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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Da coluna de Augusto Nunes // por Carlos Brickmann: 'A hora da verdade'

O ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., por escrito, no livro Assassinato de Reputações, e na TV ao vivo, em Roda Viva, acusou o ex-presidente Lula de ter sido informante da ditadura militar e disse que o ministro Gilberto Carvalho lhe contou que levava dinheiro desviado da Prefeitura de Santo André para José Dirceu. Disse que tem provas de tudo e vai publicar um segundo livro.
Verdade ou mentira? Este colunista gostaria de saber ─ e não é o único.
Só há uma maneira: quem foi atingido pelas acusações de Tuma Jr. deve processá-lo, por ofensa à honra e mais uma série de violações à lei. Como o ônus da prova cabe ao acusador, Tuma Jr. será obrigado a comprovar cada uma de suas acusações. Caso não o consiga, pode ser, conforme o tipo de processo, condenado a pagar indenizações ou a ser preso e cumprir pena. Ninguém pode disparar tantas acusações tão graves e infamantes sem ter provas concretas e suficientes.
Este colunista encontrou-se uma só vez com Tuma Jr., num evento público. Não o conhece, portanto, exceto pelo noticiário da imprensa. Não tem qualquer motivo, nem embasamento, para acreditar ou não em suas acusações. Mas, se os alvos de Tuma Jr. nada fizerem ─ como nada fizeram até hoje, dois meses após o lançamento do livro ─ será forçoso admitir que algum motivo têm para a inação. Que este colunista saiba, apenas um delegado, Mauro Marcelo Lins e Silva, citado no livro, está reagindo: disse que Tuma Jr. precisará de bons advogados.
Que os demais citados processem Tuma Jr., para que a verdade prevaleça.
Acorda, oposição! 
O PT está em plena campanha contra Tuma Jr., lotando redes sociais e mobilizando ativistas. E a oposição? Precisa com urgência comprar um relógio com despertador (e de marca internacional, que é tudo gente chiquérrima, tucano jamais poria no pulso uma imitação): não um clássico Baume&Mercier, um de seus favoritos, mas sem toque de despertar – talvez um Dorme, Monsieur.
Acredite… 
Em sua mensagem ao Congresso, Dilma disse que manterá os compromissos com a responsabilidade fiscal e o controle da inflação; e garantiu que o Governo levará a inflação para o centro da meta (que é de 4,5% ao ano, e foi superada em todos os anos do seu mandato). Dilma pediu que o Congresso respeite o pacto pela responsabilidade fiscal firmado em 2013. Os presidentes da Câmara e do Senado disseram que o Congresso não prejudicará as contas públicas.
…se…
No dia 22, Dilma e nutrida comitiva irão ao Vaticano, para assistir à sagração do arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, como cardeal. Da última vez em que esteve no Vaticano, Dilma e comitiva dispensaram a hospedagem na magnífica Embaixada do Brasil em Roma, o Palácio Doria Pamphili, e se instalaram num dos hotéis mais caros da cidade – gastando, segundo o Itamaraty, 125.990 euros. Em dinheiro de hoje, algo como R$ 410 mil. A comitiva alugou 17 automóveis.
…quiser
O Superior Tribunal de Justiça – que se intitula O Tribunal da Cidadania – está comprando mais treze automóveis “para transporte institucional”, por pouco mais de $ 890 mil. São veículos de representação para uso em São Paulo e Rio, para evitar que os magistrados, em viagem, tenham de – horror! – tomar táxi.
Devolvam! 
O Ministério Público de São Paulo sugere que sete empresas brasileiras e multinacionais, que considera envolvidas no cartel de reforma e modernização de trens do Metrô paulistano, admitam formalmente a culpa por lesar o Tesouro em R$ 675 milhões, e devolvam o dinheiro. Caso se recusem a fazê-lo, o promotor do Patrimônio Público, Marcelo Milani, ameaça pedir a dissolução judicial no país das multinacionais Alstom (França), Siemens (Alemanha), Bombardier (Canadá), Temoinsa (Espanha), mais as nacionais Tejofran, IESA e MPE.
Diz Milani que as empresas combinaram a divisão entre elas de dez contratos públicos, tudo isso entre 2008 e 2010, durante o Governo tucano de José Serra. Esta é só uma parte do problema: de acordo com as informações de entidades internacionais, os acertos começaram no Governo tucano de Mário Covas, nos anos 90, e se mantiveram nas gestões de seu sucessor, o também tucano Geraldo Alckmin.
Lembranças
MPE e Iesa têm tradição na engenharia. Já a Tejofran nasceu como terceirizadora de mão de obra. Foi fundada por Antônio Dias Felipe, compadre de Covas, padrinho de seu filho Zuzinha. Zuzinha também foi advogado da empresa. Dias Felipe é um dos instituidores da Fundação Mário Covas.
Justa homenagem.
Estranho debate
É estranho o debate sobre o beijo gay. Cada um beija quem quer. Quem gosta vê, quem não gosta troca de canal ou desliga. E o beijo gay da novela da Globo nem foi o primeiro da TV brasileira. Um dos grandes conhecedores da história da TV no país, o colunista James Akel, informa que o primeiro beijo gay (e interracial) na TV ocorreu há 24 anos, em 1990, na série Mãe de Santo, Rede Manchete, entre os atores Daniel Barcelos e Rai Alves.