Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

Mostrando postagens com marcador mulher 7x7. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mulher 7x7. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de abril de 2012

As crianças estão cada dia mais espertas e dão demonstração....


Como fabricar adolescentes problemáticos

13/04/2012 | 10:29 | LUCIANA VICÁRIAATUALIDADESCULTURAFAMÍLIAMODA E BELEZA | ,

Heidi se apoia sobre os livros que diz "devorar"
O mundo em que vivemos já traz uma série de angústias às crianças. Na intenção de protegê-las, pais, mães e avós falam sobre sequestro e explicam o que é violência já nos primeiros anos de vida. Não bastasse terem de conviver em uma realidade suficientemente complexa, nós (adultos) sabemos como piorar suas vidas.
Heidi Hankins, de apenas 4 anos, lê livros e desenha como uma criança de 7 anos. Seu Q.I (quociente de inteligência) é de 159, apenas um ponto a menos que Albert Einstein. Seus pais, orgulhosos, a incluíram no Mensa, uma organização internacional que integra os 2% mais inteligentes da população e exigiram da escola infantil que adiante a menina em dois ou três anos.
Heidi quer mais livros para ler, desafios de matemática para resolver, mas deseja ser tratada como uma criança normal, imagino. Destacá-la do grupo, ao meu ver, é um constrangimento desnecessário, uma violência ao seu direito de ser diferente. Não é difícil imaginar que, ao lado de colegas mais velhos, será o foco das atenções – e isso não costuma ser saudável. Até que me provem o contrário, uma criança de quatro anos superdotada deve conviver com crianças da mesma idade. Por mais que ela seja desenvolvida intelectualmente, experimente colocá-la diante de uma criança de sete anos. Há diferença no tamanho, no diálogo, nos desejos, nas brincadeiras.
O que dizer de uma criança de quatro anos vestida de periguete em uma passarela, com a mãe histérica gritando ao fundo?  Na Inglaterra, a moda são os concursos de beleza baby. Mães orgulhosas vestem suas meninas com vestidos bufantes, contornam aquelas boquinhas minúsculas com batom vermelho e ainda investem em calçados de salto para pés tamanho 23. Se alguém acredita que isso pode fazer bem a uma criança, me explique como.
A gente planta agora para colher lá na frente, dizia a minha avó. E poupar a criança das nossas neuroses, daquilo que não fomos e gostaríamos que elas fossem, é o melhor que podemos fazer.
Menina de 4 anos desfila com joias em um evento de beleza em Londres

Luciana Vicária é editora-assistente de ÉPOCA em São Paulo
Leia o Blog completo