Restaurantes da Zona Sul do Rio
são suspeitos de fornecer comida
a presos da Lava Jato
Camarão, bacalhau, queijo de cabra e presunto importado foram alguns dos alimentos apreendidos por promotores do MP-RJ.
Por Bárbara Carvalho e Marcelo Gomes, GloboNews
Três restaurantes da Zona Sul do Rio de Janeiro são suspeitos de fornecerem alimentos "gourmet" para presos da Lava Jato no Rio. A informação é da promotora do Ministério Público estadual Elisa Fraga, que conversou com exclusividade com a GloboNews, conforme reportagem exibida neste sábado (25).
"Nós recebemos uma informação de que estavam ingressando alimentos oriundos de restaurantes para a alimentação dos presos das operações Calicute, Lava Jato, C'est Fini", afirmou a promotora.
Entre os alimentos que entraram de forma irregular na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, estão camarão, bacalhau, queijo de cabra, presunto importado e risoto de frango. Todas as comidas foram apreendidas por promotores nesta sexta-feira (24).
No presídio estão presos o ex-governador Sérgio Cabral, o presidente afastado da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani e os deputados também afastados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB.
Até esta sexta, também estava preso em Benfica o ex-governador Antonhy Garotinho, mas ele foi transferido para o Complexo de Gericinó, em Bangu, como punição da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) por supostamente se "autolesionar".
Segundo explicou a promotora, das celas 1 a 9 do presídio - onde estão os detentos da Lava Jato - havia embalagens similares, com alimentos também parecidos. Isso reforça a suspeita do MP de que os fornecedores das comidas seriam os mesmos.
A representante do MP também explicou que é permitido, segundo resolução da Seap, que parentes levem para os detentos refeições prontas dentro das cadeias. Mas, alimentos in natura, ou seja, que ainda não estão cozidos, como é o caso dos camarões, estes são proibidos.