Dinheiro público no Itaquerão chega a R$ 581 mi, mais que o custo de seis estádios da Copa
O cálculo considera os incentivos destinados pela prefeitura de São Paulo ao Corinthians (R$ 420 milhões em créditos tributários), a construção de arquibancadas móveis com 20 mil lugares que serão bancadas pelo Estado de São Paulo (a um custo estimado pela Odebrecht, que constrói o estádio, de R$ 70 milhões) e a renúnicia fiscal do governo federal através do Recopa (Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol), estimada em R$ 91 milhões e obtida pelo Corinthians na sexta-feira.
O valor da renúncia representa 10% do valor total da obra do estádio, excetuando a parte bancada pelo governo estadual. Isso porque a assessoria de imprensa do Corinthians informou que o incentivo fiscal concedido pelo Recopa não implica em redução do custo da obra, uma vez que o orçamento da arena foi calculado considerando que o estádio conseguiria as isenções.
Assim, o valor do estádio sem a parte do governo estadual (R$ 820 milhões), representaria 91% do custo total sem os incentivos federais. Dessa forma, sem a isenção, o preço seria de R$ 911 milhões. Como a economia de impostos pelo Recopa é de cerca de 10%, R$ 91 milhões é a renúncia federal com o estádio corintiano.
Além dos recursos públicos injetados no estádio do Corinthians, há um financiamento de R$ 400 milhões provido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que finaliza a composição financeira da obra. Tal montante não foi incluído no cálculo porque trata-se de um empréstimo, que deverá ser pago de volta ao banco estatal. Caso não seja, o fiador é o Banco do Brasil.