27/06/2012 - 03h00
Três grandes jogos para ver
O Boca deve fazer muitos cruzamentos para a área. Para isso, o Corinthians tem um goleiro muito alto e muito bom. Cássio me passa a impressão de que será um goleiro excepcional. Ou já é? Não sei. Temos de vê-lo mais vezes.
Com a queda técnica de Júlio César, o Brasil ficou sem um grande goleiro, como foram, recentemente, Marcos, Rogério Ceni, Dida e o próprio Júlio César. Quem sabe será Cássio? Apesar do erro contra o Vasco, Fábio é hoje o melhor. Jefferson e Rafael, bons goleiros, preferidos de Mano Menezes, falham mais que o goleiro do Cruzeiro.
Hoje e amanhã conheceremos os finalistas da Eurocopa. Durante a Copa do Mundo de 2010, diziam, como agora, que a Alemanha era a melhor equipe e que a Espanha trocava passes em excesso, sem objetividade.
No sábado, contra a França, na Copa, diante da Alemanha, e contra a maioria dos adversários, a Espanha, pelo estilo e por ter os melhores armadores do mundo, ficou com a bola, deixou os rivais longe de sua área e ganhou, várias vezes por 1 a 0.
Evidentemente, se a Espanha tivesse um ótimo atacante, seria mais forte.
É muito bom ver a Itália com nova atitude. O time troca muitos passes e chega à frente com vários jogadores. Só não entendo o cartaz que dão a Balotelli, como se ele fosse, além de fanfarrão e exibicionista, um craque. É um bom jogador. De vez em quando, faz belos gols. Craque é Pirlo, com seus excepcionais passes.
Enquanto isso, continuam, no Brasil, a correria, os chutões e os passes longos e errados. As razões não são apenas falta de qualidade técnica ou de treinar passes. Acontece, principalmente, porque os jogadores se acostumaram, desde as categorias de base, a ter pressa para chegar ao gol, como se isso fosse moderno. Sem passe, não existe futebol coletivo, apenas espasmos individuais.Ainda bem que poderei ver, na íntegra, o jogo da Libertadores e os outros dois pela Eurocopa, sem ficar curioso para saber os detalhes de outra partida simultânea.
A turma especializada nos melhores momentos, que assiste a três jogos ao mesmo tempo e que olha mais para o computador do que para o jogo, para tuitar e buscar informações, deve me achar esquisito, perdido no tempo e no espaço.
Tostão, médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1970. Afastou-se dos campos devido ao agravamento de um problema de deslocamento da retina. Como comentarista esportivo, colaborou com a TV Bandeirantes e com a ESPN Brasil. Escreve às quartas e domingos na versão impressa de "Esporte".