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sábado, 7 de outubro de 2017

Charge de Miguel /

A charge de Miguel

Charge (Foto: Miguel)

"As prisões estão lotadas e os homicidas em liberdade matam 60 mil brasileiros ..." Percival Puggina

sábado, outubro 07, 2017

INIMIGOS PÚBLICOS Nº 1, 2, 3, 4, ... - 

PERCIVAL PUGGINA

Percival.org - 07/10

Todos os 210 milhões de brasileiros têm consciência de que sua vida pende do fio da casualidade. Basta estar no lugar errado na hora errada. Esta independe do que diga o relógio, aquele pode ser qualquer um. No entanto, parece passar despercebido o fato de que a totalidade dos quase 60 mil homicídios nacionais foram praticados por criminosos fora das grades, soltos nas nossas ruas. As prisões estão lotadas e os homicidas em liberdade matam nessa proporção!

Aliás, se somarmos os homicídios cometidos por ano em toda a Europa, mais Rússia, China, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e acrescentarmos ainda alguns países do Oriente Médio, não se chega aos 59.080 homicídios intencionais ocorridos no Brasil em 2015, último ano com resultados consolidados pelo IPEA no Atlas da Violência 2017. É o maior número entre os países do globo! O terrorismo mata muito menos que a criminalidade nacional, a mais homicida do planeta.

Por outro lado, relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em 2016 informou que 7,9% das pessoas entrevistadas no Brasil pela pesquisa Better Life Initiative reportaram terem sido vítimas de assalto nos 12 meses anteriores. Essa taxa é o dobro da média dos países pesquisados e sugere um número de ocorrências contra o patrimônio da ordem de vários milhões anuais. E ainda aparece gente para sustentar que temos presos em excesso! O que há no Brasil é um número inacreditável e intolerável de bandidos de todas as "especialidades" que precisam ser capturados, julgados, encarcerados e permanecerem presos até o cumprimento total de suas penas, para o bem da sociedade.

Estou falando dos inimigos públicos que atuam diretamente contra a vida e o patrimônio alheios. Mas a lista dos adversários da nossa segurança precisa acrescentar:
• os desencarceramentistas, para os quais, se a cadeia não reeduca, então deve abrir as portas;

• os bandidólatras (no dizer do excelente livro Bandidolatria e Democídio), para os quais os bandidos são agentes de transformação social e vítimas da sociedade, indivíduos dos quais não se poderia exigir outra conduta;

• os garantistas instalados no Poder Judiciário e em outras instituições e órgãos do Estado, que não se sentem comprometidos com a segurança da população, dado não ser sua função evitar que crimes ocorram, o que os faz moralmente responsáveis por muitos que poderiam ser cautelarmente evitados;

• os inimigos da redução da maioridade penal, que lacrimejam ante a simples possibilidade de que um brutamontes de 17 anos, estuprador e assassino, não seja tratado com as benevolências devidas a um reeducando em instituição socioeducativa;

• os defensores do desarmamento, manipuladores de estatísticas, maus leitores dos bons exemplos internacionais, acocorados no mundo da lua, exclamando que a terra é azul;

• os políticos alinhados ou influenciados por uma ou por todas essas correntes, que para nosso azar abandonaram o sistema penitenciário e a lei penal à própria sorte, criando o caos que serve esplendidamente aos criminosos;

• os defensores dos direitos humanos dos bandidos, sempre alertas para protegê-los ou a pranteá-los com enlevos e aconchegos maternais, jamais interessados nas inocentes vítimas de sua cupidez, violência e perversões;

• os inimigos ideológicos da atividade policial e da necessária repressão ao crime, corregedores avulsos de cada operação policial, responsáveis por muitas mortes de agentes da lei cujo gatilho tardou em ser acionado com receio da repercussão.

Todos, a seu modo, desservem à sociedade e ampliam, direta ou indiretamente, a insegurança de nosso cotidiano.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

Você não precisa saber o que é distopia... Você convive com ela ! /

El País

A nova era dourada das distopias

Séries de televisão, romances e filmes parecem ratificar que estamos em uma era de ouro das distopias

Continuação de ‘Blade Runner’, ambientada em 2049
Continuação de ‘Blade Runner’, ambientada em 2049 ALCON ENTERTAINMENT
A primeira utopia da literatura é a de Thomas Morus: uma ficção em que um dos marinheiros de Américo Vespúcio conta que encontrou a república perfeita na ilha de Utopia. Tudo começou ali, em 1516. Como escreveu Jill Lepore na revistaThe New Yorker, “a utopia é o paraíso; a distopia, o paraíso perdido”. Assim, uma segue a outra irremediavelmente, ou melhor, a utopia, a sociedade ideal, já contém sua própria distopia. Lepore afirma que estamos na era de ouro da distopia. Traça uma cronologia do romance distópico, que surge como resposta aos utópicos. Em 1887, a escritora Anna Bowman Dodd publicou A República do Futuro, uma distopia socialista ambientada em Nova York no ano de 2050. As pessoas não têm muito que fazer e passam o dia na academia, obcecadas pela forma. Como acontece em um dos capítulos de Black Mirror – uma das séries que lideram a volta da distopia tecnológica –, a distopia é a academia.
No fundo, poderíamos pensar, as distopias não mudaram tanto ao longo de dois séculos. Ou, com outras palavras, o caminho da humanidade, em sua maior parte, foi quase sempre na direção do progresso e o mundo é melhor do que era. Isso é demonstrado por livros como O Otimista Racional, de Matt Ridley, ou Enlightenment Now: The Case for Reason, Science, Humanism and Progress, de Steven Pinker. Por mais difícil que seja acreditar, estamos mais perto do que nunca do paraíso e, portanto, o espaço para a catástrofe é maior. As distopias podem ser apocalípticas ou não, aparecerem acompanhadas por um cenário de guerra ou não, mas em todas o que acontece é que a liberdade do indivíduo foi sacrificada para alcançar uma suposta perfeição. Os romances distópicos por excelência (Nós, de Ievguéni Zamiátin, publicado em 1924; Admirável Mundo Novo, deAldous Huxley, em 1932; 1984, de George Orwell, em 1949) são parábolas políticas. Os horrores vistos na Segunda Guerra Mundial dispararam os cenários apocalípticos e as possibilidades das sociedades autoritárias que as distopias exploraram. Depois veio a crítica do consumismo e do conforto que banalizaram tudo (Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, publicado em 1953, ou O Reino do Amanhã, de J. G. Ballard, em 2006). A Guerra Fria foi um terreno fértil para as distopias cheias de super-heróis e ameaças nucleares. Nas distopias de meados do século XX, Lepore vê a rejeição ao Estado liberal. A historiadora explica que, para cada dilema atual, há um romance distópico.
Em 1985 foi publicado O Conto da Aia, romance de Margaret Atwood que faz parte do que ela chama de “ficção especulativa”. É uma distopia feminista que se transformou em série de televisão em 2017. Por casualidade, começou a ir ao ar pouco depois da chegada de Donald Trump à Casa Branca e à manifestação das mulheres em reação. Naquele protesto havia uma faixa com o seguinte lema: “Make Margaret Atwood fiction again” (Façam que Margaret Atwood seja ficção novamente). No romance de Atwood houve um golpe de Estado nos Estados Unidos que devolveu o país aos princípios do puritanismo do século XVII. A série faz referências ao presente (Uber, Estado Islâmico) para que o paralelismo seja mais evidente. É uma sociedade vigiada, militar e teocrática, mas com uma particularidade: encontrou uma solução para o problema que o mundo enfrenta, a infertilidade provocada pela poluição ambiental. Em Gilead (esse é o nome, depois da guerra, dos Estados Unidos), as mulheres férteis são sequestradas, suas orelhas são grampeadas por um brinco (como se fossem gado, pois de fato o são) e são vestidas de vermelho. Depois de eficientes sessões de lavagem cerebral –que, claro, incluem torturas físicas e amputações– são enviadas às casas designadas para serem estupradas (e fecundadas) pelo chefe da casa uma vez por mês. A ideia é uma interpretação literal da Bíblia, verdadeira constituição da nova ordem. A questão que inevitavelmente surge é: como isso pôde acontecer? No prólogo da reedição do romance, Atwood explica que “sob determinadas circunstâncias, qualquer coisa pode acontecer em qualquer lugar”.
Perguntada sobre se o Conto da Aia é uma profecia, a escritora canadense diz que é, em vez disso, uma “antiprofecia: se esse futuro pode ser descrito em detalhes, talvez não chegue a acontecer. Mas tampouco podemos confiar muito nessa ideia bem-intencionada”. Nisso Atwood tem razão: no site Electric Literature, Andy Hunter reuniu algumas das previsões que aparecem em livros de ficção científica (a lista tem desde engenharia genética, tanques ou energia solar até a bomba atômica e a espionagem massiva dos Governos) e não é absolutamente reconfortante.
Histórias apocalípticas ou não, guerreiras ou não, em todas elas a liberdade do indivíduo é sacrificada para alcançar uma suposta perfeição
Por outro lado, o esquete de Muchachada nui sobre as previsões fracassadas do filme De Volta para o Futuro é um bom antídoto. Em parte, a função das distopias é fazer uma advertência do que o futuro pode trazer: é uma das leituras do romanceRendición, de Ray Loriga, em que a transparência e limpeza da cidade de vidro que permanece isolada da guerra são sinais inconfundíveis da ausência de emoções, isto é, da perda de humanidade. Os romances de Philip K. Dick são, entre outras coisas, uma advertência sobre para onde a proliferação tecnológica e a inteligência artificialnos levam.
Neste mês chegou a continuação do filme Blade Runner, ambientada em 2049 – o filme de Ridley Scott acontece em 2017 e no romance Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas? o futuro distópico é em 1992. Além disso, está sendo preparada uma série que adapta alguns dos romances de Dick. Mas tambémWall-E, o filme da Pixar, tinha um alerta em forma de distopia com uma história de amor entre dois robôs.
O auge das distopias não se deve a Trump, mas não deixa passar a oportunidade de demonstrar o quanto é capaz de criar um cenário apocalíptico. Na verdade, elas nunca se foram. Embora tenham picos, como em Jogos Vorazes, uma trilogia juvenil que foi um sucesso literário antes de ser levada ao cinema. O que acontece, de acordo com Lepore, é que a distopia (e seus leitores) também têm uma classificação ideológica: durante o primeiro ano da presidência de Obama, A Revolta de Atlas, de Ayn Rand, vendeu meio milhão de exemplares e no primeiro mês de Trump na Casa Branca 1984 foi um dos livros mais vendidos na Amazônia.
Para Lepore, a distopia deixou de ser uma ficção de resistência e se tornou uma ficção de submissão. Seu sucesso responde à incapacidade – em parte resultado da preguiça e da covardia – de imaginar um futuro melhor e revela um desencanto também em relação à política: “De esquerda ou de direita, o pessimismo radical de um distopismo incessante contribuiu para desmantelar o Estado liberal e enfraquecer o compromisso com o pluralismo político”.
Aloma Rodríguez é escritora e jornalista. Seu último livro é Los Idiotas Prefieren la Montaña(Xordica)

O brasileiro quer se armar...

https://www.google.com.br/amp/s/noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/10/07/registro-de-armas-pelo-sistema-do-exercito-brasileiro-quadruplica-em-dois-anos.amp.htm#ampshare=https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/10/07/registro-de-armas-pelo-sistema-do-exercito-brasileiro-quadruplica-em-dois-anos.htm


"Onde está a democracia?" / Ruy Fabiano...

Onde está a democracia?

Democracia brasileira (Foto: Arquivo Google)(Foto: Arquivo Google)
A reforma política recém-aprovada pelo Congresso consolida o descrédito da sociedade em relação aos partidos e parlamentares. Trata-se, sobretudo, de uma reforma que não reforma.
A rigor, a única novidade importante que traz é a criação de um fundo eleitoral, que não tem teto, só piso: R$ 1,7 bilhão - o dobro do orçamento do Ministério da Defesa, que teve de retirar as tropas do Rio por falta de recursos. O dinheiro acabou em setembro.
Os recursos do fundo serão tirados do Orçamento da União. As emendas parlamentares ao Orçamento, destinadas em regra a setores essenciais, como saúde, educação e segurança pública, terão 30% de seus valores desviados para bancar os custos de campanha.
Isso pode ir bem além do valor previsto. Só para que se tenha uma ideia, no Orçamento de 2016, as emendas impositivas de bancada destinadas à educação somaram R$ 1,492 bilhão; à saúde, 4,4 bilhões; à infraestrutura, R$ 1,192 bilhão. Só com essas rubricas, os 30% somam mais de R% 2 bilhões. E há muitas outras.
No Orçamento de 2018, calcula-se que esse corte equivalerá a um mínimo de R$ 3 bilhões. Havia uma proposta alternativa, do senador Ronaldo Caiado, que preservava integralmente o Orçamento e retirava os recursos para o fundo da renúncia fiscal, decorrente do horário eleitoral dito gratuito. Essa renúncia é de R$ 1,5 bilhão.
A proposta extinguia esse horário, restringindo-o às emissoras estatais e às redes sociais, a custo zero, proibindo ainda acesso pago às emissoras privadas. Punha fim às produções hollywoodianas do horário “gratuito”, em que as grandes estrelas são os marqueteiros.
E ainda: restringia a propaganda nas emissoras estatais à presença do candidato, ao microfone e à câmera. Olho no olho do eleitor. Claro, foi rejeitada, sem que fosse sequer discutida.
O Congresso, sem maiores controvérsias, preferiu deixar como está e investir no orçamento, já de si comprimido pelo rombo legado pelos governos do PT – e que o atual, sem autoridade moral, cogita em normalizar por meio de reformas que não terá meios de empreender. Com 3% de apoio popular, índice que se estende a toda a classe política, não se reforma nem um carro velho.
A proibição de doações de empresas aos partidos, estabelecida pelo STF, criou essa situação. Em vez de corrigir as distorções, dando transparência às doações, simplesmente as proibiu.
O Congresso poderia ter suprido essa lacuna, estabelecendo, por exemplo, que uma mesma empresa não pode doar a mais de um partido, como ocorre nos Estados Unidos.
Optou, porém, pelo fundo público, o que não impedirá a velha prática do caixa dois e será gerido pela cúpula dos partidos. O crime organizado, por sua vez, fortalecerá sua condição de doador e eleitor.
Uma mudança importante aprovada, o fim das coligações nas eleições proporcionais – expediente que permite que um Tiririca traga consigo mais uma dúzia de sem votos -, ficou para 2020.
Em 2018, teremos mais do mesmo. O máximo que se cedeu foi com a aprovação de uma cláusula de barreira bastante tímida, que não propiciará uma redução significativa das legendas de aluguel.
Para compensar, no entanto, embutiu-se na reforma algo que, além de inconstitucional, extrapola o seu universo de alcance: uma censura à internet. Por ela, qualquer parlamentar que se sentir ofendido por uma informação, ainda que verídica, poderá tirá-la do ar em 24 horas, mesmo sem autorização judicial.
Temer promete vetá-la. É o mínimo.
De quebra, adiou-se a adoção do voto impresso, colocando-se o eleitor mais uma vez diante do imponderável. A Smartmatic, empresa que fabrica as urnas utilizadas no Brasil, admitiu que são vulneráveis e que, na Venezuela, fraudaram as eleições. E aqui?
Pela teoria das aproximações sucessivas, mencionada pelo general Hamilton Mourão, cujo retrato, em um banner de dez metros de altura, foi colocado esta semana em frente ao Congresso, a crise avança cada vez mais. Democracia é o melhor remédio para os males que ela mesma gera, não há dúvida. Mas por onde anda a dita cuja?

Vândalos e policiais, cúmplices ...! Ricardo Noblat

Vândalos e policiais, cúmplices (07/10/2013)

Ricardo Noblat

 
Vinte mil pessoas reclamam no centro do Rio por melhores salários e um plano de cargos e salários. Um reduzido grupo de vândalos jogou bombas há pouco. Por que a polícia não os prende - e quando prende alguns solta rapidinho?
Porque os vândalos servem à polícia e ao Estado. São responsáveis pelo esvaziamento das recentes manifestações.
Passeata entre a Candelária e a Cinelândia.Rio Branco (Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo)Passeata entre a Candelária e a Cinelândia.Rio Branco (Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo)

Frase de Torquato Jardim... / G1

Frase

"... o brasileiro "tem vergonha de falar em dinheiro". "Desde a mais remota antiguidade, dinheiro vem casado com política e sexo"

Torquato Jardim, 
ministro da Justiça