Postagem em destaque

NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

Mostrando postagens com marcador 160 desaparecimentos no ano de 2012. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 160 desaparecimentos no ano de 2012. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 24 de abril de 2012

CBN Vitória - Espírito Santo já registrou 160 casos de desaparecimento em 2012

Espírito Santo já registrou 160 casos de desaparecimento em 2012
Tiago Félix
tfernandes@redegazeta.com.br
A mesma aflição dos pais dos jovens capixabas desaparecidos desde da última sexta-feira (20), no Sul da Bahia, é compartilhado com outras famílias do Espírito Santo. Entre janeiro e fevereiro deste ano, familiares de 160 pessoas registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Pessoas Desaparecidas (DPD). Desse total, 116 foram encontradas, ou seja, um índice de 72% de sucesso. O município da Serra tem o maior registro de pessoas desaparecidas, segundo dados da Polícia Civil.

De acordo com o delegado José Darcy Arruda, responsável pela Delegacia de Pessoas Desaparecidas (DPD), o fato da Serra registrar mais casos está ligado com o tráfico de drogas. Ao todo, foram registrados 59 boletins de ocorrências. Quarenta e duas pessoas foram encontradas, sem óbito. Cidades do interior do Espírito Santo não registraram desparecimentos de pessoas neste período.
OUÇA A NOTÍCIA

"A pessoa às vezes pode ter um envolvimento com crime ou com o tráfico de drogas e desaparece. Há casos que a pessoa é morta e tem o corpo enterrado, o que dificulta o trabalho da polícia", ressalta Arruda.

Outro dado de destaque está relacionado com registros de desaparecimentos de adultos do sexo masculino. Segundo o levantamento, neste ano, foram feitos 70 registros e, deste número, 48 homens foram localizados e dois óbitos constatados. Outro índice alto é entre adolescentes do sexo feminino. Só neste ano, 39 desapareceram e 26 foram encontrados.  Não houve registro de morte nessa faixa etária.

"O desaparecimento entre as mulheres é em razão delas quererem sair de casa para viver com o namorado, ou manter uma romance escondido. Isso tem acontecido muito no nosso Estado. Nós temos orientado os pais a acompanhar mais a vida dos adolescentes, seja na escola, na internet e celular".

As investigações e buscas começam a partir do momento em que é registrada uma ocorrência. Inicialmente é feito um levantamento de informações em meios eletrônicos, como sites de relacionamento, para tentar encontrar algum indício que auxilie nas apurações policiais.

Ao mesmo tempo em que é feita essa busca por informações, investigadores entram em contato com unidades da Polícia Civil - Delegacias e Departamentos de Polícia Judiciária (DPJ), por exemplo -, Polícia Militar e Rodoviária Federal, hospitais, Departamento Médico Legal (DML), casas de abrigo, unidades de saúde e demais órgãos e instituições para localizar a vítima.

O delegado esclarece, ainda, que não é necessário esperar 24 ou 48 horas para iniciar os trabalhos. Ele ressalta que, muitas vezes, a polícia utiliza essas primeiras horas para comprovar se a pessoa realmente desapareceu. 

"Existe um mito de que precisa esperar por 24 horas para iniciar as investigações. Se alguém desaparecer, os familiares pode procurar uma delegacia mais próxima de casa e registrar. Caso essa atitude não resolva procure a delegacia especializada". 

Essa medida é aplicada cautelarmente porque, em muitos casos, a vítima é localizada ou retorna para casa antes desse tempo. Porém, essa conduta não se aplica quando um registro é relacionado a crianças, adolescentes ou pessoas que têm alguma doença mental ou distúrbio.

Demora

O delegado José Darcy Arruda disse o porque da polícia começar as investigações apenas três dias depois do desaparecimento dos jovens capixabas no Sul da Bahia. "O fato se deu no Estado da Bahia. O fato é da polícia baiana. Nós estamos dando o total apoio. Óbvio que nós entramos nessa investigações por se tratar de capixabas". 

José Darcy Arruda ressalta ainda que a polícia está trabalhando com várias linhas de investigação.