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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Profissionais que vivem de palavras e argumentos trocam tapas em tribunal - Caso Bruno


Advogados de Bola e Bruno trocam tapas em tribunal

Jornal do Brasil
O julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de outros quatro réus pela morte de Eliza Samudio começou com atraso no Fórum de Contagem (MG). Os advogados Ércio Quaresma, defensor de Bola, e Rui Pimenta, advogado de Bruno, trocaram tapas. Quaresma disse que Pimenta tirou seus pertences da mesa reserva por ele e deu um tapa no peito do colega, que revidou com outro no braço. "Não me põe a mão", disse Pimenta ao dar o tapa no braço de Quaresma. 
A juíza Marixa Fabiane disse que cedeu o lugar para Pimenta após ele pedir e alegar que a mesa estava vaga. Após a juíza dar 5 minutos para a questão ser resolvida, os defensores ocupam a mesma mesa no plenário.
A juíza Marixa Fabiane diz que cedeu lugar para Pimenta após ele pedir e alegar que a mesa estava vaga.
Para a Polícia Civil e o Ministério Público, Eliza foi levada a Minas Gerais pelo amigo de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e pelo primo do goleiro, Jorge Lisboa Rosa, com a falsa promessa do reconhecimento da paternidade do filho da ex-modelo e um apartamento. A partir daí, Eliza teria sido mantida em cárcere privado no sítio de Bruno em Esmeraldas (MG), até ser levada por Bruno, Macarrão, Jorge e outro primo, Sérgio Rosa Sales, até a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a teria matado, dado partes do corpo dela a cães e sumido com o restante. Ainda de acordo com a polícia, a intenção do grupo era matar também o filho de Eliza, mas Bruno teria intercedido.
Bruno e Macarrão vão sentar no banco dos réus para responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. Bola também responderá pelos mesmos crimes e por ocultação de cadáver. As ex-mulheres do goleiro, Dayanne do Carmo (legítima) e Fernanda Gomes Castro (amante) serão julgadas pelos crimes de sequestro e cárcere privado. Os júris de Wemerson Marques Souza, o Coxinha, e de Elenílson Vítor da Silva, também acusados no processo, foram desmembrados e serão realizado no ano que vem.
O júri popular será um teste de resistência para todos os presentes no plenário, que vai ser totalmente ocupado por, pelo menos, 100 pessoas. Destas, 42 são jornalistas. O restante dos lugares está reservado para familiares. A previsão é a de que o julgamento dure três semanas e que os réus conheçam o resultado proferido pelo conselho de sentença por volta do dia 7 de dezembro. A mãe de Eliza Samudio, Sônia de Fátima Moura, veio do Mato Grosso para acompanhar o júri. "Quero que eles revelem onde está o corpo da minha filha. Eu tenho o direito de enterrá-la", clamou.
Dos 25 jurados pré-selecionados, sete foram sorteados no final da semana passada e já ficaram isolados em um hotel de Contagem, cada um acompanhado de um oficial de Justiça. O prédio do Fórum Pedro Aleixo passou por uma pequena reforma para abrigar o júri. Foram feitas adequações no forro, que tinha infiltrações, e o aumento das instalações elétricas. Desde a última quinta-feira, o local teve também a vigilância reforçada.
O júri será presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que por várias vezes bateu boca com os advogados nas audiências de instrução e também no julgamento de Bola pela morte do carcereiro. Os advogados afirmam que Marixa não poderia presidir o júri, já que o crime teria sido, segundo a polícia, em Vespasiano, uma outra comarca. Com pulso forte, a magistrada passou por todas as turbulências nos dois anos e meio de duração do processo e agora tentará encerrar o ciclo com o júri popular.
A acusação