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sábado, 21 de julho de 2018

Homens e lobos/ João Pereira Coutinho

Homens e lobos - JOÃO PEREIRA COUTINHO

Homens e lobos - JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 17/07

Filme 'Custódia' relembra que só existe civilização se existir sacrifício

Sim, todas as famílias felizes são iguais. Mas mesmo as famílias felizes são infelizes nas heranças e nos divórcios.

O amor definha. As máscaras caem. Ressentimentos longamente recalcados emergem com uma violência obscena. Irmãos inseparáveis, capazes de doar mutuamente um rim em caso de necessidade, são agora Caim e Abel nas palavras e nos atos. Amantes eternos viram inimigos eternos.

Onde havia gente refinada há agora animais famintos que lutam pelos despojos da riqueza ou da descendência.

Todos conhecemos esses casos. Alguns de nós já os viveram —como vítimas ou algozes. É por isso que o filme "Custódia", de Xavier Legrand, nos é tão próximo. Aqueles somos nós.

E "aqueles" são Antoine (Denis Ménochet) e Miriam (Léa Drucker). Houve um tempo em que namoraram, casaram, tiveram filhos. Quando os conhecemos, esse tempo parece tão distante como a época em que os dinossauros habitaram a Terra.

Agora, Antoine e Miriam vivem nas suas trincheiras bélicas, disputando a custódia do filho Julien (assombroso Thomas Gioria). O rapaz tem 11 anos, tem medo do pai e não quer partilhar a existência com ele. A filha também não —mas, beirando os 18 anos, é quase adulta e fará o que entender.

O pai, compreensivelmente, não se conforma. Acusa a mãe de manipulações torpes. E pede em tribunal uma segunda oportunidade.

O tribunal acede ao pedido do pai. Mas o pai não está disposto a uma segunda oportunidade; ele quer regressar à primeira oportunidade e o filho serve como instrumento para esse passado que só existe na cabeça dele.

Rejeitado pela mulher e pelos filhos, Antoine se transforma em animal selvagem. É o início da sua desintegração como ser social.

O filme de Xavier Legrand é primoroso na forma como retrata esse paradoxo assustador: o momento em que o ódio pela ex-mulher suplanta até o amor pelo próprio filho. Quem disse que o amor parental era o mais forte dos sentimentos humanos? Nem sempre, leitor otimista.

Mas Antoine, na sua brutalidade instintiva, relembra-nos de uma verdade dolorosa sobre a condição humana: só existe a civilização se existir primeiro o sacrifício. Ou, melhor dizendo, a única forma de não nos matarmos mutuamente passa pela capacidade de renunciarmos às nossas vaidades e frustrações.

Para que serve um título acadêmico?

https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/para-que-serve-um-titulo-academico/

Brasil, um país de baixa autoestima

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44696692

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Porto Alegre sob o domínio da burrice




 A ENTRADA DA TURMA DO CONTRA

por Percival Puggina. Artigo publicado em 17/07/2018

Artigos do Puggina

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PROIBIDA A ENTRADA DA TURMA DO CONTRA

por Percival Puggina. Artigo publicado em 


 Sei que nada é mais livre do que a burrice. A inteligência tem limites e a sabedoria exige imenso autocontrole. Mas a burrice não conhece obstáculos. Quando contrai matrimônio com uma ideologia, qualquer dessas que por serem também burras se opõem a tudo que delas não provier, surge uma energia destrutiva na sociedade.
Porto Alegre, a bela capital gaúcha que escolhi para viver, lá pelas tantas de sua história mais recente se tornou conhecida como Havana do Sul. Tudo começou no final dos anos 80 do século passado, quando parte expressiva da população encantou-se e se deixou conduzir pelos ditames da esquerda mais retrógrada do país. A cidade elegeu, consecutivamente, quatro prefeitos – fato inédito na história universal – tão esquerdistas quanto Olívio Dutra, Tarso Genro (duas vezes!) e Raul Pont. Com essa sequência ainda em curso, Porto Alegre se credenciou a ser a cidade símbolo do Fórum Social Mundial, aquele convescote do comunismo internacional que aqui começou e levou anos dando cria. Valendo-se do mecanismo de recíproco reconhecimento e mútua promoção característico dos aparelhos esquerdistas mundo afora, a capital gaúcha era exibida como “referência mundial” em democracia popular. Democracia popular, você sabe, era a trademark daquelas infelizes repúblicas dominadas pelo comunismo no Leste Europeu e na Ásia, cuja principal característica consistia em serem não democráticas e impopulares.
Essa esquerda, com o passar dos anos, perdeu o prestígio, mas continuou seu proselitismo, atuando coletivamente como efetiva vanguarda do atraso, título, aliás, de um bom livro do jornalista Diego Casagrande. Os espaços dessa atuação são os usuais e é desnecessário repeti-los aqui. Entre suas pautas estava a ferrenha oposição a toda forma de progresso, desenvolvimento econômico, oportunidade de negócios (para quem não lembra, foi durante o período em que Olívio Dutra governou o Estado que a mais nova planta industrial da Ford, que já produziu 3 milhões de veículos, foi despachada para a Bahia). Pelo viés oposto, mesmo fora do poder, seguiu alimentando o corporativismo e promovendo o aparelhamento da administração pública e das instituições do Estado.
Entre as consequências desse infeliz pacote esteve a resistência à modernização da orla do esplêndido Guaíba e o aproveitamento das antigas instalações portuárias do Cais Mauá e do Estaleiro Só, relegadas ao abandono e à degradação. Qualquer projeto de melhoria para essas áreas passou a ser combatido como desrespeito à natureza, ao Guaíba e à cidade. Atos de repúdio, abraços públicos de proteção, plebiscitos, acaloradas audiências e quanto mais estivesse disponibilizado no arsenal do mais tacanho retrocesso foram usados ao longo dos anos para impedir a integração desses locais à vida urbana.
Finalmente, há poucos dias, fez-se visível o resultado da primeira vitória da população da cidade contra tais absurdos: aproveitando-se do primeiro domingo de sol após a inauguração da nova orla do Guaíba, verdadeira multidão estimada em 40 mil pessoas tomou posse do local. Só faltou um cartaz advertindo que quem foi contra deveria manter-se afastado dali. Essas pessoas deveriam dirigir-se ao trecho seguinte, onde tudo ainda está como lhes agrada – a terra é nua, propriedade privada das macegas, ratos, rãs, tuco-tucos e lixo.

Pão de queijo com grife... ? É verdade !

http://noticias.band.uol.com.br/politica/noticias/100000924128/camara-paga-ate-pao-de-queijo-para-deputado-federal-segundo-colunista.html

terça-feira, 17 de julho de 2018

O companheiro Toffoli deita e rola com caneta identificada como do PT

http://www.puggina.org/artigo/puggina/companheiro-toffoli/13207

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COMPANHEIRO TOFFOLI

por Percival Puggina. Artigo publicado em 
Dias Toffoli, o paraquedista enxertado por Lula no STF, cassou a decisão do juiz Sérgio Moro que impusera a José Dirceu o uso de tornozeleira eletrônica. Ao expedir a ordem, com o pé no estribo do recesso, o ex-funcionário do PT afirmou, sem revelar o menor constrangimento, que a Segunda Turma (sempre ela!) concedera “liberdade plena” ao preso e que, portanto, tornozeleira era uma inibição da liberdade. Daquela liberdade fulgente, de asas ao vento, que o trio maravilhoso fizera raiar para o pensionista da Papuda.
 Liberdade plena! Claro, por que não? Só porque Dirceu é um criminoso reincidente em corrupção passiva, condenado em segunda instância por tribunal federal, num novo processo, a mais de 30 anos de prisão? Como encarcerar, só por isso, um guerreiro herói do povo brasileiro? Afinal, a matéria adquire urgência absoluta posto que a carimbada, rotulada e descarada maioria da Segunda Turma vislumbrou “plausibilidade nos recursos interpostos [pela defesa] quanto à dosimetria da pena”. Faz sentido. E, se refeitos os cálculos, os 30 anos forem corrigidos para 30 dias? Para 30 minutos? Já pensaram nisso? Toffoli pensou...
Continua com o link

Notícias ruins do dia 17/08...

https://g1.globo.com/agenda-do-dia/noticia/17-de-julho-terca-feira.ghtml

domingo, 15 de julho de 2018

Uma bula para explicar a asneira que se faz com assuntos de ciências exatas com temperos humanos


quarta-feira, julho 11, 2018


O abridor imaginário - ALEXANDRE SCHWARTSMAN

O abridor imaginário - ALEXANDRE SCHWARTSMAN

Quem propuser uma Previdência de capitalização terá de explicar como bancar a transição

FOLHA DE SP - 11/07


Um físico, um químico e um economista estão numa ilha deserta, com latas de comida salvas do naufrágio, mas sem o abridor. Os dois primeiros sugerem métodos para abrir as latas baseados em suas especialidades, ambos, porém, impraticáveis. Cabe ao economista anunciar que tem a solução para o problema: "Supondo que temos um abridor de latas...".

A piada é antiga, mas surpreendentemente atual no nosso contexto, em particular no que diz respeito à reforma da Previdência. Economistas, tanto os ligados a Ciro Gomes como os a Jair Bolsonaro, defendem a transição do atual regime previdenciário, de repartição —em que os trabalhadores hoje ativos transferem recursos aos aposentados— para capitalização —em que cada pessoa recebe como aposentada aquilo que poupou ao longo de sua vida.

A vantagem no caso seria a virtual impossibilidade de déficits, desde que o sistema seja bem desenhado: como cada um recebe apenas o que poupou, não há, por definição, insuficiência de recursos que obrigue o governo a cobrir a diferença entre a arrecadação e o gasto (na verdade, como também se propõe que haja um regime de repartição para os de menor renda, há a possibilidade de algum déficit, mas bem menor que o atual).

Como é que ninguém pensou nisso antes?

A verdade é que muita gente pensou; apenas, ao contrário desses economistas, não supôs que possuísse um abridor de latas.

O cerne da questão é simples. Se pudéssemos começar um sistema previdenciário do zero, provavelmente montaríamos um regime de capitalização; o problema é que não podemos!

Considerando apenas o INSS, há cerca de 30 milhões de aposentados e pensionistas, que receberam nos últimos 12 meses algo como R$ 570 bilhões (aproximadamente R$ 1.460/mês). Esse valor é (parcialmente) bancado por 52,5 milhões de contribuintes, que recolheram R$ 381 bilhões no mesmo período, considerando tanto a parcela dos segurados como das empresas que os empregam (mesmo encargos que são "pagos" pelas empresas acabam recaindo em larga medida sobre os trabalhadores na forma de salários mais baixos). O resultado é um déficit de R$ 189 bilhões, coberto pelo Tesouro Nacional.

Caso, porém, houvesse a mudança para o regime de capitalização, as receitas atuais cairiam, pois os trabalhadores ativos passariam a depositar suas contribuições em contas individuais, o que aumentaria o déficit do atual regime.

É verdade que a atual geração de aposentados desaparecerá (perdão, mas faz parte da condição humana), porém, enquanto isso não acontecesse, o Tesouro Nacional teria de bancar a transição. Seu custo exato depende de muitas variáveis (até mesmo a redução do teto das aposentadorias, tema do qual os candidatos fogem mais rápido do que o diabo da cruz), mas a discussão é acadêmica, pois o Tesouro (mesmo descontado o resultado do INSS) não é superavitário o suficiente para cobrir a perda de receita.

É possível usar truques para mascarar as alternativas, mas não há como fugir delas: redução no valor das aposentadorias remanescentes no regime de repartição, aumento de tributos e elevação da dívida, ou, mais provavelmente, uma combinação dos três.

A conclusão é inescapável: quem propuser uma reforma previdenciária nesse sentido tem também de deixar muito claro como pretende bancar o custo da transição. Se não o fizer, pode estar certo de que possui um abridor de latas imaginário...

aschwartsman@gmail.com

Alexandre Schwartsman

Consultor, ex-diretor do Banco Central (2003-2006). É doutor pela Universidade da Califórnia em Berkeley

Sobre a dificuldade de encontrar razões sobre o nosso atraso socioeconômico

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AS RAZÕES DA MISÉRIA E A MORTE DO GRILO FALANTE

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 Você sabe por que o Brasil não consegue solucionar o problema da miséria? Porque, de um lado, deixamos de agir sobre os fatores que lhe dão causa, e, de outro, nos empenhamos em constranger e coibir a geração de riqueza sem a qual não há como resolvê-la. Os fanáticos da política, os profetas de megafone, os "padres de passeata", para dizer como Nelson Rodrigues (ao tempo dele não existiam as Romarias da Terra), escrutinando os fatos com as lentes do marxismo, proclamam que os pobres no Brasil têm pai e mãe conhecidos: o capitalismo e a ganância dos empresários. Em outras palavras, a pobreza nacional seria causada justamente por aqueles que criam riqueza e postos de trabalho em atividades desenvolvidas sob as regras do mercado.
 Estranho, muito estranho. Eu sempre pensei que as causas da pobreza fossem determinadas por um modelo institucional todo errado (em 2017, o 109º pior entre 137 países, segundo o World Economic Forum (WEF). Pelo jeito, enganava-me de novo quando incluía entre as causas da pobreza uma Educação que prepara semianalfabetos e nos coloca em 59º lugar no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), entre 70 países. Sempre pensei que havia relação entre pobreza e atraso tecnológico e que nosso país não iria longe enquanto ocupasse o 55º lugar nesse ranking (WEF, 2017). Na minha santa ignorância, acreditava que a pobreza que vemos fosse causada, também, por décadas de desequilíbrio fiscal, gastos públicos descontrolados tomados pela própria máquina e inflação. Cheguei a atribuir responsabilidades pela existência de tantos miseráveis à concentração de 40% do PIB nas perdulárias mãos do setor público (veja só as tolices que me ocorrem!). E acrescento aqui, se não entre parêntesis, ao menos à boca pequena, que via grandes culpas, também, nessas prestidigitações que colocam nosso país em 96º lugar entre os 180 do ranking de percepção da corrupção segundo a Transparência Internacional.
 Contemplando, com a minha incorrigível cegueira, os miseráveis aglomerados humanos deslizantes nas encostas dos morros, imputava tais tragédias à negligência política. Não via como obrigatório o abandono sanitário e habitacional dos ambientes urbanos mais pobres. Aliás, ocupamos a 112ª posição no ranking, entre 200 países, no acesso a saneamento básico. Pelo viés oposto, quando vou a Brasília, vejo, nos palácios ali construídos com dinheiro do orçamento da União, luxos e esplendores de uma corte dos Bourbons.

O que fazer com o óbvio?

Minutos de sabedoria

Monja Coen e Leandro Karnal revestem de princípios budistas e pílulas filosóficas platitudes apaziguadoras entoadas como séria reflexão
Bateu o joelho na quina da cama? A Monja Coen e Leandro Karnal ensinam a não xingar e, assim, fazer sua parte no combate à cultura da violência. Deprimiu-se com a eliminação do Brasil? A jornalista há 35 anos convertida ao budismo comenta em cima do lance, nas redes sociais, que jogo é recomeço, é como a vida. Foi demitido? O professor da Unicamp cita Maquiavel para lembrar que você deve ser o “gestor de sua vida”. É, não está fácil para ninguém. E é justamente facilidade que a dupla vende em palestras para empresas, professores ou dentistas e, agora, juntos, em O inferno somos nós — Do ódio à cultura da paz (Papirus 7 Mares).
Não espanta que o livro esteja nas listas dos mais vendidos. Nada contra best-sellers, monjas ou professores de história. Mas ainda não perdi a capacidade de estranhar que os três façam parte de uma mesma equação, nesse caso uma das expressões mais bem-acabadas de toda uma cultura motivacional que acena com felicidade pessoal e sucesso profissional. Seu porta-voz é o “palestrante”, que, assim como o youtuber, é uma das mais exóticas ocupações de nosso tempo. Uns e outros, aliás, ganham a vida falando pelos cotovelos, para todos e para ninguém, sobre grandes temas e miudezas. E replicam em livro a lógica oracular de suas apresentações ao vivo ou na web.
É inútil discutir suas ideias, pois pregam para convertidos. Não têm leitores, mas clientes que pagam para ouvir o que querem e não ser importunados.
Monja Coen e Leandro Karnal são, nessa lógica, perfeitos evangelistas do óbvio. Revestem de princípios budistas e pílulas filosóficas platitudes apaziguadoras entoadas como séria reflexão.
Em O inferno somos nós — referência à célebre frase “o inferno são os outros”, citação de Entre quatro paredes, peça de Jean-Paul Sartre — pretende-se singelamente defender a desmontagem da “cultura do medo” que fundamenta o Ocidente e, com ela, da “cultura da violência”.
No diálogo, Karnal faz o papel do homem quase comum, um sábio atravessado por paixões, vaidades e breves momentos de intolerância. À Monja cabe, é claro, a imagem de equilíbrio temperada por uma ou outra manifestação de falibilidade. Tudo transcorre num mundo mau, mas que assim nos parece porque a turma insiste em amplificar seu lado negativo: “Estamos aqui discutindo cultura de paz, e isso não será manchete de nenhum jornal”, diz Karnal. “Não sou conspiracionista, mas acho que, talvez, exista um plano geral em que interessa muito o medo porque ele é a melhor forma de controlar as pessoas.”
Ok, o mundo é adverso. Mas não para valer. No diálogo não existe violência de Estado nem desigualdade social, apenas genéricos indícios de iniquidade. A adversidade torna-se mais concreta quando fala, por exemplo, à experiência da vida corporativa. Usa-se a hedionda expressão “resiliência” e recomenda-se prudência em momentos delicados, como quando se está prestes a perder o emprego num processo de “fusão”. “Em um momento de transição como esse, quem conseguir manter a calma e fazer o seu melhor garantirá sua vaga”, diz a Monja entre uma parábola de um samurai e a de um tirano arrependido. “Quem, através do medo, fica assustado deixa de produzir de acordo com sua capacidade e acaba sendo descartado.”
Os anos de meditação talvez expliquem a peculiar percepção da Monja Coen sobre a realidade brasileira. “Gosto que ainda haja polícia no mundo, policiais que possam fazer coisas que não quero fazer, como ir atrás de bandidos”, diz ela. “Posso, então, chamar esses profissionais, que são, de certa forma, treinados e especializados para impedir que as pessoas — crianças e idosos, homens e mulheres — sejam massacradas”. Uma avaliação que, convenhamos, faz mais sentido no Butão do que na Maré.
Karnal e a Monja não estão sozinhos. Ela mesma identifica seus aliados, “pensadores”, “professores dessa cultura de paz”, em Mario Sergio Cortella, Luiz Felipe Pondé e Clóvis de Barros Filho. Todos bem formados, articulados, inteligentes e, também, incansáveis na venda de indulgências. Afinal, para que investir em horas de estudo, quando se podem comprar minutos de sabedoria?