De Ricardo Setti para Sócrates
A morte de Sócrates, o grande craque, doi e revolta.
"Sócrates não foi apenas um dos grandes craques da história do futebol brasileiro, o gênio de calcanhar de ouro, dos dribles surpreendentes para quem tinha seu porte físico, da visão inteligente e criativa de jogo."
"Sócrates foi um brasileiro de seu tempo, preocupado com seu país e sua gente. Líder da democracia corintiana, foi aos palanques da campanha das Diretas-já em pleno regime militar, sempre se lixando para o que pensavam ou poderiam fazer os cartolas de clube ou os mandachuvas da CBF."
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"Um homem reto, bom, generoso. Até hoje tenho – sob guarda de meu filho Daniel –, a camisa 8 que ele tanto honrou e que me deu na concentração da Seleção em Mas Badó, nas proximidades de Barcelona, no dia seguinte à histórica vitória de 3 a 1 sobre a Argentina, com Maradona e tudo, e às vésperas da fatídica e injusta derrota para a Itália que colocou fim ao sonho do time de Telê Santana levantar a Copa FIFA.
O tamanho da figura de Sócrates para o Corinthians e o futebol brasileiro tornariam desejável que tivesse um velório no qual pudesse ser homenageado por muitos milhares de torcedores — na sede do Corinthians, no Estádio do Pacaembu, na Assembleia Legislativa do Estado, onde fosse. A família, porém, cuja vontade deve ser respeitada, preferiu uma cerimônia menos ruidosa em Ribeirão Preto, a 330 quilômetros de São Paulo, a cidade onde se radicaram seus pais, paraenses, e onde nasceram vários dos irmãos do Doutor, como Raí..."
Hoje, deixando de lado qualquer objetividade jornalística, choro por ele.