Equipe de delegados que atua em inquéritos do Supremo Tribunal Federal será ampliada. Meta é concluir inquéritos envolvendo políticos antes da eleição.
Por Camila Bomfim, TV Globo
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Polícia Federal define nova equipe da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) concluiu o processo de escolha de delegados para a nova equipe responsável por investigar políticos e atuar em inquéritos da Lava Jato.
Com a escolha da equipe da Lava Jato, o número de delegados passa de 9 para 17. A meta, segundo Ricas, é concluir os 273 inquéritos em andamento sobre políticos com foro no Supremo Tribunal Federal, sendo 124 exclusivamente da Lava Jato.
O delegado Josélio Azevedo de Souza segue liderando os trabalhos no cargo de coordenador de combate à corrupção e ao crime organizado. Josélio de Souza já chefiou os trabalhos da Lava Jato e é especializado em investigações sobre desvios de recursos públicos. Internamente é tido como um delegado técnico e discreto na condução das investigações .
Os delegados da Lava Jato foram escolhidos nos estados e a permissão para trabalharem em Brasília foi acertada em reunião da direção da PF com todos os superintendentes. A equipe final era muito aguardada após a mudança na direção-geral da PF, que ocorreu em novembro, quando o delegado Fernando Segovia foi escolhido para o cargo.
O nome dele foi uma escolha pessoal do presidente Michel Temer, que foi aconselhado pelo ex-presidente e ex-senador José Sarney , o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha e pelo ministro do TCU Augusto Nardes.
Segundo o site O Antagonista, um perito da Polícia Federal conseguiu extrair a denominada “chave secreta” em teste com as urnas eletrônicas que vêm sendo submetidas a testes de segurança tendo em vista as eleições de 2018. Grupos de especialistas que participaram do teste de segurança das urnas eletrônicas conseguiram invadir o sistema e detectar diversas falhas. O TSE - segundo O Antagonista - admitiu o problema e prometeu corrigir as falhas. Como têm advertido diversos especialistas em segurança do voto eletrônico as velhas urnas em uso há mais de 20 anos pelo TSE não oferecem segurança além de não possuir nenhum mecanismo que permita uma auditoria.
Segundo esses especialistas, as máquinas de votação de nova geração permitem além do voto eletrônico também o voto impresso simultâneo que fica depositado em uma urna para eventual auditoria. Mesmo assim, alguns especialistas ainda vêem perigo de fraude. Um desses especialistas disse recentemente a este blog que teria de haver a assinatura de autoridade eleitoral em todos rolos de papel que registramcada voto eletrônico e que vão ser lidos em máquina que faz a totalização dos votos. Sem um mecanismo de segurança confiável permanece a possibilidade de fraude na contagem dos votos, como a possibilidade de troca desses rolos por outros de programação diferente. Enfim, continua pesando a fundada desconfiança dos eleitores quanto à lisura do pleito e, sobretudo, o processo de apuração dos votos.
MPF e PF tentam recuperar R$ 5 bilhões após fraudes em comércio de combustíveis
Investigações indicam que laranjas recebiam de R$ 1 mil a R$ 10 mil, e quadrilha simulava processo para escapar de fiscalizações. Caso foi descoberto durante fiscalização da Receita em Paulínia (SP).
Por Bruno Tavares, Jornal Hoje
PF descobre um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro e desvio de impostos do Brasil
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal tentam recuperar R$ 5 bilhões que teriam sido desviados dos cofres públicos por meio de um suposto esquema criado para sonegação de impostos e fraudes na comercialização de combustíveis. As apurações indicam que laranjas ganharam de R$ 1 mil a R$ 10 mil da quadrilha de empresários para "alugar os nomes".
O caso foi descoberto durante uma fiscalização de rotina da Receita Federal realizada em 2012, na cidade de Paulínia (SP). Ela indica que a distribuidora Euro-Petróleo do Brasil teria movimentado quase R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2010, mas não fez a declaração de rendimentos. Com isso, de acordo com os investigadores, trata-se de um dos maiores desviados de dinheiro ocorrido no país.
Em agosto, a Justiça expediu 24 mandados de prisão temporária e 20 suspeitos foram presos. O empresário Miceno Rossi Neto é apontado como um dos principais responsáveis pelo golpe. Ele chegou a ficar foragido e teve nome me incluído na lista de procurados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), antes de se entregar à PF em setembro.
Como funcionava?
O delegado Victor Rodrigues Alves Ferreira, da Delegacia de Repressão à Corrupção por Crimes Financeiros, explica que a quadrilha usava laranjas para abertura de empresas para a proteção dos próprios patrimônios, e muitos deles sabiam que estavam "alugando os nomes" para o esquema.
"Em geral, pessoas humildes. A gente tem de todo tipo de pessoas. Tem até empresários que recebiam cerca de R$ 10 mil por mês, mas também temos o caso de um laranja que é cortador de cana [...] ganhava pouco mais de R$ 1 mil por mês", explica o policial.
De acordo com a investigação, os suspeitos compravam etanol das usinas e não pagavam imposto de 33%. Com isso, vendiam o combustível por preço mais baixo aos consumidores, o que prejudicou concorrentes na região e fez com alguns deles quebrassem.
Outro golpe
De acordo com a polícia, a quadrilha também falsificava títulos da dívida pública da União para dar a impressão de que valores expressivos teriam de ser recebidos do governo federal.
Um dos integrantes teria afirmado que uma empresa receberia R$ 32 bilhões da União em 2003, o que era mentira, segundo os investigadores. O grupo não tinha nada a receber, mas usava papéis falsos como garantias durante levantamentos financeiros de empréstimos.
Além disso, quando a Receita se aproximava para cobrar impostos atrasados, a quadrilha de empresários simulava processo judicial em que a empresa devedora era alvo de ação ajuizada por outra companhia do grupo. No entanto, de acordo com a PF, tudo já estava combinado e era uma forma da empresa passar os bens para outra e não pagar os tributos.
Outra ação da quadrilha era deixar laranjas respondendo aos processos. Depois disso, buscavam novas vítimas para abrir novas empresas e recomeçar a ação criminosa, informou a polícia.
"Até o momento, ele [Rossi Neto] e as pessoas a ele associadas já têm uma dívida ativa, ou seja, que não comporta mais recursos na esfera administrativa, de R$ 5 bilhões. [...] Em grande parte, nós já entramos há algum tempo com pedido de sequestro e arresto dos bens e imóveis, de dinheiro que eles mantinham em contas bancárias, tanto os principais sonegadores quanto os familiares, em nome de quem eles colocaram empresas de participação quanto empresas", afirma Ferreira.
O advogado de Neto, José Luis Oliveira Lima, afirmou que questiona as investigações da PF na Justiça e alega que não recebeu os autos. Questionado sobre a reportagem do Jornal Hoje sobre os motivos, ele não respondeu até a publicação desta reportagem.