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sexta-feira, 3 de junho de 2016

A Suíça faz referendo para salário básico e único para todos... DW

Suíços votam sobre salário básico para todos http://flip.it/n-H0i

EUROPA

Suíços votam sobre salário básico para todos

Plebiscito decide se Estado pagará mensalmente mais de 2,2 mil euros a cidadãos, independentemente de trabalharem. Políticos de todos os partidos do país são contra.
Schweizer Franken
É possível que na Suíça, em um futuro próximo, o trabalho seja algo apenas para quem tiver vontade, porque todos vão ganhar dinheiro, mesmo ficando em casa, sendo pobre ou milionário. Neste domingo (05/06), os suíços vão às urnas votar em um plebiscito sobre a renda básica universal.
A ideia não é inteiramente nova. "A solução para acabar com a pobreza é uma renda garantida", disse Martin Luther King. Em 1967, o economista austríaco Friedrich August von Hayek teve a ideia de "uma determinada renda mínima para todos aqueles que são incapazes de suprirem a si próprios."
Na Suíça, o economista e psicólogo Daniel Straub retomou o tema. Em 2012, ele publicou, junto com Christian Müller, o livro Die Befreiung der Schweiz - Über das bedingungslose Grundeinkommen (A libertação da Suíça - sobre a renda básica incondicional, em tradução livre).
Utopia ou visão do futuro?
"Isso seria uma mudança de paradigma. A renda básica incondicional dá a todos a base para uma vida plena", argumenta Daniel Straub, em entrevista à DW. O presidente da iniciativa suíça, que trabalhou anteriormente na IBM, está convencido de que, com a medida, as pessoas vão se tornar mais produtivas e criativas. "As pessoas perderiam a pressão de terem de se sustentar", argumenta.
Caso a ideia seja aprovada, seria necessária uma emenda constitucional, segundo Straub. A iniciativa propõe o pagamento de 2,5 mil francos suíços como renda básica. Isso equivale a 2.250 euros ou 2.442 dólares.
Daniel Straub
Daniel Straub aposta na renda universal como um projeto para o futuro
O governo suíço e todos os partidos do país rejeitam a iniciativa. Eles criticam que a ideia seria nociva, perigosa e impossível de ser financiada. Eles consideram também haver riscos em relação à imigração, aumento de impostos para o financiamento, assim como a perda de produtos e serviços, caso muitas pessoas não se prontifiquem a trabalhar, já que não terão mais que fazê-lo para custear a própria subsistência.
Institutos de pesquisa realizaram sondagens indicando que a esmagadora maioria dos cidadãos suíços afirma que continuará trabalhando, apesar de receber a renda básica. Apenas 2% responderam negativamente, enquanto 54% dos entrevistados disseram que iriam usar a renda extra para se aperfeiçoarem profissionalmente. Da mesma forma, muitos disseram que iriam dedicar mais tempo à família.
Projeto a longo prazo
Há sete anos, a iniciativa vem se preparando para o plebiscito. Straub afirma que, até certo ponto, pode entender seus críticos. Dez anos atrás, ele também teria dito que a ideia não é possível de ser financiada.
"Vemos isso como um projeto a longo prazo. A votação é apenas um passo", afirma Straub. Ele está confiante. Para ele, a iniciativa de promoção da renda básica é um processo político para o qual são necessários muitos anos: "Todas as vozes devem ser ouvidas, só assim ele é verdadeiramente democrático."
Para ilustrar seu ponto de vista, Straub recorda um debate em que esteve, onde um jovem desafiou os críticos a delinearem sua visão para o futuro e explicarem como eles reagiriam à perda de postos de trabalho devido à quarta revolução industrial. A resposta foi o silêncio.
"Não é uma revolução com a qual queremos abolir o sistema atual. A economia de mercado tem muitas vantagens", ressalta Daniel Straub. "Mas é hora de ajustar o sistema, desenvolvê-lo e partir para a próxima etapa."

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domingo, 24 de janeiro de 2016

"Petrobras é a maior investidora do país. Entre 2010 e 2014, ela foi responsável por 8,8% de tudo que foi investido no Brasil, um número que equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto." // DW

BRASIL

Como a Petrobras pode ajudar a tirar o Brasil do sufoco?

Maior investidora do país precisa se tornar mais enxuta, diminuir sua dívida e se concentrar em setores de retorno rápido, como o Pré-Sal, afirmam especialistas. "Petrobras tem impacto muito grande na economia", lembram.
O ano começou com mais notícias ruins na Petrobras. Segundo consultorias financeiras, a empresa já perdeu 85,5% do valor de mercado (ou mais de 430 bilhões de reais) desde 2008. Nesta semana, as ações da petrolífera estão sendo negociadas a menos de 5 reais, o menor valor desde 2003.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a turbulência econômica experimentada pelo Brasil é em parte causada pelos problemas na Petrobras, revelados pela Operação Lava Jato. A estatal foi a única empresa citada nominalmente num relatório do Fundo.
Em outubro, o Ministério da Fazenda já havia apontado a ligação entre a situação da Petrobras e a contração nos investimentos da empresa com os maus resultados da economia brasileira, indicando que ao menos dois pontos percentuais da retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 (que deve chegar a 3,6%, segundo estimativas do Banco Central) podem ser atribuídos aos problemas na estatal.
Isso ocorre porque a Petrobras é a maior investidora do país. Entre 2010 e 2014, ela foi responsável por 8,8% de tudo que foi investido no Brasil, um número que equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto.
À medida que a empresa começou a apresentar resultados negativos e se viu envolvida no turbilhão da Lava Jato, os investimentos diminuíram e isso afetou os resultados do país. "A Petrobras tem um impacto muito grande na economia, e essa queda nos investimentos não afetou só a empresa, mas também outras gigantes que dependem da estatal, como empreiteiras", afirma Eric Barreto, professor do Insper e diretor da consultoria M2M.
Em 2015, uma das versões do plano de negócios 2015-2019 previa investimentos de 130,3 bilhões de dólares, mas a previsão mais recente, divulgada na semana passada, inclui uma queda 25% para o período. Em 2016, os investimentos não devem passar de 20 bilhões de dólares – em 2014, eles alcançaram 37 bilhões de dólares.
Por esses cálculos, a redução nos próximos três anos deve ter um impacto negativo de quase 300 bilhões de reais na economia brasileira. "A redução de cada 1 bilhão de reais no investimento da Petrobras, se for considerado o efeito renda, impacta o PIB em 2,5 bilhões de reais", afirma o Ministério da Fazenda.
Medidas
Para analistas, há algumas medidas que a empresa pode tomar para recuperar suas finanças e voltar a ter um volume maior de recursos para investir e, consequentemente, ajudar a melhorar os resultados econômicos do país.
"A empresa precisa agora se concentrar em cumprir o seu propósito, que é a extração de petróleo. Para isso, precisa se desfazer de ativos para levantar recursos e amortizar parte da sua imensa dívida, além de melhorar a eficiência, cortando gordura em setores que podem ser aprimorados ou que demonstram inchaço", afirma o analista Fernando Marcato, da Go Associados, uma consultoria que também elaborou um estudo sobre o impacto negativo dos resultados da Petrobras no PIB. "Cortes e vendas de ativos significam um caixa melhor."
Para equilibrar as contas e fazer caixa, a empresa já tem apostado na venda de participações e empresas. A meta é que, entre 2015 e 2016, sejam vendidos ativos no valor de 15,1 bilhões de dólares. No ano passado, o valor alcançou apenas 700 milhões de dólares.
No final de dezembro, a Petrobras vendeu 49% da sua participação na Gaspetro para uma empresa japonesa. Segundo a imprensa brasileira, a estatal também estuda vender suas participações em empresas como a petroquímica Braskem, que está avaliada em 5,8 bilhões de reais. "O valor ainda é muito baixo, a empresa precisa passar confiança que realmente está empenhada em vender parte desses ativos para levantar recursos", afirma Barreto.
Segundo o especialista, a empresa tem que se empenhar em reestruturar a sua dívida. "A Petrobras precisa reduzir a alavancagem e também buscar proteção contra os riscos cambiais. Com a alta do dólar, esse talvez não seja um bom momento para tentar substituir o câmbio da dívida, mas isso é algo que tem ser considerado quando for possível", afirma.
Atualmente, a dívida da Petrobras ultrapassa meio trilhão de reais – a segunda maior entre as empresas da América, ficando apenas atrás do conglomerado GE. E o valor só tem aumentado com a disparada do dólar e a queda do preço do petróleo.
O professor também afirma que a empresa tem que concentrar investimentos em setores que deem retorno mais imediato, como a exploração do Pré-Sal. "A Petrobras tem a vantagem de contar com custos operacionais baixos. Ela tem que usar isso a seu favor, investindo nessas áreas para ter lucro mais rapidamente", afirma. Para Barreto, também é necessário demonstrar mais autonomia em relação ao governo para recuperar a confiança de eventuais investidores e parceiros.
Já para Marcato, a Petrobras precisa se tornar mais enxuta para ficar mais forte. "Nos últimos anos, a empresa se lançou em negócios que não tinham relação com seu propósito de extrair óleo, ela se expandiu para outros setores, tentou fazer de tudo, como se fosse uma obrigação. Essa é uma chance para ela se reestruturar", afirma.
Turbulências vão continuar
Para ambos os especialistas, os tempos em que a Petrobras bancava uma parte tão significativa do PIB com seus investimentos vultosos ficaram definitivamente para trás, mas medidas para melhorar a eficiência da empresa podem recuperar ao menos parte da sua capacidade de investimento, o que teria reflexos positivos no desempenho do país.
"Eu não vejo um cenário catastrófico, mas também não haverá recuperação no curto prazo. Mas essas medidas podem ajudar a Petrobras a melhorar o seu caixa", afirma Marcato. No final do ano passado, o presidente Aldemir Bendine já havia declarado que a recuperação da empresa é "um projeto de cinco anos".
Ambos os especialistas, no entanto, afirmam, que a petrolífera ainda deve enfrentar turbulências até lá. "No momento, a empresa enfrenta, além dos problemas de confiança, uma tempestade completa, com a baixa do petróleo e a alta do dólar", diz Marcato. "E este último fator tem impacto direto na dívida", lembra.

sábado, 8 de novembro de 2014

Gorbachev está preocupado com uma nova 'Guerra Fria'... / DW


ALEMANHA

"O mundo está à beira de uma nova Guerra Fria", afirma Gorbachev

Ao participar dos festejos dos 25 anos da queda do Muro de Berlim, ex-líder soviético critica políticas adotadas pelo Ocidente desde o fim do bloco comunista e fala em "quebra de confiança" com a Rússia.
Em visita a Berlim para participar das comemorações dos 25 anos da queda do Muro, o último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, criticou duramente neste sábado (08/11) as políticas implementadas pelos países ocidentais desde o fim do bloco soviético.
"O mundo está à beira de uma nova Guerra Fria. Muitos dizem até que ela já começou", declarou Gorbachev, ao comentar a tensa situação atual envolvendo rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Ele acusa o Ocidente, especialmente os Estados Unidos, de não cumprir as promessas feitas desde os tempos da bipolarização mundial. Para ele, os países ocidentais simplesmente se declararam vencedores da Guerra Fria e tentaram obter vantagem do enfraquecimento da Rússia.
"Os acontecimentos dos últimos meses são consequência de políticas de visão limitada, ignorando os interesses dos parceiros", afirmou, destacando um "quebra na confiança" na relação entre os países. "E agora que a situação está dramática, não vemos o principal organismo internacional, o Conselho de Segurança da ONU, desempenhar nenhum papel ou tomar qualquer medida concreta", criticou.
Gorbachev disse que o Ocidente cometeu muitos erros que irritaram a Rússia, como a expansão da Otan e suas ações na Iugoslávia, no Iraque, na Líbia e, mais recentemente, na Síria, além dos planos de um sistema anti-aéreo de defesa.
Audioslideshow Helmut Kohl Michail Gorbatschow
Em 1990, o então chanceler federal alemão, Helmut Kohl (d), e o líder soviético, Mikhail Gorbachev (e), celebraram acordos
Herói do fim do bloco comunista
Ao participar de um evento no Portão de Brandenburgo, Gorbachev mostrou compreensão com a política adotada pelo Kremlin em relação ao recente conflito envolvendo a Ucrânia. O ex-líder soviético pediu ainda a suspensão das sanções da Europa e dos EUA contra a Rússia.
Para ele, a relação de confiança do Ocidente com a Rússia, que levou à revolução pacífica na Alemanha e nos países do leste europeu, começou a ruir já nos anos 1990. Ele defende que essa relação seja restabelecida, especialmente entre alemães e russos. "Precisamos lembrar que, sem a parceria russa-alemã, não há segurança na Europa", afirmou, ressaltando que, se isso ocorrer, o continente passará a ser irrelevante como força global.
As reformas promovidas na então União Soviética por Gorbatchev, hoje com 83 anos, ajudaram a pavimentar o caminho para a queda do Muro de Berlim, seguida pelo fim do regime comunista no leste europeu. Por isso, muitos alemães que viviam no lado oriental do muro e participaram de manifestações naquele ano de 1989 consideram o vencedor do Nobel da Paz, ainda hoje, um herói.
MSB/dpa/rtr



sábado, 23 de agosto de 2014

"Estado Islâmico é devoto a uma ideologia fanática" ....

http://www.dw.de/estado-isl%C3%A2mico-pode-ser-mais-perigoso-do-que-al-qaeda-advertem-eua/a-17871141

MUNDO

"Estado Islâmico" pode ser mais perigoso do que Al Qaeda, advertem EUA

Sofisticação militar do grupo representa enorme ameaça ao Ocidente, segundo secretário de Defesa americano. Militantes já dominam um terço do Iraque.
Chuck Hagel, secretário de Defesa dos EUA
A sofisticação e o poder militar do "Estado Islâmico" (EI) representam uma ameaça enorme aos Estados Unidos, que pode superar a da Al Qaeda, afirmaram líderes militares americanos nesta quinta-feira (21/08).
"Eles são uma ameaça iminente para todos os nossos interesses, no Iraque ou em qualquer outro lugar", disse o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, sobre o EI. O grupo militante já tomou um terço do território iraquiano e divulgou, nesta semana, um vídeo que mostra a decapitação do jornalista e refém americano James Foley.
Quando perguntado se o EI representaria uma ameaça aos EUA comparável àquela do atentado de setembro de 2001, Hagel disse a jornalistas no Pentágono que o grupo é "mais do que qualquer outro grupo terrorista".
"Eles combinam ideologia e sofisticação militar, técnica e estratégica. Eles são extremamente bem financiados. Isso está além de tudo o que tudo o que já vimos", disse o secretário de Defesa.
Ogeneral Martin Dempseychefe do Estado-Maior americano, afirmou que o grupo poderia ameaçar diretamente o Ocidente com o retorno de cidadãos europeus ou americanos a seus países de origem, depois de terem lutado na Síria ou no Iraque.
Os radicais do EI poderiam ser contidos e eventualmente derrotados por forças locais apoiadas pelos EUA, mas, para isso, a população sunita tanto do Iraque quanto da Síria teria que rejeitar o grupo, disseram Hagel e Dempsey.
O general disse ainda que o grupo é devoto a uma ideologia fanática e, a longo prazo, pretende conquistar o Líbano, Israel e o Kuwait. "Se eles concretizarem esses planos, isso alteraria fundamentalmente o Oriente Médio e criaria uma situação que certamente nos afetaria de diversas maneiras."
Hagel disse que dezenas de ataques aéreos dos EUA ajudaram a conter os jihadistas na região da barragem de Mossul, no norte do Iraque. "Os ataques aéreos, as armas e a assistência americanos ajudaram as forças iraquianas e curdas a conter o avanço do EI na região de Erbil, onde diplomatas e tropas americanas estão trabalhando, e a recuperar a barragem de Mossul."
Perguntado se os EUA atacariam os militantes na vizinha Síria, Hagel não descartou a possibilidade, mas também não indicou que ataques sejam iminentes. "Eles podem ser derrotados sem considerarmos a parte da organização que reside na Síria? A resposta é não", completou o general Dempsey.
LPF/afp/rtr

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quinta-feira, 15 de maio de 2014

CAPA do DW em 15/05/2014


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