, dia 24, de Lula, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 9,5 anos de cadeia.
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Em contrapartida, o vigilante movimento “Vem Pra Rua” fará atos em defesa da Justiça e contra a corrupção em pelo menos dez cidades, como Belo Horizonte, Fortaleza, Maceió, Rio de Janeiro e São Paulo.
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O deputado Otávio Leite (RJ) já havia prometido que seu partido, o PSDB, “tomaria a frente” de negociações para derrubar o veto ao Refis para pequenas e microempresas. Ainda continua em cima do muro.
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O PT diz, em seu site oficial, que são 1.809.280 filiados ao partido. Mas em suas manifestações contra o “golpe”, contra o impeachment ou em defesa de Lula, jamais conseguiu reunir nem dez por cento desse total.
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O governo Temer comemorou esta semana o anúncio de que a inflação no Brasil em 2017 é a mais baixa desde 1998 (2,95%), mas celebrou também o índice para famílias mais pobres: 2,07%, o menor da história.
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A nota sobre o rebaixamento da economia pela Standard & Poor’s (BB para BB-) deixa claro que o governo vai lavar as mãos se o Congresso não aprovar medidas fiscais, especialmente a reforma da Previdência.
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O PT prometeu esta semana que a Comissão Executiva Nacional fará “reunião ampliada para reafirmar a candidatura de Lula à presidência da República” no dia 25. Mas só se ele ainda estiver solto.
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O abaixo-assinado contra a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no ministério do Trabalho é, de longe, o menos relevante dos últimos anos: apenas 343 assinaram a petição no Change.org.
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...neste Dia do Adulto, era de se esperar que muitos políticos agissem como tal. Mas eles ainda estão de férias.
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