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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"Opinar no es un delito" / Libertad de expressión / El Universal Venezuela

Denuncian criminalización de la actividad mediática

Red internacional recalcó abusos del Estado venezolano.

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La Red IFEX destaca la existencia de autocensura en Venezuela (Ipys)
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REYES THEIS |  EL UNIVERSAL
jueves 21 de noviembre de 2013  06:47 AM
La red de Intercambio Internacional por la Libertad de Expresión (IFEX por sus siglas en inglés) de América Latina y el Caribe publicó su informe anual de impunidad 2013 y en el capitulo Venezuela asegura que en el país "mientras aumentan las agresiones contra los periodistas, existe un uso abusivo del poder para criminalizar la actividad mediática y no existen castigos para los victimarios".

La red, que agrupa a más de 80 organizaciones independientes de defensa de la libertad de expresión en 60 países, asegura que en Venezuela "existe una cultura de la impunidad con elevados registros de agresiones contra periodistas; ataques contra medios de comunicación privados, públicos y comunitarios; obstrucciones para la cobertura periodística y un uso abusivo del poder del Estado, en detrimento de las libertades informativas".

Indica la red que "persisten mecanismos legales para restringir el trabajo de los periodistas y los medios privados e independientes mediante acciones judiciales y órdenes provenientes de altos funcionarios del Gobierno Nacional, principalmente".

Según IFEX, en algunos casos, "el presidente de la República, Nicolás Maduro, ha pedido cárcel y el castigo más severo para directivos de medios de comunicación". Añade que las acusaciones "han sido respaldadas con la actuación de los órganos de justicia, de manera que muestran una posible articulación entre los poderes públicos para restringir el ejercicio de la libertad de expresión e información, tanto de los trabajadores de los medios como de la sociedad en general".

Dice también que en Venezuela es cada vez más difícil el ejercicio global de la libertad de expresión. "Cada vez son menos los espacios de los que disponen aquellos que quieren sentar una posición crítica o disidente. La mayor parte de los medios de comunicación son manejados por el Gobierno o han doblegado su línea editorial", indicó.

Añade que producto del miedo infundido por las autoridades, quienes "directa e indirectamente amenazan con usar su poder para castigar a quienes se expresen en su contra", la autocensura se ha convertido en el mayor de los problemas.

La red IFEX fue creada en 1992 en Canadá, con la unión de una docena de importantes organizaciones para la libertad de expresión y desde entonces se ha expandido.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Protesto muçulmanos" /// Contardo Calligaris


contardo calligaris

 

27/09/2012 - 03h00

Protestos muçulmanos


O vídeo "A Inocência dos Muçulmanos", apesar de sua mediocridade, fez sucesso. Ninguém aguenta ver aquilo até o fim, mas o vídeo instigou a curiosidade dos internautas quando se soube que ele era a causa dos violentos protestos que se alastraram pelos países muçulmanos, nas últimas duas semanas.
Esquecendo os terroristas que se aproveitaram desses protestos para semear a morte, a visão dos desfiles e dos quebra-quebras foi instrutiva e desalentadora. Instrutiva por nos explicar, mais uma vez, a diferença cultural que separa o Ocidente do islã, e desalentadora porque a esperança de um entendimento recíproco parece pequena.
a) Os cristãos terão dificuldade em sentir empatia com os muçulmanos indignados pelo vídeo, pelas caricaturas dinamarquesas de seis anos atrás etc. Afinal, aqui, Jesus é uma marca de calças jeans e uma personagem de "South Park". No YouTube, encontrei um grupo francês, "Les Vampires", que, como capa de seu disco sobre a homossexualidade de Jesus, propõe o Cristo com uma mão pregada na cruz, enquanto, com a outra, ele se masturba.
Os cristãos se deleitaram com "O Código da Vinci", um best-seller, que explica que Jesus teve filhos com Maria Madalena e a igreja nos escondeu tudo isso até hoje. Qual empatia possível com os que condenaram à morte Salman Rushdie por ter escrito "Os Versos Satânicos", um grande livro, mais citado que lido, em que há sequências oníricas das quais eu nunca entendi por que seriam ofensivas para o islã? Nota: acaba de sair a autobiografia da clandestinidade de Rushdie, "Joseph Anton, Memórias" (Companhia das Letras).
b) Imaginemos, por um instante, que eu não me aguente e queira manifestar minha indignação com "Les Vampires". Uma das últimas coisas que eu faria seria atacar a embaixada da França.
Entendo que os protestos atuais passem a ser contra países cuja política seria mais favorável a Israel do que à Palestina. Mas o fato é que, neles, as massas muçulmanas reagem como se considerassem que um pensamento é a expressão e a responsabilidade do grupo ao qual seu autor pertence. No mínimo, o grupo (a nação) seria culpado porque não sabe disciplinar seus membros.
Ora, prefiro, de longe, aturar "Les Vampires" a exigir que os Estados se tornem guardiões do que pensam seus cidadãos.
Já houve épocas (não tão remotas) em que queimávamos e torturávamos pessoas que pensavam fora dos trilhos da igreja. Mesmo naquelas épocas, ninguém imaginava que os produtos das consciências individuais fossem responsabilidade do grupo ou da nação.
c) O comentário mais interessante que li nestes dias foi a citação, feita por Clóvis Rossi, de Yaron Friedman, no jornal israelense "Yediot Aharonot": "Na consciência árabe e muçulmana, Maomé e seus primeiros califas [chefes político-religiosos] do século 7º simbolizam a idade de ouro do islã e a gênese de um império árabe-muçulmano que chega ao século 12 na vanguarda do desenvolvimento cultural mundial".
"Toda ofensa feita ao profeta é cutucar a lembrança do estatuto de inferioridade no qual se encontra, desde o século 19, o mundo árabe-muçulmano em relação ao Ocidente."
É quase uma regra: qualquer suscetibilidade extrema é o sinal de uma fragilidade interna. Em outras palavras, a facilidade com o qual eu me sinto ofendido revela que eu mesmo devo concordar, ao menos em parte, com a ofensa que recebi.
Ou seja, a suscetibilidade muçulmana manifesta que deve existir, na alma muçulmana, um conflito entre o tradicionalismo religioso e uma aspiração à liberdade em suas manifestações modernas ocidentais.
d) Alguém perguntará: se estamos dispostos a aturar qualquer expressão individual, será que, para nós, nada é sagrado? Será que nenhuma opinião nos ofende a ponto de nos dar vontade, por exemplo, de manifestar?
Resposta. O que é sagrado para mim não é tal ou tal outra opinião --ainda menos a minha. O que é sagrado é o próprio direito de expressar uma opinião e de viver segundo ela manda.
Se uma mulher no Irã queima uma bandeira dos EUA ou da França, acho que é seu direito. Mas, se ela for apedrejada por ser adúltera, irei para a rua pedindo que a gente intervenha com tudo o que temos. Por ser ocidental e moderno, durmo bem com os insultos de quem pensa diferente de mim. Só não durmo bem com o grito dos indivíduos impedidos de se expressar e de viver segundo a liberdade de sua consciência.
Contardo Calligaris
Contardo Calligaris, italiano, é psicanalista, doutor em psicologia clínica e escritor. Ensinou Estudos Culturais na New School de NY e foi professor de antropologia médica na Universidade da Califórnia em Berkeley. Reflete sobre cultura, modernidade e as aventuras do espírito contemporâneo (patológicas e ordinárias). Escreve às quintas na vers