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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Escrever em país de pensamento único é perigoso...

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/10/menina-paquistanesa-ferida-por-talibas-e-levada-para-o-runido.html

15/10/2012 03h12 - Atualizado em 15/10/2012 07h02

Menina paquistanesa ferida por talibãs 




é levada para o Reino Unido

Malala Yousufzai ficou conhecida por denunciar a violência em um blog.

Após atentado, jovem sobreviveu, mas Talibã ainda a ameaça de morte.

Do G1, com agências internacionais 
Foto sem data de Malala Yousafzai (Foto: Reuters)Foto sem data de Malala Yousafzai (Foto: Reuters)
A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que foi baleada na cabeça peloTalibã no último dia por fazer críticas ao movimento insurgente em seu blog, receberá tratamento médico na Grã-Bretanha.
A informação foi divulgada pelo Exército do Paquistão. Os militares disseram que a garota, de 14 anos, precisa fazer um tratamento longo. O tratamento na Grã-Bretanha será patrocinado pelo governo dos Emirados Árabes.
O comunicado do exército paquistanês informou que a decisão de transferência foi adotada em conjunto com a família de Malala e que a jovem está fora de perigo e se recupera de maneira estável.
A menina estava em um hospital militar na cidade de Rawalpindi, ao sul de Islamabad, para onde foi transferida após a extração de uma bala hospedada no pescoço, perto da medula espinhal. Segundo os médicos, o ritmo de recuperação nos próximos dias será crucial para determinar suas chances de sobrevivência e de possíveis sequelas.
A transferência aconteceu depois que a família real dos Emirados Árabes enviou um avião-ambulância a Islamabad para levar Malala ao exterior, a fim de que prosseguisse sua reabilitação.
Malala Yousafzai relatava em seu blog as dificuldades de viver em uma região sob forte influência do Talibã. O movimento insurgente disse que a menina promove o "secularismo", e prometeu atacá-la novamente, caso ela sobreviva.
Ataque
A jovem, atacada no último dia 9 perto de sua casa em Swat, norte do Paquistão, adquiriu notoriedade há três anos, após explicar em um blog as atrocidades cometidas pelos talebãs paquistaneses, que proíbem a educação das meninas em áreas sob seu controle.
O ataque ocorreu quando a menina estava voltando da escola para casa, na cidade de Mingora, na província de Swat.
Dois homens armados abordaram a van escolar que transportava Malala e cerca de dez crianças em uma congestionada avenida da cidade.
Um deles entrou na van e perguntou quem era Malala. Ao receber a resposta, ele disparou três tiros -- acertando Malala na cabeça e ferindo outras duas meninas.
Quatro pessoas foram presas, suspeitas de terem participado do ataque. Elas estavam entre as cem pessoas que foram abordadas na última semana pelos investigadores.
O caso teve grande repercussão nacional e internacional. Na sexta-feira, diversos serviços religiosos foram realizados em todo o Paquistão em homenagem à Malala.
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segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Brasil vai obrigado, muito bem.....



13/07/2012
 às 20:18 \ Direto ao Ponto

Os ministros do Supremo precisam mirar-se no exemplo da juíza de Embu das Artes

“Eu sou juíza e estou ameaçada de morte”, informa Bárbara Almeida já na primeira linha do artigo publicado pela Folha e reproduzido na seção Feira Livre. Há 20 anos dedicada à magistratura, hoje baseada na comarca de Embu das Artes, ela conta que deixou de exercer plenamente o direito de ir e vir há pouco mais de um mês, depois de ordenar a imediata desocupação de uma área de proteção ambiental invadida por milícias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto.
Para escapar da vingança prometida por militantes do MTST ─ uma das tantas siglas fora-da-lei que compõem a constelação de “movimentos populares” amamentados pelo governo federal ─, a juíza da pequena cidade paulista passou a ser protegida 24 horas por dia pela escolta policial que, há duas semanas, decidiu dispensar. O perigo continua a rondá-la, mas Bárbara entendeu que circular permanentemente acompanhada seria uma forma de rendição ao medo.
Ela promete continuar agindo como sempre agiu. “Alguns me consideram muito dura, mas sempre me limitei a aplicar a lei”, resume. O título do artigo avisa que a autora exige a devolução da liberdade parcialmente confiscada por meliantes que agem com a cumplicidade, por ação ou omissão, do governo federal. Essas parcerias obscenas ajudam a explicar o desembaraço e a ousadia dos atropeladores do Código Penal.
Num Brasil envilecido pelo desembaraço dos vilões, é compreensível que a magistratura, da primeira instância ao cume do Poder Judiciário, comece a transformar-se em profissão de risco. As mensagens telefônicas ouvidas pela juíza da pequena cidade paulista, em sua essência, não são diferentes das pressões cada vez mais insolentes exercidas sobre o Supremo Tribunal Federal por protetores ou comparsas dos réus do processo do mensalão.
Constrangidos pelo assédio indecoroso do ex-presidente Lula, afrontados pela arrogância de dirigentes do PT, os ministros do STF foram ostensivamente ameaçados nesta semana por altos pelegos da CUT a serviço do bando dos mensaleiros. Se os bandidos da seita forem punidos, preveniram os cardeais, o baixo clero vai contestar a decisão nas ruas e praças. Nesse caso, estará em risco a integridade física dos participantes do julgamento.
O MTST exige que a Justiça legalize o roubo de terras. A CUT exige que o STF institucionalize a impunidade dos delinquentes amigos. A altivez de Bárbara Almeida impediu a derrota da Justiça. Para garantir a sobrevivência do Estado Democrático de Direito, o STF precisa evitar que a independência do Poder Judiciário seja ferida de morte. Caso estiverem dispostos a rejeitar a capitulação, basta que os ministros se mirem no exemplo da juíza de Embu das Artes.