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terça-feira, 2 de abril de 2013

De Paris com Carla Bruni // Fernando Eichenberg


Enviado por Fernando Eichenberg - 
27.3.2013
 | 
10h49m

Raymond e o pinguim

Despida das vestes de primeira-dama da França, Carla Bruni-Sarkozy ficou livre para retomar sua carreira artística. Na próxima segunda-feira será lançado seu novo álbum, “Little French Songs”, com turnê prevista no segundo semestre. Por conta disso, os jornais “Le Figaro” e “Le Parisien” publicaram nesta quarta-feira entrevistas com a cantora. Madame Sarkozy reivindica a canção em homenagem ao marido,“Mon Raymond”, na qual diz que o ex-presidente é “dinamite” e “bomba atômica”; é o “patrão”, “sentimental, mas tático”. Ao “Le Parisien”, contou, rindo, que por vezes chama Nicolas Sarkozy de Raymond: “No segundo em que se aperta a sua mão, sente-se uma forte humanidade, que se goste ou não”. Mas, segundo o jornal, “enxugou uma lágrima” ao falar sobre o processo na Justiça em que Sarkozy é réu por abuso de confiança de pessoa fragilizada, no caso de financiamento ilegal de campanha que envolve a bilionária Liliane Bettencourt, de 85 anos, dona império L’Oréal. “O que eu posso dizer é que é impensável imaginar que um homem como ele possa abusar da fraqueza de uma senhora que tem a idade de sua mãe”, sustentou. E se esquivou de relacionar a música “Le Pingouin” (O pinguim) a uma sátira do atual presidente François Hollande, como sugeriu a imprensa francesa: “O ‘Pingouin’ não tem rosto. A canção é um pouco agressiva porque é uma resposta a cada agressão à qual não soube responder. Tenho uma existência privilegiada, mas penso que a vida é bastante feroz”. Por fim, cita o escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) para ilustrar seu estado de espírito na promoção do disco: “Borges dizia: ‘Uma entrevista deve ser a prolongação de sua arte’. É preciso estar inspirada em entrevista. Não é tão simples...”.