Por que Hillary derrotou Trump no debate? gustavochacra 27 Setembro 2016 | 09h37 Hillary Clinton venceu o debate ontem. Mas, no início, Donald Trump começou melhor. O republicano soube dominar o debate sobre livre comércio. Concorde-se ou não, ele soube defender uma política protecionista (surreal ver um republicano criticar o livre mercado) e falou diretamente para eleitorado blur collar de Michigan, Ohio, Iowa e Pensilvânia, que podem definir a eleição no colégio eleitoral. A democrata estava perdida. Esta vantagem de Trump durou cerca de 15, 20 minutos. Não é pouco, pois parte do eleitorado assiste apenas ao começo do debate. Mas, em seguida, o republicano começou a se perder. Não soube responder porque não mostra a sua declaração de imposto de renda. Hillary basicamente cravou nele a imagem de que provavelmente ele não paga imposto. E ela soube se virar bem na questão dos e-mails. O cenário, ao longo do debate, apenas foi se deteriorando para Trump. Na parte de tensão racial, o republicano não soube explicar porque disse por tantos anos que Obama não tinha nascido nos EUA. Não soube tampouco explicar porque foi processado por não aceitar alugar imóveis para negros no passado. Hillary cravou nele a imagem de racista. E Trump ainda bateu de frente com o mediador. Quando o debate migrou para política externa, Hillary teve o seu melhor momento. Pode-se concordar ou não com as posições dela, mas a democrata domina o assunto. Soube mostrar nuances e argumentou muito bem. Trump, por sua vez, foi imaturo e mentiu mais uma vez ao dizer que não apoiou a Guerra do Iraque – apoiou, e isso nem seria um problema, pois Hillary, assim como muitos políticos democratas e republicanos. No fim, há um consenso, incluindo de defensores de Trump, de que Hillary saiu vencedora do debate. Em pesquisa da CNN, foi 62% a 27%. Isso não significa em hipótese alguma que Hillary já ganhou a eleição. Longe disso. A disputa está acirrada, embora Hillary seja favorita. Talvez, ganhe alguns pontos nas pesquisas no curto prazo. Mas a narrativa muda rapidamente e daqui a pouco teremos outro debate. Romney derrotou Obama no primeiro debate em 2012, assim como Mondale derrotou Reagan em 1984. No fim, Obama e Reagan foram eleitos.
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terça-feira, 27 de setembro de 2016
O debate dos presidenciáveis dos EUA
Por que Hillary derrotou Trump no debate? gustavochacra 27 Setembro 2016 | 09h37 Hillary Clinton venceu o debate ontem. Mas, no início, Donald Trump começou melhor. O republicano soube dominar o debate sobre livre comércio. Concorde-se ou não, ele soube defender uma política protecionista (surreal ver um republicano criticar o livre mercado) e falou diretamente para eleitorado blur collar de Michigan, Ohio, Iowa e Pensilvânia, que podem definir a eleição no colégio eleitoral. A democrata estava perdida. Esta vantagem de Trump durou cerca de 15, 20 minutos. Não é pouco, pois parte do eleitorado assiste apenas ao começo do debate. Mas, em seguida, o republicano começou a se perder. Não soube responder porque não mostra a sua declaração de imposto de renda. Hillary basicamente cravou nele a imagem de que provavelmente ele não paga imposto. E ela soube se virar bem na questão dos e-mails. O cenário, ao longo do debate, apenas foi se deteriorando para Trump. Na parte de tensão racial, o republicano não soube explicar porque disse por tantos anos que Obama não tinha nascido nos EUA. Não soube tampouco explicar porque foi processado por não aceitar alugar imóveis para negros no passado. Hillary cravou nele a imagem de racista. E Trump ainda bateu de frente com o mediador. Quando o debate migrou para política externa, Hillary teve o seu melhor momento. Pode-se concordar ou não com as posições dela, mas a democrata domina o assunto. Soube mostrar nuances e argumentou muito bem. Trump, por sua vez, foi imaturo e mentiu mais uma vez ao dizer que não apoiou a Guerra do Iraque – apoiou, e isso nem seria um problema, pois Hillary, assim como muitos políticos democratas e republicanos. No fim, há um consenso, incluindo de defensores de Trump, de que Hillary saiu vencedora do debate. Em pesquisa da CNN, foi 62% a 27%. Isso não significa em hipótese alguma que Hillary já ganhou a eleição. Longe disso. A disputa está acirrada, embora Hillary seja favorita. Talvez, ganhe alguns pontos nas pesquisas no curto prazo. Mas a narrativa muda rapidamente e daqui a pouco teremos outro debate. Romney derrotou Obama no primeiro debate em 2012, assim como Mondale derrotou Reagan em 1984. No fim, Obama e Reagan foram eleitos.
quarta-feira, 25 de março de 2015
O risco de um atentado terrorista do ISIS no Brasil ... Guga Chacra / Estadão
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Guga Chacra
Qual o risco de um atentado terrorista do
ISIS no Brasil?
GUSTAVOCHACRA
25 Março 2015 | 15:32
Existe risco de terrorismo no Brasil?
Claro que sim. Nenhum lugar do mundo está imune a um atentado. Mas a probabilidade de uma pessoa morrer em um ataque terrorista no território brasileiro hoje é próxima de zero. Afinal, nunca ocorreu uma ação destas no país e nem mesmo tentativas (falo do terrorismo atual, com a religião por atrás). Isso não significa que não irá ocorrer.
O risco de um homicídio não é bem maior do que de terrorismo?
É infinitamente mais provável que um brasileiro seja morto em um homicídio. Com 56 mil assassinatos ao ano, o Brasil apenas perde da Síria em mortes violentas se compararmos com os países do Oriente Médio. Um diplomata de uma nação desta região me disse estar complicado convencer outros diplomatas a irem viver em Brasília, São Paulo ou Rio, em consulados ou embaixadas, porque eles temem a violência no território brasileiro.
Por que não dá para descartar 100% o risco de um atentado?
Porque o ISIS, também conhecido como Grupo Estado Islâmico ou Daesh, está perdendo a guerra no Iraque e na Síria. Para buscar mostrar que não está enfraquecido, talvez tente atentados em outras partes do mundo.
O ISIS já fez ataques terroristas fora do Iraque e da Síria?
Devemos lembrar, no entanto, que o ISIS, ao contrário da Al Qaeda, não tem organização para ataques terroristas globais. Até hoje, cometeu apenas um fora do Iraque e da Síria – justamente o da Tunísia. Segundo analistas, com as derrotas que vem sofrendo nos campos de batalha, isso pode mudar.
Quem poderiam ser os terroristas brasileiros?
No Brasil, a tradicional comunidade muçulmana vinda do Líbano e também da Síria é super bem integrada e sem relação com o ISIS e a Al Qaeda. Quase impossível um muçulmano brasileiro com esta origem se envolver em terrorismo. Os muçulmanos brasileiros são médicos, engenheiros, professores, advogados, comerciantes, industriais e até surfistas e lutadores de jiu-jitsu. São exatamente iguais aos evangélicos, aos católicos, aos judeus e ateus. Torcem para o Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. Votaram no Aécio e na Dilma. Voam de TAM e de GOL. Comem arroz e feijão, e também macarrão, quibe e esfiha. Existe, porém, um número pequeno (minúsculo, possível de contar nos dedos) de convertidos ao islamismo que adotam discursos radicais e o ISIS, por meios das redes sociais, talvez tente coopta-los. Antes de perguntarem, lembro que o Hezbollah é xiita e um dos maiores inimigos do ISIS e da Al Qaeda no mundo.
Seria um ataque de lobo solitário?
Ainda que o ISIS consiga convencer algum pateta no Brasil a cometer um ataque terrorista, não veremos mega atentados como o 11 de Setembro, metrô de Londres, boate em Bali ou trens de Madrid. Mas podem ocorrer ações de lobos solitários, bem mais difíceis de serem impedidas, como vimos no mercado kosher de Paris depois na Dinamarca.
Devemos ter medo do atentado?
Resumindo, ninguém precisa deixar de dormir à noite com medo de um ataque terrorista no Brasil. Os EUA, um alvo infinitamente maior do que o Brasil para o terrorismo, desde o 11 de Setembro, foi alvo de apenas um atentado. Isso não significa que as autoridades brasileiras devam ignorar o risco. Devem, especialmente com a Olimpíada, ficar de olho em possíveis terroristas dentro do país ou que possam cruzar a fronteira.
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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