http://www.digestivocultural.com/blog/post.asp?codigo=1882&titulo=A_morte_absoluta&utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
Morrer.
Morrer de corpo e alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante.
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança duma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."
Morrer mais completamente ainda,
— Sem deixar sequer esse nome.
Manuel Bandeira, no Casmurro, um blog que eu acabei de descobrir.
Julio Daio Borges
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terça-feira, 3 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Uma exposição do talento de Daniel Piza por Júlio Daio Borges em o "Digestivo Cultural"
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3480&titulo=Encontros_(e_desencontros)_com_Daniel_Piza
* Lamento, sinceramente, não ter tido mais encontros com o Daniel Piza. Perdi alguém que, além de uma admiração, foi uma espécie de mentor. Quase um irmão mais velho que o jornalismo cultural me legou. E perdi um intelocutor como poucos. Gostaria de dizer, ainda, que perdi um amigo, se não estivéssemos, muitas vezes, em arenas opostas, e se tivéssemos sabido aproveitar mais a amizade, pura e simples. O Daniel vai ficar como um dos grandes do nosso jornalismo, podendo se ombrear com os maiores de qualquer época, e de qualquer país, na editoria de cultura. Talvez como a bossa nova, na frase de Caetano Veloso, o jornalismo brasileiro não tenha sabido merecê-lo. Sua erudição era autêntica (fui testemunha) e a lista de coisas que lia e/ou acompanhava sempre me exasperava. Minha salvação, aliás, foi ter desistido de ser o Daniel Piza, no tempo do "Fim de Semana", e ter procurado meu próprio caminho, através do Digestivo. <http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3480&titulo=Encontros_(e_desencontros)_com_Daniel_Piza>
Fernando Pessoa
* Lamento, sinceramente, não ter tido mais encontros com o Daniel Piza. Perdi alguém que, além de uma admiração, foi uma espécie de mentor. Quase um irmão mais velho que o jornalismo cultural me legou. E perdi um intelocutor como poucos. Gostaria de dizer, ainda, que perdi um amigo, se não estivéssemos, muitas vezes, em arenas opostas, e se tivéssemos sabido aproveitar mais a amizade, pura e simples. O Daniel vai ficar como um dos grandes do nosso jornalismo, podendo se ombrear com os maiores de qualquer época, e de qualquer país, na editoria de cultura. Talvez como a bossa nova, na frase de Caetano Veloso, o jornalismo brasileiro não tenha sabido merecê-lo. Sua erudição era autêntica (fui testemunha) e a lista de coisas que lia e/ou acompanhava sempre me exasperava. Minha salvação, aliás, foi ter desistido de ser o Daniel Piza, no tempo do "Fim de Semana", e ter procurado meu próprio caminho, através do Digestivo. <http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3480&titulo=Encontros_(e_desencontros)_com_Daniel_Piza>
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