PIB é a prova dos 9
seg, 02/12/13
por Thais Herédia |
A batalha pela mudança na percepção atual sobre a economia brasileira está no campo da comunicação. Uma briga feia entre os números, as mensagens do governo e a análise dos economistas. O clima tende a acirrar em ano de eleição, com a chegada de mais um lado do caso – os políticos.
Antes de chegarmos lá, tem número que, sozinho, sai na frente de qualquer interpretação. Caso do resultado do PIB calculado pelo IBGE. O instituto, um contador oficial do país, divulga nesta semana três (ou quatro) dados que revelam muito mais sobre o andar da carruagem do que gostariam ou enxergam os humanos.
O mais importante dos dados do IBGE desta semana é o resultado do PIB do terceiro trimestre deste ano. O consenso entre os economistas é para um desempenho negativo, pouca coisa abaixo de zero. Um contraponto diante do resultado surpresa do trimestre anterior – alta de 1,5%.
Logo em seguida, o IBGE divulgará o comportamento da indústria em outubro. Depois de subir 0,7% em setembro, a expectativa gira em torno de zero para o período seguinte. Este sobe-e-desce do setor está resistente, incansável, desviando uma leitura mais clara de como vai se segurar no futuro próximo.
Antes da semana acabar, lá vem o IBGE de novo com o resultado do IPCA de novembro. Deve vir aí um número muito próximo do que aconteceu em outubro – algo perto de 0,57%. Assim sendo, a inflação acumulada em 12 meses pode atingir o menor patamar do ano, podendo ficar abaixo do IPCA do ano passado, que foi de 5,84%.
Nesses três dias de exposição, os diretores do IBGE podem divulgar uma revisão do resultado do PIB do ano passado, incorporando o desempenho do setor de serviços, que amplia seu peso no cálculo. A presidente Dilma Rousseff antecipou para um jornal espanhol que a economia em 2012 cresceu 1,5% e não 0,9%. Espera-se que ela não tenha brincado em serviço.
O mais provável é que a revisão seja divulgada nesta terça-feira, dia 3, junto com o PIB do trimestre passado. Vai ser a prova dos 9 para a força da economia brasileira. E vai causar um alvoroço no campo da comunicação sem, necessariamente, alguém surgir como líder da batalha atual.