Se eu esqueço que o outro é maluco, estou no
mesmo nível que ele
Por: Mônica Raouf El Bayeh em
Pizzaria cheia. Você sentado relativamente perto do banheiro. Não daqueles fedorentos, isso nunca. Um inocente e digno banheiro familiar. De repente, do nada, surge um homem. Entra no banheiro familiar e não fecha a porta. Age como se o mundo já não mais existisse, ignora quem o assistia do lado de fora: só todos nós.
Tentei falar com a garçonete que, constrangida, nada fez. Fazer o que, coitada? Algumas pessoas têm a triste capacidade de construir constrangimentos. Fazem o que bem entendem. Fazem porque já estão num grau de comprometimento mental em que o outro vale nada para elas. Aliás o outro? Que se dane! Ou fazem para provocar. Fazem e esperam para criar um climão.
Não faltam figuras desse tipo em várias áreas, lugares e assuntos por aí. Agem tão sem respeito e tão no susto que nos deixam sem fala e sem atitude. Nos roubam de nossos direitos. Andam para o que os outros sentem ou para o que causam.
Indignada e raivosa, posso exercer meus direitos, brigar, dizer desaforos? Claro, sempre. E me vale de que mesmo? Uma pessoa que age dessa forma ou é má ou é maluca. Nos dois casos, nada vai mudar.
Se eu esqueço que o outro é maluco e parto para o ataque, que nesse caso seria defesa, estou no mesmo nível que ele. Vamos trocar desaforos? Brigar de igual para igual? Eu? Nunca!
Até porque, já que era inevitável, resolvemos nos divertir com a situação. Apostamos se ele ia lavar as mãos. E ele lavou muito mal, sem sabão. Quer saber? Naquela mão eu não tocava nem para brigar!
Foto de Antônio Pronto
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