GERAL
Cartas de Nova York: o 2015 que passou por aqui
Com a reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba, os negócios nova-iorquinos não podem conter a animação para entrar no mercado da ilha de Fidel
O ano 2015 em Nova York passou rápido demais, mas a cidade não deixou de ser cenário para a história dos Estados Unidos este ano. A natureza de experimentar o novo e desafiar convenções tão fortes em outras regiões do país coloca a cidade ora na correria para se atualizar, ora como exemplo do “novo” que já acontecia por aqui há muito tempo.
Como nas ruas, no metrô, no trabalho, os nova-iorquinos não querem perder nem um minuto de oportunidade sobre o que vem pela frente. E isso acontece em uma escala maior quando o mundo vive um ano como 2015—cheio de extremos. Com a correria focada muitas vezes no individual, o nova-iorquino não percebe muito o quanto faz parte do olho do furacão, mesmo com tantas diferenças entre a cidade e o resto do país. Mas aqui vão quatro momentos de 2015 que mostram um pouco como Nova York faz história.
Vitória LGBT
Em junho de 2015, a Suprema Corte dos Estados Unidos confirmou o que já acontecia em Nova York: por 5 votos a quatro, o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi considerado um direito garantido pela constituição americana. O casamento gay, que já era celebrado em Nova York (um oásis para os direitos da comunidade LGBT no país há muitos anos), virou algo nacional. A prefeitura de Nova York, onde todos os casamentos da cidade acontecem, hasteou bandeiras de arco-íris poucas horas depois da decisão ser anunciada. O prefeito Bill de Blasio comemorou o “direito fundamental de se casar com quem se ama não importa quem nem onde um cidadão vive”.
A cidade de Francisco
A visita do Papa Francisco aos Estados Unidos, quando o pontífice passou 40 horas em Nova York provocando um rebuliço canônico na logística da cidade, fez os americanos demonstrarem mais vontade de doar para os pobres de acordo com pesquisas. Nova York parou para ouvir o Papa sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global, a ajuda que os pobres do mundo (e da cidade) precisam, os imigrantes sem documentos no país. Se parte da fala de Francisco já faz parte da realidade da cidade, a visita do pontífice renovou a fé dos nova-iorquinos. E ganhamos uma Catedral de São Patrício restaurada, que nunca foi tão linda.
Mais perto de Cuba
Com a reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba, os negócios nova-iorquinos não podem conter a animação para entrar no mercado da ilha de Fidel. Foi assim que os primeiros voos diretos de Nova York para Havana começaram em julho de 2015. A maior flexibilidade aprovada pelo governo americano fez com que cubanos que não voltavam à ilha por mais de uma década fizessem a viagem. Manhattan e Cuba ficaram mais próximas uma da outra.
O juros do Fed e 2016
A decisão do Banco Central americano de aumentar os juros básicos dos Estados Unidos em dezembro vai sacudir o mundo em 2016. Países da América Latina como o Brasil, que já enfrentou um 2015 de economia mais do que turbulenta, podem viver mais incertezas ainda por causa da decisão. A política de juros a quase zero foi estipulada sete anos atrás pelo Fed para estimular a economia americana depois da crise de 2008. Agora, o banco promete monitorar os níveis de inflação e aumentar os juros gradualmente. Os olhos do mundo estarão acompanhando as decisões tomadas ao Sul de Manhattan.