23/04/2015 22h47 - Atualizado em 23/04/2015 22h58
Sartori deve atrasar parcela da dívida com a União para pagar servidores
Medida foi definida em reunião na noite desta quinta, no Palácio Piratini.
Governador foi à Brasília tentar recursos, mas voltou sem nada.
Do G1 RS
Após se reunir em Brasília com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e voltar sem recursos, o governador José Ivo Sartori deve anunciar na manhã desta sexta-feira (24) em entrevista coletiva que o governo do Estado vai atrasar o pagamento da parcela da dívida do Estado com a União para pagar em dia a folha de abril do funcionalismo público.
Segundo a Rádio Gaúcha, a decisão foi discutida em reunião na noite desta quarta (23) entre Sartori e os secretários do governo, no Palácio Piratini, após o retorno de governador da capital federal.
Sartori foi à Brasília solicitar o pagamento de repasses federais atrasados no valor de quase R$ 200 milhões. São R$ 150 milhões do Fundo de Incentivo às Exportações, atrasado desde janeiro, e outros R$ 48 milhões da Lei Kandir, que compensa as perdas dos estados exportadores com a isenção de ICMS. A União não depositou as parcelas dos primeiros quatro meses de 2015.
Joaquim Levy, no entanto, disse que o pedido seria examinado, mas que o governo não poderia atender ao pedido já que também se encontra em um momento delicado, trabalhando em medidas de ajuste fiscal. Após a reunião, o governador não confirmou se haverá ou não parcelamento de salários.
“O ministro também conhece a realidade financeira do Rio Grande, mas nós tínhamos que conversar, dialogar, até porque esses recursos não vieram até hoje para o estado e nós precisamos que eles viessem por que isso faz parte de todo o remanejamento que nós sempre fizemos para tentar saldar as questões da política salarial”, disse Sartori.
No mês passado, o Piratini teve dificuldades para equilibrar as finanças e conseguir pagar os salários dos servidores em dia. Durante mais de um mês, representantes do Executivo deram entrevistas dizendo que os vencimentos poderiam ser parcelados. Diante da possibilidade, entidades e sindicatos entraram na Justiça para tentar garantir o pagamento, o que acabou acontecendo sem necessidade de intervenção judicial.