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sábado, 16 de dezembro de 2017

"Sociedade do futuro será derivação do sistema de multas de trânsito atual" / Luiz Felipe Pondé


Luiz Felipe Pondé
luiz felipe pondé
Filósofo, escritor e ensaísta, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, discute temas como comportamento, religião, ciência. Escreve às segundas.

Sociedade do futuro será derivação do sistema de multas de trânsito atual

Editoria de Arte/Folhapress
Não acredito em evolução social. Suspeito que andamos em círculos, indo pra lugar nenhum.
Com isso não quero negar que "ganhamos algum terreno" em relação a situações desagradáveis aqui e ali (aumento de longevidade, eliminação em grande escala da escravidão e coisas semelhantes) nem que sejamos absolutamente dominados pela contingência cega.
Conseguimos controlar várias dimensões da vida. E são exatamente estas formas de controle que apontam para o "futuro da democracia".
A condição humana é tal que combatemos constantemente a contingência e a nós mesmos, em nossa infinita capacidade de criar sofrimentos. Mas a democracia, evidentemente, pode acabar um dia, inclusive pelas mãos de gente que a "defende", principalmente porque o termo "democracia" pode significar coisas opostas.

Quer ver um exemplo banal dessa "instabilidade semântica" do termo "democracia"?
Tem partidos políticos por aí que pretendem, em nome da democracia, intervir na mídia para garantir igualdade de oportunidades, por exemplo, destruir pessoas e grupos na mídia para colocar seus parceiros ideológicos no lugar dessas pessoas e grupos. O argumento é "democratizar a mídia".

Por outro lado, deixar a mídia inteiramente livre (portanto, democrática) pode significar, por exemplo, a geração de discursos de ódio e a exclusão social de quem não conseguiu alcançar a posição de trabalho num desses grandes grupos de mídia.
Independente dessa questão "escolástica" (se não conhecer o termo, olhe no Google), de onde está a verdadeira democracia na mídia e em outros níveis, acho que o futuro nos reserva a sociedade mais controladora que o mundo já viu e, portanto, num sentido comum do termo, menos democrática.
Dito de forma direta: marchamos para um mundo totalitário, com controle cada vez mais maior dos comportamentos, mesmo que pessoas trans possam ser o que quiserem (dou esse exemplo como mero clichê de "liberdade individual") ou você possa ter o perfil que quiser no Face ou odiar livremente quem você quiser nas redes.
O modelo de sociedade do futuro está mais para o sistema de multas de trânsito atual do que para o debate sobre "o que é a verdadeira democracia".
O que é este sistema de multas de trânsito atual? Ele é o paradigma do controle em nome do "bem científico e social". Existem quatro instâncias nesse sistema que fazem dele paradigmático da sociedade de controle do futuro.
A primeira é a participação do mercado faturando muita grana na venda de equipamentos de controle dos comportamentos. Empresas as mais variadas venderão equipamentos e formarão pessoal treinado para oferecer ao Estado e a sociedades esses "serviços".
A segunda é a pesquisa e instalação cada vez maior de "inteligência algorítmica" no controle audiovisual e de localização espacial das pessoas, seus veículos e instrumentos cotidianos de uso.
A medida que a pesquisa nessa área avançar, mais dinheiro se ganhará com o avanço técnico e efetivo do controle.
A terceira é o esquema gigantesco de arrecadação que isso significará para o Estado, em parceria com o mercado.
Quando finalmente não dirigirmos acima de 50 km por hora, seremos obrigados a dirigir abaixo de 30 km por hora em toda parte. E assim até a imobilidade total...
A quarta é o ganho civilizador: a diminuição dos acidentes de trânsito. Não ache que esta é a menos importante. Pelo contrário, esta instância é a essencial em todo o paradigma. Ela é a razão "científica e social" da instalação crescente e inevitável do controle: a melhoria da qualidade do trânsito e, por tabela, da vida.
Esta contradição é inerente ao processo modernizador. Modernidade implica controle da contingência a serviço da melhoria da qualidade dos materiais e códigos envolvidos na vida em sociedade.

Controle de comportamentos, instituições, bens, menor custo e maior benefício nas transações. Dane-se o que quer dizer "a verdadeira democracia". Eu apostaria que este será o nome de algum jogo idiota que pessoas com cabelos azuis e indefinição sexual jogarão nas redes.

Mais maldade escandalosa dos políticos contra a sociedade brasileira... Aumentaram 375% os recursos públicos para partidos usarem na campanha eleitoral de 2018 ! / José Casado



José Casado: 

A caixa-preta dos partidos

Com aumento de 378% nos recursos públicos para partidos e candidatos, a campanha de 2018 pode virar um espetáculo caríssimo nas contas partidárias

Publicado no Globo
Vai ser um volume de dinheiro como nunca se viu, extraído do bolso dos contribuintes diretamente para os cofres dos partidos políticos.
Detalhe relevante: são mínimas as chances de efetivo controle e fiscalização do uso desses recursos públicos, como demonstra o histórico recente das contas partidárias.
Em setembro, quando o Congresso definiu as regras da disputa eleitoral, parlamentares previam um gasto de R$ 2,6 bilhões no financiamento de partidos e candidatos em 2018.
Seriam R$ 900 milhões do atual Fundo Partidário. Outros R$ 1,7 bilhão viriam do recém-criado fundo de campanha.
Significaria um aumento de 188% no fluxo de dinheiro público para 35 organizações, 28 com bancada no Congresso. É dinheiro suficiente para pagar 35% das obras em transportes públicos previstas para o ano que vem.
Agora, às vésperas da aprovação do Orçamento da União para 2017, alguns deputados e senadores percebem que a lei (nº 13.487) foi redigida com um texto maroto. Ela prevê que o fundo de campanha terá valor “ao menos equivalente” a 30% do custo das emendas orçamentárias (individuais e de bancadas) aprovadas.
Com essas três palavras (“ao menos equivalente”) fez-se a alquimia: a previsão de gasto máximo de R$ 1,7 bilhão virou mínimo, ou piso, de despesas com o fundo de campanha.
Em consequência, estima-se que a drenagem de recursos orçamentários para partidos e candidatos alcance R$ 4,3 bilhões em 2018 — extraordinário aumento de 378% em relação a este ano, em meio a uma grave crise fiscal. Pode subir mais, por efeito das trocas de emendas por votos na aprovação da reforma da Previdência.
São rarefeitas as possibilidades de fiscalização e controle desse dinheiro, porque as contas partidárias permanecem como um dos grandes mistérios das finanças públicas brasileiras.
Análise endossada por 19 organizações não governamentais sobre as despesas dos cinco maiores partidos entre 2013 e 2015 mostra que a única certeza possível sobre as contas partidárias é a dúvida a respeito da efetiva realização dos gastos declarados à Justiça Eleitoral.
Não existe sequer padronização contábil. E as indicações de uso do dinheiro público são vagas o suficiente para impedir a checagem, com títulos genéricos como “serviços técnico-profissionais”, “serviços e utilidades” e “manutenção da sede e serviços do partido”.
PMDB, PT, PSDB, PP e PR repassaram R$ 160 milhões às respectivas fundações e institutos, entre 2013 e 2015. A consultoria Pulso Público vasculhou as contas e sites das instituições mas não encontrou dados sobre essas despesas custeadas com recursos públicos.
Em 2015, o PSDB consumiu R$ 41 milhões em “manutenção da sede e serviços do partido”, valor suficiente para aquisição um dúplex de 650 metros quadrados como o anunciado pelo empresário Joesley Batista na Quinta Avenida, em Nova York.
No mesmo ano, o PT gastou R$ 28 milhões no pagamento de “mensalidades a organismos partidários internacionais”. É quase metade do gasto anual do Brasil com a missão de paz no Haiti na última década. O partido declarou ter dissipado outros R$ 45 milhões na sua folha de “despesas com pessoal”.
A campanha de 2018 corre o risco de se transformar num espetáculo caríssimo no escurinho das contas partidárias.

"LULA DEVE SER MONITORADO PELAS FORÇAS DE SEGURANÇA PARA FRUSTRAR QUALQUER TENTATIVA DE FUGA" / coluna de Cláudio Humberto

quinta-feira, dezembro 14, 2017


LULA DEVE SER MONITORADO PELAS FORÇAS DE SEGURANÇA PARA FRUSTRAR QUALQUER TENTATIVA DE FUGA

A eventual confirmação da condenação Lula, com sua prisão imediata, vai acionar o esquema de monitoramento das forças de segurança, com o objetivo de frustrar qualquer tentativa de fuga do País. As providências são adotadas sempre que há um réu nessas condições, respondendo em liberdade a recurso de sentença que determina sua prisão. Mas a possibilidade de tumulto reforça os procedimentos. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do site Diário do Poder.
Órgãos de inteligência mapearam rotas de fuga para países latino-americanos cujos governantes ofereceram refúgio a Lula.
O recurso de Lula será julgado por três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, dia 24 de janeiro.
Lideranças petistas mobilizando filiados e sindicalistas para “invadir” e tocar o terror em Porto Alegre, para pressionar os magistrados.

Tanto Lula quanto seus advogados e adoradores insistem na estratégia pouco inteligente de desqualificar quem vai julgar o ex-presidente. Do site Diário do Poder

Prefeito de Colniza, MT foi assassinado por 3 homens que já estão presos...

Três são presos suspeitos de executar

 prefeito a tiros em Colniza

Prefeito Esvandir Antônio Mendes foi assassinado na sexta-feira (15); suspeitos foram presos neste sábado (16), quando chegavam a Castanheira.


Por G1 MT
 
Suspeitos foram presos por policiais do Garra e foram encaminhados para interrogatório (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)Suspeitos foram presos por policiais do Garra e foram encaminhados para interrogatório (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)
Suspeitos foram presos por policiais do Garra e foram encaminhados para interrogatório (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)
Três homens foram presos suspeitos de executar o prefeito de Colniza, a cerca de 1 mil quilômetros de Cuiabá, e de tentarem matar o secretário de Finanças do município. O prefeito Esvandir Antônio Mendes (PSB), de 61 anos, foi morto a tiros na sexta-feira (15). O secretário Admilson Ferreira dos Santos, de 41 anos, também foi atingido por disparos. As prisões foram efetuadas pelo Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra) da Polícia Civil.
Os suspeitos, identificados como Zenilton Xavier de Almeida, Antônio Pereira Rodrigues Neto e Welisson Brito Silva, foram presos em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira, a 893 km e 780 km de Cuiabá, respectivamente. O G1 não localizou a defesa dos suspeitos. O motivo do crime ainda não foi esclarecido.
Antônio é morador de Colniza e apontado como o suposto mandante do crime, tendo também participado da execução do prefeito, segundo a polícia. Ele teria contratado os dois comparsas no Pará para participarem da ação. Eles foram encaminhados para serem interrogados por Edison Pick, titular de Colniza, e Caio Álvares de Albuquerque, da força-tarefa de Cuiabá.
Suspeitos foram levados para a Delegacia da Polícia Civil de Colniza (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)Suspeitos foram levados para a Delegacia da Polícia Civil de Colniza (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)
Suspeitos foram levados para a Delegacia da Polícia Civil de Colniza (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)
De acordo com a polícia, o trio estava em um Uno cinza no momento em que foram abordados pelos policiais do Garra, a cerca de 20 km de Castanheira, já tendo abandonado o carro que foi utilizado para perseguirem o prefeito e cometerem o crime, apontado como um SUV de cor preta. Esse último veículo foi localizado e está sendo analisado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Dentro do automóvel foram apreendidos R$ 60 mil, em dinheiro, que seria o pagamento pela execução do prefeito. As armas usadas no crime foram encontradas jogadas em um rio. O Corpo de Bombeiros foi acionado para retirá-las.
Prefeito de Colniza, Esvandir Mendes, conhecido como Vando Colnizatur, tinha 61 anos (Foto: Arquivo Pessoal)Prefeito de Colniza, Esvandir Mendes, conhecido como Vando Colnizatur, tinha 61 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Prefeito de Colniza, Esvandir Mendes, conhecido como Vando Colnizatur, tinha 61 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

O crime

As investigações apontam que o prefeito conduzia uma caminhonete preta e estava acompanhado do secretário de Finanças, sendo interceptado pelos suspeitos a cerca de 7 km da entrada da cidade.
Os executores efetuaram vários disparos contra o prefeito, que ainda conseguiu dirigir, mas morreu já no perímetro urbano da BR-174. Dois disparos feriram a perna esquerda e as costas do secretário, sendo um na perna esquerda e outro nas costas. O quadro de saúde do secretário é estável.
Dezenas de pessoas compareceram ao velório do prefeito de Colniza, no ginásio da cidade (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)Dezenas de pessoas compareceram ao velório do prefeito de Colniza, no ginásio da cidade (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)
Dezenas de pessoas compareceram ao velório do prefeito de Colniza, no ginásio da cidade (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)
O corpo do prefeito foi velado em um ginásio, na região central da cidade, neste sábado. O velório foi encerrado por volta das 14h [horário de Mato Grosso]. O corpo será transladado para Ji-Paraná (RO), onde deve ser enterrado no domingo (17).

Município mais violento

Colniza já foi considerado o município mais violento do país, em 2007, segundo levantamento do Mapa da Violência. De acordo com o estudo, a taxa de homicídios em Colniza foi de 165,3 casos a cada 100 mil habitantes.
Em março deste ano, o ex-vereador Élpido da Silva Meira (PR), de 53 anos,também foi assassinado a tiros dentro de casa, em Colniza. Ele foi atingido por disparos no tórax, segundo a Polícia Militar, quando chegava na residência. Nada foi levado da casa pelos suspeitos.
A região de Colniza é conhecida como uma área de conflitos agrários. Em abril deste ano, nove trabalhadores rurais foram assassinados na gleba Taquaruçu do Norte, naquele município. A motivação dos crimes seria a extração de recursos naturais da área.
Localização do município de Colniza, onde o prefeito foi assassinado a tiros (Foto: Roberta Jaworski/G1)Localização do município de Colniza, onde o prefeito foi assassinado a tiros (Foto: Roberta Jaworski/G1)
Localização do município de Colniza, onde o prefeito foi assassinado a tiros (Foto: Roberta Jaworski/G1)

Prefeitos assassinados

Em 2017, outros três prefeitos foram mortos em circunstâncias semelhantes no Brasil. No Pará, em maio deste ano, Diego Kolling (PSDB), prefeito de Breu Branco, morreu depois de ser atingido por disparos enquanto andava de bicicleta. O caso foi encerrado e seis pessoas foram presas por envolvimento no assassinato.
Em julho, o prefeito de Tucuruí, Jones Willian (PMDB), também no Pará, foi baleado e morreu. Ele vistoriava uma operação tapa-buraco, quando dois homens em uma moto o abordaram e atiraram várias vezes. A mãe da vítima chegou a ser presa por envolvimento no crime.
Já no estado de Rondônia, o prefeito de Candeias do Jamari, foi assassinado ao chegar em casa. Conforme a polícia, o prefeito estava dentro do próprio carro que levou os tiros de pistola. Seis envolvidos no crime foram presos e devem ser julgados em 2018.