• • atualizado às 20h00
Imagens de cinegrafista da Band podem
revelar autor de explosão no RJ
Delegado que cuida do caso pede ainda depoimentos de profissionais de imprensa na tentativa de identificar o suspeito de acender artefato
A Polícia Civil do Rio de Janeiro já está de posse das imagens feitas pelo cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, atingido na quinta-feira gravemente por um artefato explosivo durante a manifestação contra o aumento do preço da passagem de ônibus municipal, no centro da cidade.
De acordo com o delegado titular da 17º DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, que está à frente das investigações, "o próprio Santiago pode ter feito uma panorâmica (antes da explosão) e ter gravado o autor do crime. A gente está analisando". Imagens da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), do Comando Militar do Leste (CML), da prefeitura e da própria Supervia também auxiliarão na busca, ao menos, pela fisionomia da pessoa que acende o rojão.
No entanto, Maurício Luciano explica que será difícil identificar plenamente o suspeito nessas imagens de circuito da Prefeitura, do CML e da CET-Rio, pois, pelo que já foi analisado, "as imagens estão muito abertas, sem zoom, só uma panorâmica da praça e não dá para individualizar a conduta".
Desta forma, ele pede para que profissionais de imprensa que presenciaram o momento da explosão, como os jornalistas da rede britânica BBC, por exemplo, deem o seu depoimento, em anonimato, para auxiliar as investigações. "Tem o mesmo valor de uma prova técnica. Se um cinegrafista ou jornalista visualizou o momento que essa pessoa deflagrou (o artefato), isso já basta para gente", disse. A repórter Fernanda Corrêa, que acompanhava Santiago no momento da explosão, já prestou depoimento auxiliando as investigações.
A Polícia Civil também está em busca de imagens nas redes sociais na internet em busca de alguma publicação que ajude na elucidação completa dos fatos e na captura desse suspeito, que responderá por tentativa de homicídio qualificado mediante uso de explosivo, mais crime de explosão por causar perigo para as pessoas. A pena pode chegar a 35 anos de reclusão, somados os dois artigos.