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sábado, 3 de outubro de 2015

" “A CPMF é um ótimo imposto e deveria ser para sempre” ... Novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, psiquiatra


Governo 171 

Ricardo Noblat

Ganha um almoço grátis, incluídas bebida e sobremesa, no restaurante Barganha, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, quem apontar uma só cara nova no governo reformado da presidente Dilma Rousseff que tenha sido escolhida por sua reconhecida competência. Nem brilho se exige dela.
Não vale apontar o pau mandado de Eduardo Cunha, o deputado Celso Pansera, nomeado Ministro da Ciência e Tecnologia. Pansera é dono do Barganha. Mas não só por isso. Embora uma cara nova em meio a 30 ministros que só trocaram de cadeiras, ele não tem competência para o cargo que exercerá.
A outra cara nova do governo é o deputado Marcelo Castro, Ministro da Saúde e responsável por um orçamento de R$ 10 bilhões, o maior da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. À exemplo de Pansera, falta-lhe notório conhecimento para o desempenho da função. Virou ministro porque é do PMDB.
Devemos nos acostumar desde já com a propensão de Castro a falar muito. Com poucas horas no cargo, ele disse coisas do tipo: “A CPMF é um ótimo imposto e deveria ser para sempre”; “O povo pagará a CPMF sem sentir”; “Por mim, a CPMF seria cobrada no ato de pagar e no ato de receber”.
Castro foi secretário de Saúde do Piauí. A História nada registra de notável que ele tenha feito por lá. É médico psiquiatra. E talvez resida aí algo de diferente que Dilma viu nele, e de eventualmente precioso para o governo. Um psiquiatra pode fazer bem a um governo sem identidade, inseguro e hesitante.
A reforma conduzida por Lula atendeu a um único objetivo: garantir os votos necessários para enterrar na Câmara dos Deputados qualquer pedido de impeachment contra Dilma. Com um terço dos votos dos 513 deputados (171), Dilma se manterá no cargo até completar seu mandato. Hoje, ela tem muito mais do que isso.
Governo 171 (Foto: Arquivo Google)