Muhammad Ali morreu por conta de um choque séptico, diz porta-voz
Funeral será na próxima sexta-feira, em Louisville, cidade natal de Ali.
Na cerimônia, discursarão o ex-presidente Bill Clinton e o ator Billy Crystal.
O ex-boxeador Muhammad Alimorreu por conta de um choque séptico devido a causas naturais não especificadas, afirmou um porta-voz da família neste sábado (4), em entrevista coletiva.
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O funeral de Ali para o público será na próxima sexta-feira, em Louisville, cidade natal do esportista, no estado americano de Kentucky. A família terá uma cerimônia privada, um dia antes.
O ex-campeão dos pesados morreu nesta sexta-feira (3), aos 74 anos, em Phoenix, no Arizona. Considerado um dos maiores lutadores de todos os tempos, ele havia sido internado na quinta (2), com problemas respiratórios.
No funeral, discursarão o ex-presidente americano, Bill Clinton, o ator Billy Crystal e o jornalista esportivo Bryant Gumbel. O ex-campeão deixa a mulher, Lonnie Williams, e nove filhos
A lenda do boxe - cujo Mal de Parkinson alguns atribuíam aos golpes recebidos durante a carreira - tinha sido internada no fim de 2014 e no começo de 2015, por pneumonia e infecção urinária, e suas aparições públicas eram cada vez mais raras.
Vida e carreira
Quando estava em atividade, Ali se proclamou "o maior, mais ousado e mais bonito" lutador do mundo. No auge da carreira como pugilista, dizia que "podia flutuar como uma borboleta, mas picar como uma abelha".
Quando estava em atividade, Ali se proclamou "o maior, mais ousado e mais bonito" lutador do mundo. No auge da carreira como pugilista, dizia que "podia flutuar como uma borboleta, mas picar como uma abelha".
Ali foi o primeiro boxeador a ganhar o mundial dos pesados três vezes. No ringue, foram 57 vitórias, sendo 37 delas por nocaute, e 5 derrotas.
Como amador, conquistou a medalha de ouro olímpica aos 18 anos, nas Olimpíadas de Tóquio, mas vítima de racismo em um restaurante nos EUA, jogou a medalha no Rio Ohio..
Ali nasceu em Louisville, Kentucky, em 17 de janeiro de 1942, como Cassius Marcellus Clay Jr. Mais tarde, ele mudou seu nome para Muhammad Ali, após se converter ao Islã.
Nos anos 60, falou contra o racismo e contra a Guerra do Vietnã. Em 1967, se recusou a servir o exército americano na Guerra do Vietnã e criticou o envio de militares para o conflito. Acabou perdendo o título mundial e ficou afastado do boxe por três anos.
Com apenas 22 anos e ainda como Cassius Clay, conquistou seu primeiro título dos pesados ao vencer Sonny Liston no dia 25 de fevereiro de 1964, em Miami, Flórida. Clay usou sua velocidade e jogo de pernas - que marcaram sua carreira - para derrotar o lento Liston, que abandonou a luta no sexto round.
Em 25 de maio de 1965, já como Muhammed Ali, voltou a enfrentar Liston em Lewiston, no Maine, para derrubar o desafiante logo no primeiro round.
Ali enfrentou Joe Frazier no Madison Square Garden. No dia 8 de março de 1971, com 50 países transmitindo o combate em Nova York, Ali começou dominando os três primeiros rounds, mas Frazier assumiu o controle a partir do quarto assalto - com uma série de ganchos - e encurralou o adversário no final. Frazier manteve o título por decisão unânime dos juízes, impondo a Ali sua primeira derrota profissional.
Ali só voltou a ser campeão mundial em outubro de 1974, depois de vencer o grande rival George Foreman, em Kinshasa, no Zaire, hoje chamado República do Congo, em uma luta que muitos consideram a maior de todos os tempos.
Outra luta antológica ocorreu em Manila, nas Filipinas, a terceira contra Frazier, que treinou intensamente para o combate realizado em outubro de 1975.
O treinador de Frazier, Eddie Futch, jogou a toalha no 15º round, apesar das suas objeções, e Ali venceu outro combate épico.
O título foi perdido em fevereiro de 1978, com derrota para Leon Spins, e reconquistado na revanche, em setembro do mesmo ano.
A carreira profissional de Ali terminou com uma derrota por pontos para Trevor Berbick, no dia 11 de dezembro de 1981, no Queen Elizabeth Sports Centre de Nassau.
Em 1996, Ali emocionou o mundo ao acender a pira olímpica dos Jogos de Atlanta, já tremendo por causa do Mal de Parkinson.
Ele foi coroado como o "Esportista do Século" pela Sports Ilustrated e "Personalidade Esportiva do Século" pela BBC.
Além da fama pela habilidade dentro dos ringues, ele ficou conhecido por seu ativismo na área de direitos civis e pela poesia que escrevia - algo que transcendeu as fronteiras do esporte, da raça e da nacionalidade.