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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

"Delações premiadas descem as encostas partidárias como lavas vulcânicas, ameaçando carbonizar biografias comprometidas por práticas políticas degeneradas"

Morte anunciada

Delações premiadas descem as encostas partidárias como lavas vulcânicas, ameaçando carbonizar biografias comprometidas por práticas políticas degeneradas
Morte (Foto: Arquivo Google)
Paulo Guedes, O Globo
O leitor assiste em tempo real aos esforços de aperfeiçoamento institucional de uma sociedade aberta em construção.
A decisiva atuação da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, permitiu ao país transpor em apenas uma semana um abismo de perplexidade e apreensão causado pelo falecimento de outro eminente ministro à frente do mais importante julgamento da história política brasileira.
A vigilância da opinião pública informada, entretanto, abriga suspeitas. Após a “gentileza” dos mais idosos ministros da Primeira Turma do STF a Luiz Edson Fachin, que se voluntariou para transferência à Segunda Turma, o peculiar algoritmo “sorteou” justamente o novato para a relatoria dos processos da Operação Lava-Jato.
Um ministério foi criado por Temer para blindar a bússola de seu partido e arquiteto da Ponte para o Futuro, que viabilizou seu governo, e outro para cimentar a adesão do PSDB à sua base parlamentar.
Teriam sido também ofensivas à sensibilidade da opinião pública e desrespeitosas à memória da ex-primeira-dama articulações políticas em seu velório. Conversas impróprias em local inadequado. Que promovam no Congresso a tardia reforma política.
Já as reformas previdenciária e trabalhista devem avançar no Legislativo após as eleições dos novos presidentes do Senado e da Câmara.
A inflação desce graças à ancoragem do teto de gastos públicos na política fiscal e ao regime de metas de inflação na política monetária, mas persistem o desemprego em massa e as expectativas de um pífio crescimento.
Os mercados financeiros seguem celebrando em 2017 as expectativas de um futuro melhor. Caem os juros e o dólar, sobe a bolsa, e a economia já bateu no fundo do poço. Mas não há perspectivas de uma dinâmica de crescimento que nos tire de lá.
A erupção vulcânica da Lava-Jato continua emitindo magma abundante a altíssimas temperaturas.
As lavas derramadas pelas delações premiadas descem as encostas partidárias, ameaçando carbonizar biografias por práticas degeneradas da Velha Política.  Além das 77 delações da Odebrecht já homologadas, devem jorrar em breve jatos de uma nova vertente anunciada por Eike Batista.
Um importante delator assegurou-me, em acidental conversa de ponte aérea, que a Velha Política morre em 2017.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A legislação penal do Brasil tende para ajudar o infrator criminal ... Faz parte da cultura penal do país !


Coordenador da Lava Jato defende que a Polícia Federal possa fechar delações premiadas

Em audiência na Câmara dos Deputados, o delegado Igor Romário diz que legislação não pode retroceder


BÁRBARA LOBATO
06/10/2016 - 11h25 - Atualizado 06/10/2016 11h47

O delegado da polícia federal Igor Romário de Paula (Foto: Redprodução)
O coordenador da Operação Lava Jato na Polícia Federal (PF), o delegado Igor Romário, disse em audiência na Câmara dos Deputados, na manhã desta quinta-feira (6), que a PF deve ter a prerrogativa de fechar delações premiadas. Trata-se de uma contestação aos defensores de que só o Ministério Público (MP) deveria ter essa possibilidade. “Não faz sentido retroceder à legislação de 2013 e concentrar a delação premiada em uma única instituição”, afirmou.
Nos bastidores, por sua vez, a PF tem ficado contra a delação premiada que a Odebrecht está negociando com o MP. Os policiais acreditam haver provas suficientes para continuar a investigação contra a empreiteira sem a necessidade de conceder benefícios a ela a esta altura.