Uma
contribuição para modernizar as regras do Futebol Association...
O texto tenta alcançar as cabeças de diretores da FIFA, da CBF, de atletas do Bom Senso Futebol Clube e outros interessados no esporte FUTEBOL e apontar para
algumas modificações possíveis nas regras do futebol, que estão defasadas, e
que podem dar agilidade, eficácia e maior aceitação dos clubes, dos torcedores,
da mídia, dos jogadores, dos juízes, dos patrocinadores, dos proprietários e
também acrescentar maior valor agregado ao futebol como evento esportivo, como
produto, como entretenimento, como um assunto mais fácil de aceitação, menos
hermético entre os apaixonados que teriam mais argumentos técnicos,
psicológicos para discutir e avaliar um jogo. s
Defesa
da argumentação: o futebol é o esporte mais popular do mundo. Tem um PIB
extraordinário e maior do que a maioria das economias do planeta; tem penetração
popular e institucional maior do que a ONU com suas atribuições de gerenciamento
de conflitos entre nações e as diversas culturas dos povos da Terra; a FIFA, a
holding do futebol mundial, é tão atraente como assunto e instituição que rivaliza
em intensidade de paixão com as religiões do mundo e a política; é, talvez, o
esporte mais democrático entre o conjunto dos esportes coletivos, pois, seus
praticantes não são escolhidos por padrões de físicos diferenciados, raças,
culturas, etc.; seus eventos têm garantia de sucesso e comportamento de commodity nas relações comerciais; a
soma dos campos de jogos – os gramados de
todo o mundo e o entorno de suas arenas - garantem um espaço em metragem
quadrada maior do que a dimensão de pequenos países; os atores do futebol como jogadores,
juízes, preparadores técnicos e físicos, massagistas, mordomos, cuidadores de
gramados, seguranças de patrimônio, de jogadores, podólogos, almoxarife,
eletricistas, encanadores; mais auxiliares de tecnologia de informação, pessoal
de suporte da secretaria e outros que estão adensados ao comando dos clubes
podem ser contados em dezenas de milhares; os comentaristas e críticos do
esporte, fotógrafos, radialistas, chargistas, designers seriam outras dezenas
de milhares; ou os atletas de ponta e outros agregados do futebol que defendem
fortunas, nacionalidades, prestígio profissional, reputação atlética de suas
habilidades; autoridades que fiscalizam cada jogo como juízes, bandeirinhas,
gandulas, todos estes, protagonistas e coadjuvantes são alçados à situação de celebridade
com velocidade e ganham espaço na mídia com mais naturalidade do que
autoridades que comandam nações; os executivos de importantes e colossais orçamentos
de empresas de reconhecimento do mercado internacional investem grandes
fortunas em clubes gerenciados como empresa; as celebridades das artes visuais,
das artes plásticas, de outros esportes se aproximam do prestígio que tem o futebol
e podem ser contados como milhares de profissionais que se acomodam à aura que o
esporte futebol espalha pelo mundo e se
valorizam com o seu fascínio.
As
atuais regras do futebol são antigas e entravam o rumo natural das ambições do
futebol para garantia de seu futuro. Algumas partidas, nos dias de hoje, dão
ideia do absurdo de, por exemplo, como no campeonato da terceira divisão da
Itália um jogo não poder continuar porque 5 jogadores de um dos times simularam
contusões em poucos mais de 20 minutos do
primeiro tempo. Não acompanhar os dias de progresso que o mundo vive através
de tecnologias disponíveis prejudicaria o rumo e o progresso do esporte.
Uma das
regras, o número de juízes em campo,
poderia ser aumentado por causa do
espaço físico, sete mil metros quadrados, cerca
de dois alqueires paulistas, para ser fiscalizado por três fiscais. É pouco
e desproporcional para uma atividade tão carregada de emotividade, de paixão
sem freios. Um juiz mais para cada
metade do campo seria suficiente para fiscalizar com mais competência e rigor
técnico um jogo.
Em
partidas, de vários campeonatos pelo mundo afora, surgem exemplos nefastos:
gols de que “até Deus duvida” e, todos os espectadores do estádio veem e ainda
os que estão em casa acompanhando pela televisão asseguram que a bola entrou ou
em outro caso que não passou pela linha do gol. Somente o juiz, a maior
autoridade em importância e envergadura do evento não tem visão clara do fato,
o gol. Em muitos momentos é mais do que evidente que os que estariam vendo o
jogo pela TV afirmariam que a bola entrou e também ouviriam os xingamentos
ofensivos, as ameaças de morte, os arremessos de objetos em direção aos
julgadores da partida. Na sequência desses acontecimentos, às vezes selvagens,
os jogadores do clube prejudicado costumam fazer reclamação incivilizada,
superestimada e de baixa racionalidade, e, em alguns casos, principalmente
entre os sul-americanos, que ameaçam os juízes, dificultam providências
naturais para o incidente e mais, furtam
muitos minutos de um jogo. Evidentemente, que a Federação organizadora, por
isso, poderia ser imputada pelo Ministério Público por ter ‘roubado’ das
torcidas dos clubes e seus torcedores presentes ao estádio um terço da promessa
de minutos daquela partida. Essa perda traduzida em valores financeiros tem uma
importância para ser computada na contabilidade do jogo. E o que dizer do furto
de minutos de um jogo que era visto pela TV por dezenas de milhões de pessoas
ao redor do mundo? No caso de uma Copa
do Mundo seriam bilhões de pessoas ou perto disso! Os torcedores de TV que poderiam acionar os
clubes sobre a diminuição dos minutos de um jogo de futebol interrompido por
incompetência de “sua senhoria”? E se os patrocinadores adicionassem ao
contrato entre clube e TV as interrupções como penalização no valor do jogo...?
Outra
pequena modificação nas regras de substituição
dos atores dos jogos poderia ajudar a resgatar vários minutos das partidas.
Qualquer jogador reserva que estiver sentado no banco – stand by – poderia adentrar
ao gramado para substituir um companheiro machucado,
expulso, cansado, por precaução do técnico, por iniciativa tática ou para
descansar um jogador importante no esquema de ataque ou de defesa; aquele
atingido por uma atitude selvagem do adversário, enfim, para dar mais
agilidade ao jogo. Nessa nova situação o jogador machucado sairia do campo
imediatamente para seu substituto aparecer em seu lugar.
Essa
providência tornaria o jogo mais ágil e competitivo e com maior atratividade
por causa da possibilidade de agregar maior número de variações táticas e
técnicas; daria maior tempo de validade ao profissional
mais rodado, mais experiente, mais admirado que pudessem mostrar suas
qualidades em pelo menos dois momentos do jogo, no primeiro tempo e depois no
segundo período. Todos os jogadores com mais de 35 anos, tipo Sócrates, Zico,
Reinaldo, Juninho Pernambucano, Zidane, Ronaldo, Rivaldo e tantos outros
exemplos de currículo interessante ao futebol atrairiam mais pagantes em seus
jogos. Cada jogador, célebre ou novato, poderia voltar ao jogo depois de uma
interrupção para descanso ou por intervenção tática. Esta intervenção nas
regras tem valor comercial e institucional ao produto futebol!
No mesmo sentido, os menos avaliados por suas
condições técnicas poderiam ser alcançados pela modernização das regras desta
proposta com a extensão de visibilidade e de tempo de exposição das habilidades
individuais e responsabilidades adquiridas pelas novas normas. Todos aqueles
escalados na reserva potencial do clube seriam jogadores atentos e estimulados
a aparecerem durante o jogo; suas atitudes seriam vistas e avaliadas com mais
precisão e teriam repercussão em seus momentos de aparição. A autoestima de
cada um seria um valor agregado ao figurante
de hoje tratado burocraticamente como uma despesa (quase) sem causa. Afinal, um
jogador de futebol treina todos os dias, tem uniforme de treinamento, tem
enxoval de jogo, tem suporte médico, psicológico – é o trabalhador brasileiro
mais bem cuidado do país, com médico, massagista, mordomo, com presença física de
profissionais de saúde – com auxiliares de vestiário, dentista, podólogo,
enfermeiro, psicólogo e sem falar no desfribilador uma ferramenta que acompanha
o jogo e o jogador. Na mesma vertente de valor agregado deve ser somada a aura
de reconhecimento que todo jogador de futebol carrega como bagagem profissional
e a mídia legitima. São trabalhadores caros que são cobrados por uma legião de
ativistas apaixonados. As regras novas valorizariam suas presenças no banco de
reservas. De repente, poderiam entrar no lugar de alguém que se machucou; que
fez uma tolice; porque é rápido; porque é mais alto; porque é polivalente, porque
‘bate’ bem bola parada, etc.
Uma
iniciativa desse cunho daria aos juízes um trunfo para aplicar em melhores
condições psicológicas e técnicas suas intervenções no prélio e seriam mais respeitadas. Com isso diminuiria a comoção por
uma exclusão. Uma nação ou agremiação não seria prejudicada ou tão prejudicada
por uma expulsão de um jogador em momento de idiotice individual. Os exemplos idiotas
são espetaculares e numerosos, mas, podem ser responsabilizados pelas regras
atuais.
Outra
providência seria permitir o segundo
cartão amarelo. Uma partida importante seja ela de um campeonato, de
decisão de final de uma competição não podem ser maculados por mesquinharia
funcional de um profissional de futebol que conhece as regras de sua profissão
e que deveria respeitar seus dolos, seus companheiros, seus adversários, as autoridades,
seu clube, seu currículo, seu trabalho, a mídia que o alça e o paparica
deslavadamente, e, principalmente sua torcida ao se comportar com atitude
insurgente diante de um compromisso caro, valioso em todos os pontos de vista
do esporte mais popular do planeta. Não se devem desvincular os feitos do
futebol ao jogador, ao clube. O futebol lhe dá sustento, fama e o faz modelo
para jovens que sonham em se tornar um jogador com seus atributos. Um segundo cartão amarelo resolveria a
atitude intempestiva de seu atleta e produziria efeitos colaterais negativos de
menor intensidade ao jogo, ao clube, aos torcedores dos dois times, ao próprio
futebol. Certamente, diminuiria a geração de vingança e de adversidade entre as
torcidas envolvidas atenuando, inclusive, “a besteira do juiz”, “a boçalidade
do seu jogador”, comoções que habitualmente se tornam frequentes em um jogo de
decisão.
O
movimento Bom Senso F C talvez
aprovasse esta iniciativa - parte das inovações das regras - e aliviaria a
discussão entre CBF e os jogadores. Com elas os jogadores teriam mais tempo de
recuperação, jogariam menos minutos, acrescentariam mais anos de produtividade
à sua profissão, encaminhariam mais jovens na realidade do futebol como
patronos dos jovens futebolistas tão empolgados com uma profissão de
reconstituição de responsabilidade, como uma alavanca de mérito!
Acredito
nestas mudanças de novas regras do futebol. Para começar escolheríamos um
campeonato de terceira divisão em alguns países – caso da Fifa - e acompanharíamos seus resultados. O melhor seria o Brasil
dar o exemplo começando o estudo em uma competição, na Série C do Brasileirão
ou até na Série A, como um laboratório para a experiência, sem esquecer, claro,
do planejamento para as transferências de responsabilidades a todos os
envolvidos na mudança de paradigma que a renovação provocaria – até os
maqueiros teriam novas responsabilidades na hora de tirar o machucado. No fundo o jogo de futebol não mudaria como
atração, mas, a introdução de novos vetores de administração do esporte daria a
ele uma razão nova de encanto ao esporte mais popular do mundo e contribuiria
para torna-lo mais atraente para os seus fãs.
João
Francisco Nunes Campos