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sábado, 25 de novembro de 2017

"Minhas providências para meu dia final " ... / Valentina de Botas


Valentina de Botas: Ingmar Bergman e a minha cabeleireira

Se eu puder fazer um último pedido como diz a tradição, pedirei que a coisa seja leve e que não desmanche meu penteado


Mas não estamos agonizando desde que nascemos para viver nossas mil mortes? Abandonamos o que não somos, deixando para trás mais um eu que não vingou. Foi o que pensei quando me perguntaram se tenho medo da morte e o que faria se soubesse, hoje, que este é meu último dia de vida. Falar da morte é mórbido demais para meu gosto. O assunto não me atrai. Não penso nisso e a vida nunca me deixa sem assunto, embora me deixe sem palavras tantas vezes. A idade vem chegando e vemos nosso corpo nos abandonando; para algumas pessoas, a lucidez se depura, para outras, ela se extingue. Como Chico Anísio, não tenho medo, mas pena.
 Não é por nada, não aspiro a ser exceção no ciclo natural de nascer-morrer e sei, claro, que um dia acontecerá – e tudo bem, pois a imortalidade nos mataria de certo modo –, só que, apesar de não ser nenhum broto (e usar essa palavra o comprova), a ampulheta trapaceira e implacável estaria me roubando dezenas de anos dos 100 que tramei viver, como alguns parentes. No centésimo aniversário de uma tia-avó, perguntei-lhe o que fazer para chegar lúcida e saudável (o único modo a ser considerado) àquela idade. Nada, minha filha. Mas ela se foi logo depois e não tenho como lhe perguntar se estou fazendo nada direitinho.
Tá, sem embromação: haveria chegado o último dos meus dias consumados na agenda do Absoluto. O que eu faria? Primeiro, tentar lidar com o atordoamento da notícia. Em alguns segundos, penso no amor. Tudo e todos que amei porque os amantes estão sempre certos (ou vocês nunca ouviram “Amanda Amante”, do Roberto Carlos?) e o que se opõe ao amor parece torná-lo longevo, resistente, teimoso, imortal até. Contudo, penso no amor fraternal também. Talvez usar isso como álibi. Não, a coisa é inegociável. Num mundo ríspido, o amor é emoliente e os amantes se buscam e resgatam um ao outro do fundo do desencanto, sempre aspirando pelo presente vivido a cada instante. Amar é este exercício de viver o presente – e, sem ser pouco, o presente é tudo o que se tem.
O que fazer? Pensei em Deus, em mim e o vazio entre mim e Ele que tentei vencer com uma fé verdadeira, aquela com porções de dúvidas. Lembrei de “O Sétimo Selo”, a obra-prima que acaba de completar 60 anos. Como poucos, Bergman palmilhou esse território do vazio e da dúvida. Embora com passagens de comicidade improvável, como quando a Morte serra um galho de árvore para levar um artista consigo, o filme é grandiloquente demais para quem está lidando com o fato de que terá os olhos amarelos da Morte borrando o último crepúsculo a ser testemunhado e, diferentemente do cavaleiro medieval, Antonius Block, não jogo xadrez tão bem. 
 Nesse jogo, Antonius tenta convencer a Morte de que os homens merecem viver mesmo naquela idade média em que alguma muito ruim sempre estava acontecendo a alguém muito feio. E era fácil ser feio num tempo em que se morria velho aos 30 anos. No jogo de xadrez, o homem tenta lidar com a polpa bruta, a incognoscível, na figuração mais famosa da morte no cinema. Bergman é ainda mais brilhante quando aborda outros vazios e solidões: aqueles entre pais e filhos, entre irmãos, homens e mulheres. Nas relações humanas é que as fraturas internas de cada indivíduo aparecem em feridas que, tantas vezes, são a ponte instável, mas o único meio possível de aproximação. Exemplificam isso a magnitude de “Fanny e Alexander” e a sublime corrosão de “Cenas de um Casamento”.
 Abandono Bergman e vasculho na memória o que disseram poetas, filósofos, etc. Desisto porque ninguém vai morrer a minha morte nem viver meu último dia, portanto tem de ser do meu jeito e, então, constato: não sei. Provavelmente não teria tempo de me refazer do atordoamento da notícia, nem para consertar erros, buscar perdões nem oferecê-los – o que, ademais, perderia toda a importância, se é que ainda resetasse alguma. Dizer certas verdades para uns e outros? Melhor não, pois posso ouvir verdades de que nem desconfiava ou, pior, desconfiava, sim, e ter de partir para a eternidade com um barulho desses. Deixa quieto. Afinal, tudo se relativiza; certezas – aquelas duas ou três remanescentes que eu escondia atrás da lata de biscoito na última prateleira do armário da cozinha – perdem os ossos. Beijar minha filha e dizer-lhe que a amo? Faço isso todos os dias. Contar a ela? Isso me mataria. Contar à minha mãe? Isso a mataria.
Concluo que encaminharia providências práticas, como separar documentos, quanto ao caráter pragmático da vida que segue para os que ficam e, então, decido reagir: vou ligar para a Soraia, minha cabeleireira há mais de 20 anos, e suplicar por um horário assim, em cima da hora. Se a minha urgência não for urgente, não sei o que seria. Fazer as unhas, vestir minha melhor roupa como num rito, abrir aquele vinho guardado na prateleira debaixo da pia, que esperava a ocasião especial que tardou até se tornar desnecessária. Pois eis aí a ocasião: não esperaria sóbria por tal visita intrusa e, enquanto procuro o saca-rolhas como quem busca o passaporte para uma viagem, entoarei minha última oração – fazendo dela mais um lugar do que uma ação – em agradecimento a Deus por tudo, lembrando a Ele que fui o mais fiel que pude à vida entendida como dádiva, eu a celebrei no pouco e no muito; reconheço que a primeira parte foi pedagógica, mas admito que gostei mais da segunda. Agradecerei sobretudo por aquela garrafa de vinho que a Providência adiou. 
Tenho modos, sei que bons anfitriões não recebem visita embriagados, então beberei o bastante somente para amolecer minhas eventuais resistências, simular serenidade e tornar a visita interessante. Se eu puder fazer um último pedido como diz a tradição, pedirei que a coisa seja leve e que não desmanche meu penteado.

O Brasil mostra sua cara: trata melhor o criminoso do que a vítima...

Sem-terra invadem fazenda de Roger Abdelmassih no interior de SP

Reprodução/Facebook
Protesto do MST em fazenda de Abdelmassih em Avaré (SP) no dia Dia Internacional de Combate à Violência contra Mulheres
Protesto em fazenda de Abdelmassih no dia Dia Internacional de Combate à Violência contra Mulheres

O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) anunciou neste sábado (25) a invasão de uma fazenda do ex-médico Roger Abdelmassih em Avaré (SP), a 270 km da capital paulista.
Segundo o MST, cerca de 200 mulheres sem-terra estão no local em protesto pelo Dia Internacional de Combate à Violência contra Mulheres.
Abdelmassih foi condenado a 181 de prisão por 48 estupros de 37 mulheres. Em setembro, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que o ex-médico voltasse a cumprir prisão domiciliar.
"As mulheres sem-terra seguem em luta pelo direito à terra e por uma política de reforma agrária; contra o machismo e a violência contra as mulheres e LGBTs; e contra a cultura do estupro", diz a nota do movimento.
A fazenda em Avaré chegou a ser monitorada pela Polícia Civil e documentos encontrados ali podem ter ajudado a capturar Abdelmassih no Paraguai, em 2014, para onde havia fugido.
O ex-médico era produtor de laranja na região e chegou a ter 17 fazendas no interior de São Paulo. José Luiz Cutrale, genro de Abdelmassih, é um dos maiores produtores de laranja do mundo.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Abdelmassih para comentários a respeito da ação do MST, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Nos últimos meses, a Justiça alterou diversas vezes o local de cumprimento da pena do ex-médico. 

Humor de Sponholz no blog de Aluízio Amorim

sábado, novembro 25, 2017

Sponholz: Da série cenas brasileiras...

A demolição da civilização ocidental... Tradutores de Direita

sábado, novembro 25, 2017

NATAL, A FESTA MÁXIMA DA CRISTANDADE, QUE O GLOBALISMO QUER APAGAR EM SUA ESCALADA PARA DESTRUIR A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL.


O site Tradutores de Direita escreveu um texto e postou um vídeo de extrema importância que ajuda a compreender o que de fato está acontecendo no mundo da política. Neste caso a política, que é a luta pelo poder e/ou a manutenção do poder, não se circunscreve apenas ao momento em que ocorrem eleições. A política está presente no dia a dia de todas as pessoas em qualquer lugar do mundo e tem impacto sobre o presente e o futuro de todos os seres humanos.

Este blog como os estimados leitores tem notado não pretende fazer uma cobertura completa da miríade de fatos que ocorrem todos os dias no que tange à política mas, sobretudo, oferecer que de alguma forma elementos para uma análise mais acurada de determinados acontecimentos. Justamente aquilo que a grande mídia nunca aborda. Além disso, textos e vídeos como estes que ilustram esta postagem são praticamente proscritos propositalmente pela mainstream media, razão pela qual certos acontecimentos muitas vezes são incompreensíveis para a maioria dos leitores e, sobretudo, telespectadores.

Apesar da internet a televisão ainda continua sendo a mídia dominante porquanto alcança todos os tipos de consumidores de notícias, dos bem informados aos desinformados até os analfabetos.

Por exemplo, quando é que num veículo da grande mídia alguém leu ou ouviu notícias e análises a respeito da da sórdida campanha de demolição da nossa Civilização Ocidental? Por que isto está acontecendo. Quais os objetivos? Quem está por trás desse plano diabólico que pretende acabar com o Natal, a Páscoa entre outras efemérides judaico-cristãs? Queiram ou não a nossa matriz cultural é judaico-cristã. Foi essa matriz que moldou o Ocidente cujo apanágio é a liberdade, tão ampla que permite tanto a fé religiosa quanto o ateísmo ao mesmo tempo em que instituiu o Estado laico. Essa mega campanha de demolição da cultura ocidental vem sendo tipificada como "globalismo", conceito, como podem notar, descurado pela grande mídia.

Entender esta ameaça ao Ocidente é de fundamental importância para, digamos assim, matar a charada. Transcrevo a seguir o texto dos Tradutores de Direita sobre o vídeo acima. Leiam e vejam o vídeo legendado acima:

Inimigos externos são combatidos com balas e bombas quando a diplomacia não funciona. Entretanto, nem mesmo o exército mais poderoso do mundo é capaz de derrotar seus inimigos domésticos: a esquerda, com seu projeto de poder gramsciano, tem feito mais estragos aos pilares da República americana do que o Estado Islâmico e todos os demais jihadistas agrupados.

Neste trecho do programa Carlson Tonight, o apresentador Tucker Carlson e o comentarista político Charles Krauthammer comentam a respeito do discurso de Donald Trump na Polônia – o mais marcante na defesa da Civilização Ocidental desde os tempos de Reagan. [*] Desde sua campanha, Trump tem sido alvo de críticas, não somente da esquerda, mas também de políticos e comentaristas conservadores. Criticas à parte, é quase unânime, entre os conservadores, o entendimento de que Trump foi o único presidente, desde Reagan, a colocar a defesa da Civilização Ocidental no centro da pauta política.

Assim como no Brasil, a direita americana permitiu que a esquerda dominasse as principais instituições da sociedade – universidades, artes, imprensa – e se engajasse, quase sem oposição, na destruição dos valores que erigiram e estabeleceram o Ocidente como o farol do progresso e da liberdade no mundo atual. Quase duas gerações foram perdidas neste processo de engenharia social.

A esquerda entendeu que a batalha é, primeiramente, cultural e que política não se resume às meras teorias econômicas, sendo até mesmo a implantação destas a consequência natural da própria batalha cultural. É urgente a necessidade de aprendermos que o debate político de nossos tempos não se limita a “Menos Marx, Mais Mises”, por mais essencial que seja este ponto. Absolutamente nenhum modelo econômico funcionará em uma sociedade a menos que ela esteja firmemente alicerçada em valores que viabilizem seu funcionamento. Nas palavras de Roger Scruton em “Como ser um Conservador”, a ordem moral precede a ordem econômica e dela depende, inteiramente.
Tradução do vídeo: Andrey Costa
Revisão: Yuri Mayal

No 'país do jeitinho' restaurantes do Rio fornecem comida especial a presos da Lava Jato... / G1

Restaurantes da Zona Sul do Rio

 são suspeitos de fornecer comida 

a presos da Lava Jato

Camarão, bacalhau, queijo de cabra e presunto importado foram alguns dos alimentos apreendidos por promotores do MP-RJ.

Por Bárbara Carvalho e Marcelo Gomes, GloboNews
 
MP-RJ apura se restaurantes estavam fornecendo comida a presos da Lava Jato em Benfica
Três restaurantes da Zona Sul do Rio de Janeiro são suspeitos de fornecerem alimentos "gourmet" para presos da Lava Jato no Rio. A informação é da promotora do Ministério Público estadual Elisa Fraga, que conversou com exclusividade com a GloboNews, conforme reportagem exibida neste sábado (25).
"Nós recebemos uma informação de que estavam ingressando alimentos oriundos de restaurantes para a alimentação dos presos das operações Calicute, Lava Jato, C'est Fini", afirmou a promotora.
Entre os alimentos que entraram de forma irregular na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, estão camarão, bacalhau, queijo de cabra, presunto importado e risoto de frango. Todas as comidas foram apreendidas por promotores nesta sexta-feira (24).
No presídio estão presos o ex-governador Sérgio Cabral, o presidente afastado da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani e os deputados também afastados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB.
Até esta sexta, também estava preso em Benfica o ex-governador Antonhy Garotinho, mas ele foi transferido para o Complexo de Gericinó, em Bangu, como punição da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) por supostamente se "autolesionar".
Segundo explicou a promotora, das celas 1 a 9 do presídio - onde estão os detentos da Lava Jato - havia embalagens similares, com alimentos também parecidos. Isso reforça a suspeita do MP de que os fornecedores das comidas seriam os mesmos.
A representante do MP também explicou que é permitido, segundo resolução da Seap, que parentes levem para os detentos refeições prontas dentro das cadeias. Mas, alimentos in natura, ou seja, que ainda não estão cozidos, como é o caso dos camarões, estes são proibidos.
Na cela de Cabral, promotores encontraram farnel com nome do ex-governador (Foto: Divulgação MP-RJ)Na cela de Cabral, promotores encontraram farnel com nome do ex-governador (Foto: Divulgação MP-RJ)
Na cela de Cabral, promotores encontraram farnel com nome do ex-governador (Foto: Divulgação MP-RJ)