http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1102090-caminhoneiro-fica-cinco-dias-soterrado-por-laranjas-no-pr.shtml
Fica provado que trabalhar com laranjas é complicado...
RESGATE
Oliveira saiu à 21h de sábado (2) de São Paulo e deveria chegar ao Rio Grande do Sul na segunda-feira (4). Ao não chegar ao local de entrega, a empresa transportadora em que trabalha teria notificado a polícia sobre o desaparecimento.
O dono da transportadora e o pai da vítima localizaram o caminhão guiado por Oliveira por volta das 17h30 de ontem. O veículo tombou à 1h de domingo (3) na rodovia PR-151 na altura do km 200, no sentido Rio Grande do Sul, na cidade Jaguariaíva (238 km de Curitiba).
A vítima estava consciente mas preso nas ferragens da cabine do caminhão. A operação de resgate durou aproximadamente três horas e meia.
Segundo o soldado Pablo, do Corpo de Bombeiros de Jaguariaíva, que participou do resgate da vítima, Oliveira disse que a forte neblina e o cansaço fizeram ele perder o controle da direção do caminhão em uma curva, causando o acidente.
O caminhoneiro foi levado ao Hospital Carolina Lupion com duas costelas quebradas e escoriações pelo corpo. A equipe de enfermagem afirmou que o estado de saúde de Oliveira é estável e que a vítima está recebendo hidratação, já que ele ficou muitos dias sem se alimentar.
A cabine do caminhão ficou praticamente toda enterrada no solo após o acidente e a carga de laranjas caiu em cima do motorista.
O soldado Pablo, que auxiliou no resgate, contou que o homem "estava preso às ferragens e só tinha movimento de um braço". "Ele nos contou durante o resgate que só sobreviveu porque comeu as laranjas que caíram na cabine do caminhão. Além disso, ele disse que choveu muito e a água subiu até a altura de seu pescoço", disse.
Ainda de acordo com o bombeiro, o resgate foi difícil, pois o caminhão estava em um local perigoso e o acesso à vítima era precário. A equipe --auxiliada pela Polícia Rodoviária Estadual -- teve que cavar o solo para permitir a saída de Oliveira do caminhão.
"Quando retiramos ele [das ferragens], ele estava conversando e nos agradecendo. Não acreditava que ele ainda estava vivo depois de ficar tanto tempo soterrado. Esse foi, com certeza, o resgate mais difícil e mais bonito que já fiz", contou o soldado.