4 perguntas sobre o tiroteio na boate gay de Orlando
- Há 30 minutos
Pelo menos 50 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas depois de um homem armado abrir fogo em uma boate gay em Orlando, no Estado americano da Flórida, na madrugada deste domingo.
O suspeito do ataque foi identificado pela polícia como o americano Omar Mateen, filho de pais afegãos.
Autoridades classificaram o incidente como um "ato terrorista". O FBI, a polícia federal americana, ainda investiga essa hispótese.
Trata-se do pior tiroteio em massa na história recente dos Estados Unidos.
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1) O que aconteceu?
O tiroteio começou por volta das 2h locais (3h de Brasília), disse John Mina, chefe de polícia de Orlando.
A boate Pulse, uma das maiores casas noturnas de Orlando, na Flórida, estava realizando uma festa de temática latina quando um homem armado abriu fogo perto do horário de fechamento.
Minutos depois, a casa noturna postou em sua página no Facebook: "Quem estiver dentro da boate saia e corra".
Policiais afirmaram à imprensa americana que o atirador estaria com um dispositivo amarrado a seu corpo.
Houve troca de tiros entre ele e um policial que trabalhava na boate, mas ainda não se sabe se o incidente ocorreu dentro ou fora do local.
Em seguida, o atirador fez alguns dos frequentadores reféns. Às 5h locais (6h de Brasília), a polícia invadiu a boate e realizou uma "explosão controlada".
O atirador foi morto. Segundo a polícia, 50 pessoas morreram, no pior tiroteio em massa da história recente dos Estados Unidos.
O saldo de mortos ainda pode subir, com pelo menos 53 feridos levados ao hospital, muitos deles em estado grave.
2) Quem era o atirador?
Autoridades identificaram o suspeito do ataque como o americano Omar Mateen, de 29 anos. Filho de pais afegãos, ele vivia em Fort Pierce, duas horas ao sul de Orlando.
Um porta-voz do FBI disse que Mateen tinha "inclinações" pela ideologia radical islâmica, mas ainda não se sabe se o caso foi de terrorismo doméstico ou internacional.
A polícia disse que Mateen estava armado com um rifle de assalto, uma pistola e um tipo de dispositivo suspeito.
Não se sabe se a motivação do ataque foi homofobia, mas o pai do atirador afirmou à rede de TV americana NBC que o filho havia ficado "muito bravo" ao ver dois homens se beijando na frente de sua esposa.
3) O que as testemunhas dizem?
Havia cerca de 320 pessoas dentro da boate durante o tiroteio, segundo a polícia de Orlando. Algumas delas falaram sobre o que viram.
"Tudo o que vi foram pessoas correndo e gritando. Era como uma cena de um filme de terror", disse Christopher Hansen à rede de TV americana CNN.
Jon Alamo diz ter visto o atirador carregando uma arma e entrando no ambiente onde ele estava.
"Ouvi 20, 40 e 50 tiros", disse ele. "E então a música parou".
4) Houve reação política?
Em pronunciamento à nação, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamou o ataque de "assassinato brutal". Foi a 12ª vez que Obama discursa sobre tiroteios em massa em oito anos de governo.
"Apesar de ainda ser cedo, sabemos o suficiente para dizer que isso foi um ato de terror e um ato de ódio. Como americanos, estamos unidos em tristeza, indignação e determinação para defender nosso povo", disse.
O virtual pré-candidato à presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, o empresário Donald Trump, tuitou: "Tiroteio muito grave em Orlando. Polícia investiga possível terrorismo. Muitas pessoas mortas e feridas".
Também no Twitter, sua rival democrata, Hillary Clinton, escreveu: "Acordei com a notícia devastadora da Flórida. Na medida em que esperamos por mais informações, meus pensamentos estão com aqueles afetados por esse ato horrível".
Em entrevista à CNN, o senador da Flórida Marco Rubio descreveu o atirador como um "animal", cujo ato de violência mostrou "que essa é a nova fase da guerra ao terror".
Ele elogiou os policiais que "salvaram vidas" ao invadir a boate, evitando assim mais mortos e feridos.
Confira os piores tiroteios em massa nos EUA nos últimos 25 anos
Pelo menos 50 mortos, 2016 ─ Omar mateen abre fogo em boate gay em Orlando, na Flórida
32 mortos, 2007 ─ Seung-Hui Cho abre fogo na Universidade Virginia Tech antes de se matar
27 mortos, 1991 ─ George Hennard invade de carro café em Kileen, no Texas, antes de disparar contra frequentadores e cometer suicídio
14 mortos, 2015 ─ Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik abrem fogo em uma festa de funcionários de fim de ano em San Bernardino
13 mortos, 2009 ─ Maj Nidal Malik Hasan abre fogo em uma base military em Fort Hood, no Texas
13 mortos, 2009 ─ Jiverly Wong abre fogo em um centro de imigração em New York antes de se matar
13 mortos, 1999 ─ Eric Harris e Dylan Klebold disparam contra estudantes e uma professora na escola Columbine, no Colorado.