Lava-Jato
Construção do Itaquerão foi presente ao ex-presidente Lula, afirma Emílio Odebrecht
Reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo detalha informações do acordo de delação premiada do presidente do Conselho de Administração da construtora Odebrecht
O Itaquerão está na mira da Lava-Jato...
É o que afirma a reportagem publicada neste domingo no jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Emílio Odebrecht. Conforme o jornal, o presidente do Conselho de Administração da Organização Odebrecht afirmou que a construção da Arena do Corinthians, o Itaquerão, foi uma espécie de presente ao ex-presidente, que torce para o clube.
É o que afirma a reportagem publicada neste domingo no jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Emílio Odebrecht. Conforme o jornal, o presidente do Conselho de Administração da Organização Odebrecht afirmou que a construção da Arena do Corinthians, o Itaquerão, foi uma espécie de presente ao ex-presidente, que torce para o clube.
O 'presente' teria sido em retribuição aos êxitos obtidos pela empreiteira durante período em que Lula esteve na presidência do país. Entre 2003 e 2015, a Odebrecht viu seu faturamento passar de R$ 17,3 bilhões para R$ 132 bilhões. Segundo a reportagem, Emílio, que é pai de Marcelo Odebrecht – preso na Operação Lava-Jato e condenado a 19 anos de prisão – era o principal interlocutor de Lula com a empresa, e teria pressionado cerca de 80 executivos do grupo a buscar acordos de delação premiada.
Leia mais
Três policiais legislativos presos pela PF são liberados
"Fatos são gravíssimos", diz juiz que mandou prender chefe da Polícia do Senado
Cunha recorre ao Supremo para deixar prisão
Leia mais
Três policiais legislativos presos pela PF são liberados
"Fatos são gravíssimos", diz juiz que mandou prender chefe da Polícia do Senado
Cunha recorre ao Supremo para deixar prisão
Palco de abertura da Copa do Mundo do Brasil, em 2014, a Arena Corinthians foi construída entre 2011 e 2014 e custou R$ 1,2 bilhão – R$ 380 milhões a mais do que a estimativa inicial de R$ 820 milhões –, e foi financiada com recursos do BNDES (R$ 400 milhões), títulos da prefeitura de São Paulo (até R$ 420 milhões) e empréstimos em bancos.
Ainda segundo o jornal, a ideia da construção de um estádio para o Corinthians partiu de Lula, que atribuía a falta de bons resultados do time ao fato de a equipe não possuir uma casa própria. O clube não tem conseguido arcar com o pagamento das parcelas de R$ 5,7 milhões mensais ao BNDES, e negocia junto à instituição uma carência maior. Se não conseguir vencer o pagamento das parcelas, o Corinthians pode perder o estádio para a Odebrecht.
Emílio também relatou que mantinha encontros regulares com Lula. Uma das vantagens obtidas para a empresa nesses encontros foi a ajuda do então presidente para expandir os negócios da Odebrecht para a América Latina e África.
Em nota enviada à Folha, o advogado Cristiano Zanin Martins, que cuida da defesa do ex-presidente Lula, desqualificou o conteúdo das delações, como a de Odebrecht.
– A Lava-Jato não conseguiu apresentar qualquer prova sobre suas acusações contra Lula. Se a delação já não serve apra provar qualquer fato, a especulação de delação é um nada e não merece qualquer comentário – concluiu.