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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

"Não há explicação aceitável para desligar os equipamentos do Palácio do Planalto," / Editorial do Estadão

O desmonte da inteligência 

EDITORIAL O ESTADÃO

ESTADÃO - 18/01

Não há explicação aceitável para desligar os equipamentos do Palácio do Planalto, o centro do poder brasileiro


Ao revelar que o sistema de monitoramento por câmeras no Palácio do Planalto está desligado desde 2009, o general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deu um exemplo prosaico do desmonte do aparato de segurança do Estado durante os governos petistas, em especial na gestão de Dilma Rousseff. A título de combater o que via como resquício da ditadura, a ex-guerrilheira Dilma permitiu que esse aparato fosse subordinado não mais a uma política de Estado, mas aos interesses de seu partido político, o PT. E as câmeras desligadas, ainda no governo de Lula da Silva, são apenas um aspecto insólito desse movimento, que se prestava a fazer da sede da Presidência da República um lugar de sombras, por onde puderam transitar à vontade os desqualificados que dilapidaram o País.

Como lembrou Etchegoyen em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde, do Estado, qualquer condomínio residencial dispõe de câmeras para gravar imagens de pessoas que entram e saem. Por essa razão, não há explicação aceitável para desligar os equipamentos do Palácio do Planalto, o centro do poder brasileiro. Nem é preciso ser muito perspicaz para concluir, como fez o general em entrevista à revista Veja, que o desligamento das câmeras atendeu a certas conveniências. Diríamos nós que, entre elas, estava a de manter no conforto do anonimato os agentes da corrupção. “O Palácio passou anos em que, convenientemente, não se registrou nada”, disse Etchegoyen. Segundo ele, a Justiça de tempos em tempos requisita imagens de algum suspeito de corrupção, “mas não tem imagem”. E o general conclui: “Não sei se a decisão de retirar as câmeras foi para obstruir a Justiça, mas pode ter sido para evitar esses registros”.

O desmantelamento do aparato de inteligência da Presidência sob a gestão petista atingiu seu auge em 2015, quando Dilma extinguiu o Gabinete de Segurança Institucional, cuja função é fornecer informações estratégicas ao presidente da República. Oficialmente, a decisão foi motivada pela necessidade de realizar cortes orçamentários, mas a manobra tinha claros objetivos políticos. As atribuições da pasta, até então chefiada pelo general José Elito, foram absorvidas pela Secretaria de Governo da Presidência da República, órgão que na época era dirigido pelo petista e ex-sindicalista Ricardo Berzoini.

Ou seja, a propósito de tirar dos militares e entregar aos civis o comando do serviço de inteligência da Presidência – uma reivindicação do sindicato dos funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI –, Dilma acabou por entregá-lo ao PT. Esta foi também uma decisão muito “conveniente”. Ao desestruturar o sistema de inteligência, que por princípio desempenha funções de Estado, e não do governo de turno, Dilma e os petistas transformaram a segurança institucional em questão partidária – como foi feito, aliás, com todos os demais setores da administração pública na época.

Felizmente, o governo de Michel Temer, em uma de suas primeiras decisões, restabeleceu o Gabinete de Segurança Institucional, que voltou a ter sob seu comando a Abin. A chefia do GSI foi restituída a um militar, o general Etchegoyen, num movimento que contraria o sindicato dos funcionários da Abin, e a ordem é reestruturar todo o setor de inteligência. É claro que essa decisão foi usada pelos petistas como mais uma prova de que o País está retrocedendo aos tempos da ditadura, depois do “golpe” que destituiu a presidente Dilma.

Não é sensato perder tempo com mais essa provocação petista, cujo objetivo é apenas causar confusão em matéria que, em países civilizados, é cristalina: o Estado tem o dever de manter em bom funcionamento um aparato de inteligência que forneça ao governo as informações necessárias para tomar decisões estratégicas, inclusive para conter grupos que, sob o disfarce de “movimentos sociais”, pretendem desestabilizar o País. Confundir esse trabalho com qualquer intenção ditatorial é muito mais do que ignorância acerca das funções do Estado. É má-fé.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Prestígio político do PT desmorona na Câmara e dificulta a governança do Brasil / "Sonegaram à presidente até a ilusão de que preside"

Mapa de votação mostra que apoiadores sonegam a Dilma ilusão de que preside 

Josias de Souza



Dilma Rousseff se esforça há semanas para atingir dois objetivos estratégicos: não cair e passar a impressão de que comanda. De volta das férias, os deputados que supostamente apoiam o governo apertaram o botão de ‘dane-se’. Sonegaram à presidente até a ilusão de que preside. Menos de 24 horas depois de ouvir um apelo de Dilma para que desarmassem os projetos-bomba, os partidos governistas acenderam um pavio no plenário da Câmara.
Uniram-se à oposição para rejeitar requerimento que retirava da pauta uma proposta que vincula aos contracheques dos ministros do STF os salários de várias categorias: advogados da União, delegados federais e civis, auditores fiscais, procuradores estaduais e de capitais… Uma farra. O pedido que resultaria no adiamento da encrenca foi rejeitado por 278 votos a 179. Se não houver um acordo que restabeleça a racionalidade, a bomba irá a voto nesta quarta-feira.
O mapa da votação do pedido de adiamento, disponível aqui, revela que Dilma foi traída por deputados dos principais partidos ditos governistas. O PDT, legenda que controla o Ministério do Trabalho, ostenta o maior índice de infidelidade: 92,8%. Dos 14 deputados da legenda presentes à sessão 13 disseram “não à retirada da bomba da pauta.
O PSD do ministro Gilberto Kassab (Cidades) vem em segundo no ranking da infidelidade: 75%. Dos 32 deputados da legenda que deram as caras, 24 disseram “não” à retirada da bomba da pauta. O PTB vem a seguir: 69,5% de infidelidade. Dos 23 deputados da legenda presentes em plenário, 16 votaram contra os interesses do Planalto.
O PP, partido enrolado no escândalo do petrolão da portaria à presidência, ostenta um índice de traição de 65,6%. Dos 32 votos que o PP levou ao painel da Câmara, 21 foram contra o governo.
O PMDB do vice-presidente Michel Temer, com 29,5% de traidores, somou 18 silvérios num total de 61 votos. Até no PT houve 6,8% de infidelidade: quatro deserções num total de 58 presentes.
Atônito, o petista José Guimarães (CE), líder do governo, foi ao microfone pronunciar algo muito parecido com uma chantagem. Soou como se insinuasse que os traidores poderiam perder as trincheiras que ocupam na Esplanada. “Temos de exigir fidelidade”, disse ele. “E isso se faz isso no painel de votações. Você acha que é razoável um partido ter um ministro e a bancada votar contra o governo?”
Desde que o governo de Dilma Rousseff começou a deslizar para o caos, o país espera um sinal claro de que ainda há no Planalto uma presidente em condições de presidir. Sinaliza-se, porém, o oposto. Dilma reuniu-se com os governadores para rogar que pressionassem as bancadas de seus respectivos Estados, afastando-as da irresponsabilidade fiscal. Deu em nada.
Dilma serviu um churrasco no Alvorada para os presidentes e líderes de partidos da sua coligação. Encareceu que agissem junto aos seus liderados para evitar ataques ao Tesouro Nacional. Os liderados deram de ombros para os líderes. Pior: os próprios líderes riram de Dilma pelas costas ao celebrar na mesma noite com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um acordo que excluiu o PT do comando das CPIs dos fundos de pensão e do BNDES —ambas por instalar.
Como se fosse pouco, os pseudo-aliados de Dilma ajudaram a aprovar um pedido de urgência para a análise das contas de três ex-presidentes: Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT). As votações devem ocorrer nesta quinta-feira (6). Com isso, abre-se o caminho para a análise da prestação de contas do governo Dilma de 2014.
A escrituração de 2014 encontra-se no TCU, que ameaça rejeitá-la. O parecer do TCU vai ao Legislativo, dono da última palavra sobre a matéria. Confirmando-se a rejeição das contas, abre-se um debate sobre a conveniência de abrir um processo de impeachment contra Dilma.


quinta-feira, 9 de julho de 2015

"Não há sinais de vida inteligente na entrevista de Dilma Roussef publicada pela Folha" / coluna de Augusto Nunes

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/golpista-e-quem-usa-dinheiro-roubado-para-financiar-campanha-eleitoral-e-esconde-a-gastanca-criminosa-com-pedaladas-fiscais/

08/07/2015
 às 21:56 \ Direto ao Ponto

Golpista é quem usa dinheiro roubado para financiar campanha eleitoral e esconde a gastança criminosa com pedaladas fiscais

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Não há sinais de vida inteligente na entrevista de Dilma Rousseff publicada pela Folha. A leitura das três páginas é a travessia de um deserto de ideias, planos, projetos ou programas. Nessa terra desolada só vicejam vigarices, platitudes, palavrórios sem pé nem cabeça e muita conversa fiada. A aridez da paisagem é acentuada pela ausência de explicações, justificativas ou meras atenuantes para as delinquências que colocaram a declarante na mira do Tribunal de Contas da União, da Justiça Eleitoral e da Operação Lava Jato.
Por falta de álibis a tripular, Dilma embarca em fantasias de colegial. Uma delas é qualificar de “golpista” quem acha que os artigos do Código Penal e as normas constitucionais valem para todos. A indistinta aplicação da lei não tem qualquer parentesco com golpismo. Golpista é quem usa dinheiro roubado da Petrobras para financiar a própria candidatura. Golpista é quem gasta o dinheiro que não tem e tenta esconder o rombo com pedaladas fiscais. Golpista é quem promove bandido a ministro e ajuda corruptos de estimação a escapar da cadeia.
Por ter sido submetida há quase 50 anos a sessões de tortura que os democratas de verdade sempre abominaram, a mulher que desgoverna o país se concedeu o direito de passar o resto da vida contando mentiras. Vai logo aprender que o que houve no passado não autoriza ninguém a assassinar a verdade todo o tempo. Muito menos torturar o presente e trucidar o futuro do Brasil.

sábado, 30 de maio de 2015

Neurônio assassino | Augusto Nunes - VEJA.com // coluna de Augusto Nunes

Neurônio assassino | Augusto Nunes - VEJA.com

30/05/2015
 às 10:40 \
 Sanatório Geral

Neurônio assassino

 “E tem uma, tem uma pintura dela que eu acho genial, é… como é que é? Natureza Morta… Ai, eu tinha de lembrar a palavra.  Natureza Morta… é uma contradição em termos: de que que é o quadro? É uma natureza morta? Rodando, você entendeu? É ostand still a Natureza Morta, aí a Remedios Varo vai lá e faz… ela bota uma mesa e os componentes da natureza morta estão girando. O nome é interessantíssimo. O nome tem uma certa, uma certa ironia”.

Dilma Rousseff, na inacreditável entrevista ao jornal La Jornada, assassinando impiedosamente a natureza morta durante uma exposição sobre a vida e obra de “uma pintora fantástica” que, se a memória presidencial não falhou, atende pelo nome de Remédios Varo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Frases desconjuntadas da presidente....


27/08/2014
 às 17:30 \ Sanatório Geral

Se melhorar, estraga

“Depois dos protestos de junho, fizemos o compromisso com a estabilidade econômica e cumprimos. A inflação está sendo sistematicamente reduzida”.

Dilma Rousseff, no debate da Band, sem revelar a localização do Brasil em que está morando.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Um momento pequeno e infeliz de uma presidente de uma Nação que lhe dá aprovação de 85% ao seu governo...!



24/10/2012
 às 15:33Direto ao Ponto

19out2012---a-presidente-dilma-rousseff-acena-para-o-publico-durante-comicio-com-o-candidato-do-pt-a-prefeitura-de-salvador-nelson-pelegrino-a-dir-no-bairro-de-cajazeiras-1350692417667_956x500.jpg (956×500)A sorte de Dilma é que o avô do candidato alvejado pelo deboche já não está por aqui 

Depois de se queixar do “baixo nível” da campanha presidencial de 2010, Dilma Rousseff resolveu explicar na discurseira no bairro de Cajazeiras (rebatizado de Cazajeiras pelo neurônio solitário) por que o companheiro Nelson Pelegrino merece virar prefeito da capital da Bahia: é mais alto (e bem mais gordo) que o adversário ACM Neto (1m67, 60 quilos). “Salvador não merece um governinho”, começou. Como a plateia pareceu não ter captado a mensagem cifrada, a palanqueira sem rumo tentou ser explícita: “Salvador não pode ter uma administração pequenininha”.
Como até Dilma Rousseff sabe que não se mede com fitas métricas a eficiência de um governante, está claro que quis constranger o neto de Antonio Carlos Magalhães com uma provocação preconceituosa. A sorte da presidente é que o senador morreu em 20 de julho de 2007. Ela não escaparia de um revide semelhante ao que nocauteou em 4 de julho de 1984 o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, ministro da Aeronáutica do governo João Figueiredo.
Irritado com o ex-governador da Bahia que passara a apoiar a candidatura de Tancredo Neves depois da vitória de Paulo Maluf na convenção do partido governista, Délio qualificou de “traidores” os dissidentes que garantiriam o fim do regime militar no Colégio Eleitoral. No mesmo dia, com m bilhete manuscrito, ACM replicou: “Trair os propósitos de seriedade e dignidade da vida pública é fazer o jogo de um corrupto cujos arquivos dos órgãos militares estão com as provas de corrupção e improbidade”.
Não houve tréplica. E é improvável que houvesse agora se ACM Neto afirmasse que o Brasil é que não merece uma Presidência obesa, carrancuda, grosseira com adversários e obediente a padrinhos. O avô já teria dito isso. Isso e muito mais.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

La agenda de Dilma / Yoany Sánchez

http://www.desdecuba.com/generaciony/?p=5969

La agenda de Dilma


“Prefiero un millón de voces críticas
antes que el silencio de las dictaduras.”
Dilma Rousseff
Elegir el momento para una visita presidencial puede ser una labor sumamente ingrata en este mundo tan impredecible y cambiante. Cuando la fecha de viaje de un jefe de estado queda colocada en su agenda, anunciada y conciliada con los anfitriones, por lo regular la vida se encarga de rodearla de imprevistos. Los palacios de gobierno no logran controlar el azar, ni tampoco prever esos acontecimientos sorpresivos que enrarecen el escenario del arribo de un dignatario. Dilma Rousseff bien que lo sabe. Su presencia en La Habana se coordinó durante semanas y fue precedida incluso por la del canciller Antonio de Aguiar Patriota. Todo parecía atado y bien atado: un cronograma rápido, eficiente, protocolar, enfocado en temas económicos, que terminaría al abordar su avión con destino a Haití. Pero algo se complicó.
Varios días antes de que la economista y política brasileña aterrizara en el Aeropuerto José Martí, un joven cubano murió después de una prolongada huelga de hambre. Los medios oficiales se lanzaron de lleno a presentarlo como un delincuente común, aunque había sido detenido en una marcha opositora por las calles de Contramaestre. El discurso del poder se radicalizó y la temperatura política alcanzó esos grados en lo que se manejan tan bien nuestros gobernantes. En ese contexto, la recién concluida Conferencia del PCC se convirtió más en un acto de reafirmación que de cambio, en una declaración de unidad en lugar de apertura. Muchos de los que aguardaban por el anuncio de transformaciones políticas de gran calado, se percataron de que el evento fue más bien la última oportunidad perdida por la generación en el poder. Un día después de su clausura, Raúl Castro -el secretario general del único partido permitido- recibió a Dilma Rousseff, la otrora guerrillera que hoy dirige un país con diversas fuerzas políticas y una prensa muy crítica.
La agenda cubana de Dilma incluye repasar las obras constructivas del puerto de Mariel y la posible concesión de un nuevo crédito bancario. Brasil es nuestro segundo socio comercial en Latinoamérica. pero no se trata sólo de una cuestión de recursos. En estos momentos al raulismo también le urge ser legitimado por otros presidentes de la región. Así que por estos días habrá sonrisas, manos estrechadas, compromisos de “amistad eterna” y fotos, muchas fotos. Los activistas cívicos –por su parte- intentarán un encuentro con la mujer que fue torturada y encarcelada durante un gobierno militar, aunque existen muy pocas posibilidades de que los reciba. Dilma Rousseff sí que conversará con Raúl Castro, estará muy cerca de él justo en esta delicada coyuntura en que el azar la ha colocado. Esperamos que no desaproveche la ocasión y sea consecuente con la algarabía democrática, en lugar de optar por el silencio cómplice ante una dictadura.
Nota: Hasta el próximo viernes 3 de febrero no sabré si finalmente  las autoridades cubanas me permitirán viajar a la presentación del documental “Conexión Cuba-Honduras” en Jequié, Bahía.  Gracias de antemano a todos los que han hecho algo para que yo logre llegar a Brasil. Mi agradecimiento especial al senador Eduardo Suplicy, al realizador Dado Galvao, @xeniantunes y demás ciudadanos brasileños.
Conexão Cuba Honduras - trailer

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Presidente Dilma e ator Sean Penn no Haiti...







http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/02/dilma-se-encontra-com-ator-sean-penn-no-haiti.html
A presidente Dilma Rousseff e o ator Sean Penn, que atua junto a ONGs em ações de ajuda ao país, que foi devastado por terremoto em janeiro de 2010. Último compromisso no Haiti foi visita à Base General Bacellar, onde estão os militares brasileiros que atuam na missão de paz. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

HRW, a organização de defesa dos direitos humanos, criticou a política externa brasileira e a chamou de 'ideológica'...

ONG diz que a política externa de Dilma Rousseff "melhorou notavelmente" em comparação a de Lula
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/01/120120_diplomacia_direitos_humanos_ac.shtml
A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) criticou nesta segunda-feira o que classificou como visão "ideológica" da política externa brasileira, assim como abusos policiais e as "graves" condições carcerárias no país.

As críticas foram feitas durante o lançamento do relatório mundial sobre direitos humanos da ONG, em Washington.
"Acreditamos que o Brasil tem lamentavelmente uma visão mais ideológica do que deveria ser uma política externa baseada no respeito universal aos direitos fundamentais", disse o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco, ao apresentar o relatório, em Washington.
No entanto, Vivanco diz que a política externa de Dilma Rousseff "melhorou notavelmente" em comparação ao governo de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Procurado pela BBC Brasil, o Itamaraty não quis comentar as declarações de Vivanco ou o relatório.
Segundo o relatório da HRW, "o Brasil se destacou como voz importante e influente em debates na ONU sobre medidas internacionais contra violações de direitos humanos".
Antonio Patriota. Reuters

OEA

Vivanco também criticou a postura recente do Brasil em relação à OEA (Organização dos Estados Americanos), após Comissão Interamericana de Direitos Humanos ter pedido a suspensão das obras na usina de Belo Monte.
"Isso gerou uma reação feroz do governo do Brasil, com retirada com embaixador (na OEA) e suspensão de pagamentos", diz Vivanco.
O diretor da HRW afirma que a reação deu maior peso às críticas “injustificadas” de outros países à comissão de direitos humanos, referindo-se à pressão de alguns governos que criticam as medidas cautelares emitidas pela comissão e que defendem que sua estrutura seja modificada.

O Itamaraty não quis comentar o relatório da Human Rights Watch

"Em países como o Brasil ou o Peru, por causa de apenas um caso, o apoio ao sistema (interamericano) foi abalado. Porque não estão dispostos a jogar com regras permanentes", diz Vivanco.
"Acreditamos que isso reflete uma falta de compromisso e uma falta de maturidade de alguns Estados frente a suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos, que é preocupante."