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domingo, 24 de janeiro de 2016

"Petrobras é a maior investidora do país. Entre 2010 e 2014, ela foi responsável por 8,8% de tudo que foi investido no Brasil, um número que equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto." // DW

BRASIL

Como a Petrobras pode ajudar a tirar o Brasil do sufoco?

Maior investidora do país precisa se tornar mais enxuta, diminuir sua dívida e se concentrar em setores de retorno rápido, como o Pré-Sal, afirmam especialistas. "Petrobras tem impacto muito grande na economia", lembram.
O ano começou com mais notícias ruins na Petrobras. Segundo consultorias financeiras, a empresa já perdeu 85,5% do valor de mercado (ou mais de 430 bilhões de reais) desde 2008. Nesta semana, as ações da petrolífera estão sendo negociadas a menos de 5 reais, o menor valor desde 2003.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a turbulência econômica experimentada pelo Brasil é em parte causada pelos problemas na Petrobras, revelados pela Operação Lava Jato. A estatal foi a única empresa citada nominalmente num relatório do Fundo.
Em outubro, o Ministério da Fazenda já havia apontado a ligação entre a situação da Petrobras e a contração nos investimentos da empresa com os maus resultados da economia brasileira, indicando que ao menos dois pontos percentuais da retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 (que deve chegar a 3,6%, segundo estimativas do Banco Central) podem ser atribuídos aos problemas na estatal.
Isso ocorre porque a Petrobras é a maior investidora do país. Entre 2010 e 2014, ela foi responsável por 8,8% de tudo que foi investido no Brasil, um número que equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto.
À medida que a empresa começou a apresentar resultados negativos e se viu envolvida no turbilhão da Lava Jato, os investimentos diminuíram e isso afetou os resultados do país. "A Petrobras tem um impacto muito grande na economia, e essa queda nos investimentos não afetou só a empresa, mas também outras gigantes que dependem da estatal, como empreiteiras", afirma Eric Barreto, professor do Insper e diretor da consultoria M2M.
Em 2015, uma das versões do plano de negócios 2015-2019 previa investimentos de 130,3 bilhões de dólares, mas a previsão mais recente, divulgada na semana passada, inclui uma queda 25% para o período. Em 2016, os investimentos não devem passar de 20 bilhões de dólares – em 2014, eles alcançaram 37 bilhões de dólares.
Por esses cálculos, a redução nos próximos três anos deve ter um impacto negativo de quase 300 bilhões de reais na economia brasileira. "A redução de cada 1 bilhão de reais no investimento da Petrobras, se for considerado o efeito renda, impacta o PIB em 2,5 bilhões de reais", afirma o Ministério da Fazenda.
Medidas
Para analistas, há algumas medidas que a empresa pode tomar para recuperar suas finanças e voltar a ter um volume maior de recursos para investir e, consequentemente, ajudar a melhorar os resultados econômicos do país.
"A empresa precisa agora se concentrar em cumprir o seu propósito, que é a extração de petróleo. Para isso, precisa se desfazer de ativos para levantar recursos e amortizar parte da sua imensa dívida, além de melhorar a eficiência, cortando gordura em setores que podem ser aprimorados ou que demonstram inchaço", afirma o analista Fernando Marcato, da Go Associados, uma consultoria que também elaborou um estudo sobre o impacto negativo dos resultados da Petrobras no PIB. "Cortes e vendas de ativos significam um caixa melhor."
Para equilibrar as contas e fazer caixa, a empresa já tem apostado na venda de participações e empresas. A meta é que, entre 2015 e 2016, sejam vendidos ativos no valor de 15,1 bilhões de dólares. No ano passado, o valor alcançou apenas 700 milhões de dólares.
No final de dezembro, a Petrobras vendeu 49% da sua participação na Gaspetro para uma empresa japonesa. Segundo a imprensa brasileira, a estatal também estuda vender suas participações em empresas como a petroquímica Braskem, que está avaliada em 5,8 bilhões de reais. "O valor ainda é muito baixo, a empresa precisa passar confiança que realmente está empenhada em vender parte desses ativos para levantar recursos", afirma Barreto.
Segundo o especialista, a empresa tem que se empenhar em reestruturar a sua dívida. "A Petrobras precisa reduzir a alavancagem e também buscar proteção contra os riscos cambiais. Com a alta do dólar, esse talvez não seja um bom momento para tentar substituir o câmbio da dívida, mas isso é algo que tem ser considerado quando for possível", afirma.
Atualmente, a dívida da Petrobras ultrapassa meio trilhão de reais – a segunda maior entre as empresas da América, ficando apenas atrás do conglomerado GE. E o valor só tem aumentado com a disparada do dólar e a queda do preço do petróleo.
O professor também afirma que a empresa tem que concentrar investimentos em setores que deem retorno mais imediato, como a exploração do Pré-Sal. "A Petrobras tem a vantagem de contar com custos operacionais baixos. Ela tem que usar isso a seu favor, investindo nessas áreas para ter lucro mais rapidamente", afirma. Para Barreto, também é necessário demonstrar mais autonomia em relação ao governo para recuperar a confiança de eventuais investidores e parceiros.
Já para Marcato, a Petrobras precisa se tornar mais enxuta para ficar mais forte. "Nos últimos anos, a empresa se lançou em negócios que não tinham relação com seu propósito de extrair óleo, ela se expandiu para outros setores, tentou fazer de tudo, como se fosse uma obrigação. Essa é uma chance para ela se reestruturar", afirma.
Turbulências vão continuar
Para ambos os especialistas, os tempos em que a Petrobras bancava uma parte tão significativa do PIB com seus investimentos vultosos ficaram definitivamente para trás, mas medidas para melhorar a eficiência da empresa podem recuperar ao menos parte da sua capacidade de investimento, o que teria reflexos positivos no desempenho do país.
"Eu não vejo um cenário catastrófico, mas também não haverá recuperação no curto prazo. Mas essas medidas podem ajudar a Petrobras a melhorar o seu caixa", afirma Marcato. No final do ano passado, o presidente Aldemir Bendine já havia declarado que a recuperação da empresa é "um projeto de cinco anos".
Ambos os especialistas, no entanto, afirmam, que a petrolífera ainda deve enfrentar turbulências até lá. "No momento, a empresa enfrenta, além dos problemas de confiança, uma tempestade completa, com a baixa do petróleo e a alta do dólar", diz Marcato. "E este último fator tem impacto direto na dívida", lembra.

domingo, 25 de outubro de 2015

Arábia Saudita pode quebrar em 5 anos, alerta FMI / Exame

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/arabia-saudita-pode-quebrar-em-5-anos-alerta-fmi

Arábia Saudita pode quebrar em 5 anos, alerta FMI

2 - Arábia Saudita
São Paulo - Maior economia do Oriente Médio, a Arábia Saudita está em apuros.
A queda do preço do petróleo atingiu em cheio os grandes países exportadores, que agora tem que se ajustar a uma nova realidade.
O petróleo responde por 80% das receitas da Arábia Saudita e diversificar a economia nunca foi tão urgente, de acordo um novo relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional).
A previsão do fundo é que o país tenha um déficit de 21,6% em 2015 e 19,4% em 2016 - o pior resultado da região, com exceção de países em situação calamitosa como Líbia e Iraque.
Ainda em 2012, esse resultado era positivo em 12%. O balanço de conta corrente, positivo em dois dígitos nos últimos anos, deve entrar em território negativo em 2015 e 2016.
Dos 6 países que compõe o Conselho de Cooperação do Golfo, a Arábia Saudita forma junto com Omã e Bahrain o trio que tem menos de 5 anos disponíveis de amortecedores financeiros.
Kuwait, Catar e Emirados Árabes Unidos estão na outra ponta, com espaço para mais 20 anos.
O crescimento econômico da Arábia Saudita teve média anual de 5,5% entre 2000 e 2012, mas desacelerou para 2,7% em 2013 e 3,5% em 2014.
Em janeiro e abril, o país anunciou grandes pacotes de estímulos fiscais, mas a previsão é de 3,4% este ano e 2,2% em 2016.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

El País > "Brasil vai perder o 7º lugar da economia mundial para a ìndia" ;; 17/04/2015


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Brasil vai perder o sétimo lugar da economia mundial para a Índia

Relatório com as previsões do FMI indica que a China ainda não deve ultrapassar os EUA

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Vista aérea da avenida Paulista. / RAFAEL NEDDERMEYER (FOTOS PÚBLICAS)
Sete bilhões de dólares separam a China dos Estados Uniidos, de forma que a grande ultrapassagem, esperada e temida há anos, ainda terá que esperar. As novas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) mantêm a economia norte-americana na liderança do mundo por volume do produto interno bruto (PIB) medido em dólares correntes (ou seja, sem o impacto da inflação) até 2020. Em seguida vêm Japão, Alemanha, Reino Unido e França, mas no sétimo lugar haverá uma mudança ainda neste ano se as previsões se confirmarem: a Índia vai superar o Brasil.
A previsão da instituição é que a economia brasileira encolha 1% este ano, à medida que a confiança do setor privado chega a níveis mínimos, inclusive depois que as eleições presidenciais reduziram as incertezas, e em meio ao aumento do temor de racionamento de água e eletricidade. O fator principal é ainvestigação do escândalo de corrupção na Petrobras. Por outro lado, a Índia vai acelerar o crescimento de 7,2% a 7,5% devido aos baixos preços do petróleo e a uma recuperação do investimento. No entanto, quando se olha a riqueza por habitantes, a foto muda radicalmente: 1.626 dólares (4.971 reais) dos indianos ante os 11.640 dólares (35.590 reais) dos brasileiros.
Atrás do Brasil, na oitava posição do mundo, continuariam Itália, Canadá, Coreia do Sul e Austrália entre as posições 9, 10, 11 e 12. Também houve outra ultrapassagem entre essas colocações, com a Coreia superando a Austrália, muito castigada pela queda do preço das matérias-primas.
A Espanha será superada ainda este ano pelo México, caindo para a posição 14. A crise derrubou a economia espanhola em seis lugares em relação ao nono que já chegou a ocupar. Até a Rússia, muito castigada pelas consequências do conflito com a Ucrânia, vai superar a Espanha em 2016.
Mas se essa mesma disputa é feita se medindo o tamanho das economias em comparação com o poder de compra (eliminando distorções que criam os diferentes níveis de preços em cada país, especialmente para levar em conta o valor de bens e serviços que não participam do comércio internacional), as coisas mudam. A China já superou os EUA e assumiu como primeira potência no ano passado nesses parâmetros, à frente dos Estados Unidos, mas no terceiro lugar não aparece o Japão, e sim a Índia. A economia japonesa estaria em quarto, seguida por Alemanha, Rússia, Brasil e Indonésia.
No outro extremo, entre as menores economias entre os 189 países que fazem parte do Fundo, estão Tuvalu, um grupo de ilhas da Polinésia (chamadas antes de Ilhas Ellice) e a República de Kiribati, um arquipélago localizado a noroeste da Austrália. O PIB do primeiro será de 35 milhões de dólares este ano e o do segundo, de 168 milhões. As Ilhas Marshall, em terceiro lugar no fim da lista, terão um PIB de 195 milhões.

Informações em espanhol. 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

"Umbigo" é ícone da política econômica do PT / BBC / FMI

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/09/140930_relatorio_fmi_deficit_ac?ocid=socialflow_twitter#orb-banner

Brasil é 3º em lista de maiores déficits em conta corrente de 2013, diz FMI

  • Há 8 horas
Reuters
Aumento em déficits de algumas economias emergentes vem sendo registrado desde 2006
O Brasil aparece em terceiro lugar em uma lista de países com maiores deficits em conta corrente em 2013 elaborada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Segundo dois capítulos do novo relatório World Economic Outlook('Perspectivas da Economia Mundial') divulgados nesta terça-feira pelo FMI, desde 2006 foi registrado aumento nos deficits - que abrange a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais com o exterior - de algumas das principais economias emergentes, entre elas Brasil, Índia, Indonésia, México e Turquia, além de avançadas economias exportadores de commodities, como Austrália e Canadá.
De acordo com dados do Banco Central, em 2013 o Brasil registrou deficit de US$ 81,075 bilhões em suas transações correntes com outros países, equivalente a 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse resultado foi o pior desde 2001.
No ranking das dez economias com maiores deficits em 2013 listadas pelo FMI, o Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos (deficit de US$ 400 bilhões, ou 2,4% do PIB) e da Grã-Bretanha (deficit de US$ 114 bilhões, ou 4,5% do PIB).
Para 2014, o Banco Central prevê que o saldo negativo nas transações correntes fique em US$ 80 bilhões. No mês passado, o deficit em conta corrente do Brasil foi de US$ 5,489 bilhões. O acumulado em 12 meses é de 3,47% do PIB.
O Brasil também aparece em terceiro lugar na lista do FMI que reúne as maiores economias devedoras, atrás dos EUA e da Espanha, com passivo externo líquido de 33,4% do PIB em 2013.

Infraestrutura

Em outro capítulo do World Economic Outlook divulgado nesta terça, o FMI afirma que este é um bom momento para que países com necessidades de melhoras na infraestrutura impulsionem projetos do tipo.
O Fundo ressalta que os custos de endividamento estão em níveis baixos e há pouca demanda nas economias avançadas.
O documento cita o Brasil, ao lado de Índia, Rússia e África do Sul, como uma das economias emergentes nas quais gargalos de infraestrutura "não são apenas uma preocupação de médio prazo, mas foram sinalizados como uma limitação até para o crescimento de curto prazo".
"A infraestrutura pública é um fator essencial para a produção", diz o documento.
De acordo com o relatório, quando são realizados investimentos eficientes para satisfazer necessidades claramente especificadas, os projetos financiados com endividamento podem ter efeitos importantes na produção, sem provocar aumentos na relação entre dívida e PIB.
A divulgação dos capítulos do relatório ocorre às vésperas da reunião anual do FMI, marcada para a próxima semana, em Washington.
A divulgação completa do documento está prevista para 7 de outubro.

terça-feira, 8 de abril de 2014

FMI tem estimativa de crescimento do Brasil para 1,8% em vez de 2,3% / O Globo


FMI reduz de 2,3% para 1,8% previsão para o crescimento do Brasil este ano

  • É o segundo maior corte entre as principais economias do mundo, sendo o primeiro o da Rússia
  • Na América do Sul, país só fica atrás da Argentina e da Venezuela, países em grave crise
  • Para o mundo, previsão caiu de 3,7% para 3,6% em 2014


FLÁVIA BARBOSA (EMAIL)
CORRESPONDENTE
Publicado:
Atualizado:

WASHINGTON - Um amplo cardápio de problemas está impondo uma trava substancial ao crescimento do Brasil, avalia o Fundo Monetário Internacional (FMI) na nova edição do relatório “Panorama da Economia Mundial”, divulgada esta manhã na capital americana. A equipe do organismo multilateral cortou pela terceira vez seguida — e a quarta desde janeiro de 2013, quando era de 4,2% — a projeção de expansão da atividade econômica brasileira em 2014: desta vez a estimativa caiu de 2,3% para 1,8%. Em 2015, o Fundo espera alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7%, uma revisão negativa de 0,2 ponto. Distorções internas e falta de confiança dos investidores são os principais pecados nacionais, para o FMI. O organismo vê ainda manutenção da pressão inflacionária. A recomendação ao governo é apertar as políticas monetária e fiscal e reduzir gargalos de infraestrutura.
O Brasil não está isolado. As economias emergentes — que puxaram o crescimento global após a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, até o fim de 2012 — têm amargado perda considerável de dinamismo, na esteira das turbulências financeiras desencadeadas pelo anúncio de aperto gradual da política monetária dos EUA, ocorrido em maio de 2013, e reformas empreendidas pela China, fatores que exacerbaram desequilíbrios domésticos. Mas a economia brasileira está sofrendo relativamente mais.
Nas revisões feitas pelo FMI, apenas a Rússia teve corte maior da previsão de expansão em 2014 entre as principais economias do mundo e terá crescimento menor do que o brasileiro (1,3%). O desempenho do Brasil será inferior este ano ao dos demais Brics — grupo dos maiores emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia (5,4%), China (7,5%) e África do Sul (2,3%) — e ao da média dos países latino-americanos (2,5%).
Na América do Sul, o Brasil só ficará atrás das combalidas economias de Argentina (expansão de 0,5%) e Venezuela (retração de 0,5%). A expectativa de crescimento da economia mundial é de 3,6% este ano e o da média dos países emergentes e em desenvolvimento, de 4,9%. O PIB dos ricos deverá avançar 2,2%, com destaque para os Estados Unidos (2,8%).
Desequilíbrios em vários campos são os responsáveis pelo pessimismo com a capacidade de a economia brasileira voltar a acelerar. O que vem favorecendo o Brasil, diz o FMI, é a resistência do crescimento dos salários e, como efeito direto, do consumo.
“Estão pesando (negativamente) sobre a atividade constrangimentos à oferta doméstica, especialmente em relação à infraestrutura e à persistência do crescimento fraco do investimento privado, refletindo perda de competitividade e baixa confiança empresarial. Espera-se que a inflação permaneça perto na banda superior da meta oficial (6,5%), uma vez que a limitada capacidade ociosa e a recente desvalorização do real mantêm pressão (de alta) sobre os preços”, afirma a equipe do economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, no relatório.
Enquanto o Fundo menciona, para outros países, respostas positivas aos desafios apresentados — maior controle do crédito na China, reformas setoriais no México e medidas para destravar investimentos e atrair capitais na Índia —, o organismo é lacônico em relação ao Brasil no relatório, notando apenas que “o mix de políticas foi direcionado a aperto monetário desde o ano passado, e espera-se uma política fiscal (incluindo a política de crédito) em geral neutra em 2014”.
O trunfo do Brasil parece ser a baixa exposição às mudanças de condições financeiras globais, que podem elevar demais o custo de endividamento externo e de acesso a recursos e o risco de fuga de capitais. Reservas internacionais robustas e dívida externa baixa parecem fornecer um escudo ao país, ainda que riscos de desequilíbrios permaneçam.
Mas há cinco frentes que merecem atenção imediata do governo, abrindo um grande leque de ações, segundo o relatório.
“No Brasil, há necessidade de aperto continuado das políticas. Embora tenha havido altas substanciais dos juros neste último ano, a inflação continua no teto da meta. A intervenção no mercado de câmbio deve ser mais seletiva, usada primordialmente para limitar volatilidade e evitar mudança desordenada das condições de mercado. Uma consolidação fiscal ajudaria a reduzir pressões sobre a demanda doméstica e a diminuir desequilíbrios externos, ao mesmo tempo em que reduziria o elevado percentual de endividamento público (interno). Gargalos de oferta têm que ser resolvidos”, lista o FMI.
Os demais países emergentes, em geral, também passam por situação de grande incerteza. Com a recuperação das nações ricas e o aperto gradual da política monetária americana, o Fundo adverte que “o sentimento dos investidores está menos favorável aos riscos dos países emergentes”, representados por problemas domésticos que não foram atacados quando a maré externa era positiva a essas economias, até 2012.
Os principais riscos estão associados a fugas de capital, acentuando desequilíbrios nas contas externas e provocando desvalorizações rápidas das moedas locais; e ao aumento dos prêmios de risco, dificultando o financiamento de dívidas e aumentando o custo de captação de recursos e de tomada de empréstimos. Esse quadro, se materializado, afetaria investimento e consumo, reduziria ainda mais o crescimento e retroalimentaria desconfianças.
Para se fortalecerem, os países têm de fazer o dever de casa, diz o Fundo: combater inflação, ajustar a política fiscal, garantir estabilidade financeira com esforços regulatórios e de supervisão sobre o sistema financeiro, fazer reformas que respondam a desafios particulares (crédito, investimento, gargalos de infraestrutura) e preparar-se para saída de capitais.
“A mudança no ambiente externo aumenta a urgência de os mercados emergentes resolverem desequilíbrios macroeconômicos e deficiências em suas políticas”, afirma o organismo no relatório.


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terça-feira, 8 de outubro de 2013

El País acompanha a crise da América Latina ///


EE UU y los emergentes lastran la recuperación mundial

El Fondo advierte de que la fragmentación financiera sigue frenando la recuperación europea
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  • El Fondo Monetario Internacional (FMI) ha dibujado este martes una economía mundial extremadamente frágil, no solo porque ha rebajado de nuevo las previsiones globales de crecimiento, sino porque además ha plagado estos pronósticos de peros y matices que reflejan cuánta incertidumbre rodea a la actividad productiva y financiera en todo el mundo, cuánto penden de un hilo todas las proyecciones. El frenazo de los países emergentes resultará superior a lo esperado hace solo seis meses, Europa continúa con una recuperación demasiado renqueante y Estados Unidos, la primera potencia del mundo, se ha colocado al borde del abismo por un bloqueo político que ha llevado al cierre de la Administración federal por falta de recursos.
    Ha sido precisamente en la capital de estadounidense, en la que unos 300.000 funcionarios llevan una semana en sus casas sin cobrar, donde el FMI ha alertado del debilitamiento global. Si en la asamblea de primavera se preocupó de la “reactivación de tres velocidades distintas”, ahora estas todas en cuarentena: la economía mundial crecerá este año un 2,9%, tres décimas menos de lo esperado el pasado julio, y 3,6% en 2014, lo que supone una rebaja de dos décimas, arrastrada sobre todo por la ralentización de los países en desarrollo. En esta ocasión, el impulso tendrá que apoyarse más en las viejas potencias y este relevo está plagado de incertidumbre.
    A primera vista nada parece muy extraordinario estos días en el centro de Washignton DC, el transporte y los servicios esenciales funcionan, las cafeterías siguen repletas de estudiantes y ejecutivos con sus ordenadores y los operarios ultiman los preparativos para la asamblea del FMI que ha arrancado este martes. Pero tras el primer vistazo, sí hay consecuencias: muchos museos y teatros están cerrados, hasta 300.000 empleados públicos —solo en la capital— se han quedado en casa sin cobrar, el metro ha perdido un 20% de sus viajeros habituales y los comerciantes y dueños de restaurantes maldicen este bloqueo de la vida administrativa que castiga su negocio. Y lo peor es que el bloqueo puede prolongarse incluso hasta el 17 de octubre, fecha límite en la que, o bien la casa Blanca llega a un acuerdo con los republicanos para elevar el tope de deuda, o la primera economía del mundo habría agotado sus recursos y tendría que suspender pagos.

    Situación de los emergentes

    Esa misma sensación de fragilidad es la que se desprende el informe de perspectivas económicas del Fondo. El economista jefe, Olivier Blanchard, pone el foco en el escenario menos deseado: “la ralentización de las economía emergentes combinada con un endurecimiento de las condiciones financieras impulsada desde EE UU”. Porque el mercado mundial ya espera una retirada de la artillería monetaria por parte de la Reserva Federal (Fed), lo que ha castigado el flujo de capitales que llegaba hasta ahora a los países en desarrollo.
    El convencimiento de que la época de la expansión de la Fed llegaa su fin y que China iba a levantar el pie del acelerador han hecho posible una suerte de “ministest de resistencia”, que refleja esta pérdidas de capitales, por un parte, y un incremento de las rentabilidad exigidas a los bonos de largo plazo estadounidenses y de otros países. Y estas posiciones no se han alterado pese a que la Fed, de momento, no ha retirado un solo dólar de su programa.
    El FMI ha recortado en medio punto su previsión sobre los emergentes para este año respecto a la revisión de julio y ha dejado el avance en el 4,5%, mientras que para el próximo ha rebajado el pronóstico en cuatro décimas, hasta el 5,1%. India ha sufrido el mayor descalabro, dado que crecerá casi dos puntos menos de lo previsto este año, hasta el 3,8%, mientras que China lo hará en dos décimas menos de lo pronostica hace tres meses (7,6%).

    Mejora de los mercados

    Un vuelco en los mercados financieros también puede arruinar la lenta y débil reactivación de las economías más castigadas, como las de la periferia de la zona euro, a las que el FMI concede una mejora de la actividad para el año que viene, gracias a una moderación de los ajustes fiscales (de un 1% del PIB a medio punto). De hecho, es el acceso a la financiación lo que sigue lastrado la recuperación: “el apoyo al crecimiento por el menor ajuste fiscal queda amortiguado por la duras condiciones crediticias en la periferia”, señala el Fondo, por eso “el crecimiento espera solo alcanzará el 1% en 2014, frente a una contracción de medio punto en 2013”. La fragmentación financiera, por la que el norte se financia de forma mucho más barata que el sur, no se ha solucionado desde primavera.
    En este contexto, Blanchard sigue detectando problemas en el sector bancario europeo, tanto en el corazón de la zona euro como en la periferia. “Sigue habiendo incertidumbre sobre los balances bancarios”, señala en el informe, si bien esta debería calmarse con las nuevas pruebas de resistencia europeas. Así, el Fondo critica el lento avance de la UE hacia la unión bancaria y la insuficiente competitividad ganadas para animar las exportaciones.

    Éxito de Japón

    También advierte el Fondo de que el éxito de los Abenomics, es decir,de la expansión monetaria de Japón como dinamizador económico dependerá de su eficacia en los recortes fiscales y en las reformas estructurales.
    Pero todo requerirá con permiso de la política estadounidense, ya que el impulso al crecimiento global recae esta vez en Estados Unidos. El PIB subirá un 1,6% (solo una décima por debajo de lo previsto en julio) y un 2,6% en 2014 (dos décimas por debajo de esa última previsión), según las proyecciones del FMI. El pero es que estas asumen que este cierre de administrativo será breve, que se aprobará un programa de gasto y que el techo de deuda se eleve finalmente, si bien “hay incertidumbre respecto a estos tres supuestos”, admiten los técnicos del Fondo. “Mientras que el daño para la economía estadounidense será limitado si el cierre es corto, si este es prolongado será muy perjudicial. Y, aun más, el fracaso en la elevación del límite de deuda, con un consiguiente impago selectivo de EE UU, podría dañar gravemente la economía global”, advierte el Fondo.
    México,
    un crecimiento del 1,2%
  • fotoBrasil rebaja su previsión al 2,5%
  • fotoArgentina dobla la previsión de crecimiento de 2012
  • fotoColombia modera el crecimiento hasta el 4%