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quarta-feira, 12 de março de 2014

"A fila anda"... os dogmas se esgarçam


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O observatório meridional europeu
O observatório meridional europeu  / Uma nuvem de gás chamada G2 está prestes a colidir com Sagittarius A*, um buraco negro supermaciço no centro da nossa galáxia. Uma simulação mostra como a nuvem poderia ser esticada e dilaceradaUma nuvem de gás chamada G2 está prestes a colidir com Sagittarius A*, um buraco negro supermaciço no centro da nossa galáxia. Uma simulação mostra como a nuvem poderia ser esticada e dilacerada
CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Encontro pode colocar a teoria da relatividade de Einstein em xeque

10/03/2014 | 00:06 | 
Buracos negros, os objetos ultradensos previstos pela teoria da relatividade geral de Einstein, possuem gravidade extraordinária: tudo é engolido, até mesmo a luz, e praticamente nada escapa.
Agora, pela primeira vez, os astrônomos podem ter uma chance de observar a colisão de uma nuvem de gás, que vem se acelerando na direção do centro da Via Láctea, com um buraco negro situado a apenas 26.000 anos-luz da Terra (Embora os cientistas tenham a expectativa de observar o evento a partir de março ou abril, isso ocorreu há 26.000 anos). A nuvem de gás é três vezes o tamanho da Terra –, mas não é páreo para o buraco negro, Sagittarius A*, que tem a massa de quatro milhões de Sóis.
“Esta é uma rara oportunidade de testemunhar a alimentação de um buraco negro”, disse Avi Loeb, astrofísico teórico da Harvard. “Será que o gás alcançará o buraco negro e, caso positivo, em quanto tempo? Será que o buraco negro expelirá ou cuspirá o gás na forma de refluxo ou um de um jato?”
Se o buraco negro devorar um pedaço considerável da nuvem, um processo digestivo que poderia levar de vários meses a anos, pode haver explosões. Aquecido a bilhões de graus enquanto gira em espiral interna, a nuvem de gás condenada pode emitir um último fôlego de radiação, variando entre ondas de rádio até raios X.
“Aprenderemos algo, independentemente do que acontecer”, declarou Andrea Ghez, astrônoma da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que monitora o centro galáctico desde 1995. Acredita-se que existam buracos negros no centro de quase todas as galáxias grandes.
O evento provavelmente se desdobrará em dois atos, afirmou Stefan Gillessen do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre na Alemanha. A sua equipe descobriu a nuvem de gás, G2, em 2011.
Depois que a nuvem, já esticada como uma corda parecida com espaguete pela gravidade do buraco negro, ficar extremamente próxima a Sagittarius A*, a sua distância do buraco negro será de aproximadamente 200 vezes a distância da Terra até o Sol. Apesar de tudo, a aproximação do G2 a Sagittarius A* pode ser perto o bastante para raspar a parte externa do disco giratório de matéria que se acredita cercar o buraco negro. A onda de choque gerada por esse encontro pode provocar raios X e ondas de rádio que poderiam ser detectados pelos telescópios.
Se a nuvem tiver uma estrela no seu centro, como propõem alguns astrônomos, ela pode gerar mais luz, segundo Sera Markoff da Universidade de Amsterdã.
O encontro poderia ter outro efeito: perturbações na nuvem poderiam alterar a direção na qual as ondas de rádio vibram enquanto se propagam. Observações simultâneas através de telescópios ajustados a diferentes comprimentos de onda de rádio poderiam discernir as distorções das ondas, dando aos astrônomos novos detalhes acerca das propriedades das nuvens, de acordo com Geoffrey Bower, um rádio astrônomo da organização de Taiwan, ASIAA, em Hilo, Havaí.
Porém, a maioria das possíveis explosões acontecerá pelo menos daqui a um ano, talvez até mesmo décadas. Esse é o tempo que pode levar para o material arrancado da G2 entrar em espiral através do disco de alimentação do buraco negro, chegando 100 vezes mais perto do buraco do que está agora. Nesse local, o gás se aquece o bastante para irradiar antes de ser engolido.
No ano que vem, o Telescópio do Horizonte de Eventos, um agrupamento de rádio telescópios, ganhará resolução o bastante para discernir a luz que simplesmente deixa de ser arrastada para dentro de Sagittarius A*, mas que é dobrada na forma de uma auréola (Esse nível de resolução pode perceber uma laranja na superfície da lua, declarou o líder do projeto, Sheperd Doeleman, do Observatório Haystack do Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Desvios da forma prevista da auréola indicariam que a teoria da gravidade geral de Einstein precisa de revisão.
Por enquanto, disse o Professor Loeb, os astrônomos anseiam pelo encontro. “A experiência é tão empolgante para os astrônomos quanto é a experiência de tirar as primeiras fotos dos filhos se alimentando”.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Silêncio, calma, solidão...



Solidão faz bem para a criatividade

Carol Castro 26 de outubro de 2012  
É como cantam por aí: pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza. Com o resto não seria diferente… Ser excluído de grupos sociais pode estimular sua criatividade. Mas só se você tiver confiança suficiente para encarar a solidão.
Uma pesquisa das Universidades Cornell e Johns Hopkins, nos Estados Unidos, fez o teste com200 alunos. Todos tiveram de responder a algumas perguntas para mostrar quão importante era para um cada um deles se sentir único, diferente da multidão. Aí metade recebeu o aviso de que não participaria das atividades principais (os pesquisadores deixaram claro: vocês foramrejeitados na seleção), enquanto a outra parte dos voluntários recebeu a aprovação para todas as tarefas. Na sequência, eles tiveram de desenhar um ET (!) ou encontrar uma palavra que se ligasse a outras três (por exemplo: peixe, mina e corrida; a palavra certa seria “ouro”).
No fim da história, quem se sentia excluído, mas gostava de ser diferente da maioria, encontrava respostas mais criativas e fazia desenhos mais interessantes. Para saber se eles realmente se sentiam rejeitados, os pesquisadores deram 6 frases, do tipo “eu me senti rejeitado por ser excluído das outras tarefas”, e pediram para dizer quanto concordavam com cada uma delas.
“Se você está em um estado de espírito em que não se importa com o que os outros pensam, você está aberto para ideias novas, que podem não ter vez quando você se preocupa com a opinião dos outros”, explica Sharon Kim, líder da pesquisa.
Viu só? É bom ser excluído, às vezes. Aliás, os pesquisadores fizeram o estudo inspirados nas histórias de Lady Gaga (não dá para negar que a mulher é criativa, vai), Albert Einstein e Steve Jobs.
Crédito da foto: flickr.com/vladbg

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tem dúvida com algo? Corra...!


Rodolfo Lucena 


Correr clareia os pensamentos

Resolvendo dilemas

Corredores que treinam na cidade de São Paulo e costumam percorrer as alamedas da Cidade Universitária notaram, ao longo de março, uma propaganda da Nike anunciando um novo modelo de tênis de corrida.
A gigante do material esportivo recomendava em letras garrafais, expostas em cartazes nos relógios que marcam tempo e temperatura: “Não pense. Corra”.
Eu fiquei chocado, indignado com a mensagem e fiz dela o tema de minha coluna desta quinta-feira no caderno Equilíbrio.
No texto, fiz minhas observações sobre o tema e também reflexões de especialistas em pensamentos e em corridas.
No jornal, deu apenas para colocar um breve resumo das brilhantes observações de meus entrevistados e também das explicações que a Nike dá. Mas a internet é mais acolhedora e permite que a gente se estenda e detalhe mais todas as informações e conversas.
Começo com a participação da professora da PUC Lucia Santaella, uma das maiores especialistas brasileiras em semiótica, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital. Não menos importante, pelo menos para mim: foi minha orientadora no mestrado do Tidd.
Bom, fiz meia dúzia de perguntas a ela, que respondeu por e-mail com precisão e brilho. Vamos logo à breve entrevista.

+CORRIDA - O que é o pensamento?
LUCIA SANTAELLA - De um modo geral, as pessoas costumam crer que o pensamento é necessariamente verbal. Mas esse é apenas um dos tipos de pensamento possíveis. Eistein dizia que só pensava verbalmente quando tinha de se comunicar. O resto do tempo, seu pensamento em nada se assemelhava ao pensamento verbal. Este é pensamento estruturado para fins comunicativos. Mas o pensamento tem muitas outras formas que não são verbais. Para Peirce, tudo que está presente à mente, é pensamento: sonoro, relacional, imagético etc.

+CORRIDA - Pensar exige energia?
LUCIA SANTAELLA - Todo pensamento exige algum tipo de energia. Quanto mais o pensamento envolve esforço para podermos compreender algo que nos ultrapassa, mais energia se gasta para pensar.

+CORRIDA - Pensar é contraditório com alguma outra atividade humana?
LUCIA SANTAELLA - De jeito nenhum. Só a morte nos levaria a parar de pensar. O pensamento, não necessariamente verbal, nos acompanha. Até mesmo o sonho é um tipo de pensamento. Hieroglífico, como dizia Freud, mas, não obstante, pensamento.

+CORRIDA - É possível fazer alguma coisa sem pensar?
LUCIA SANTAELLA - Há pensamento autocontrolado e pensamento fora do autocontrole. Neste último caso, parece que não estamos pensando, mas certamente estamos.

+CORRIDA - A gente pode pensar sem notar que está pensando?
LUCIA SANTAELLA - Sim, é o que ocorre a maior parte do tempo. Só prestamos atenção ao pensamento quando tentamos pensar sobre o pensamento.


+CORRIDA - É possível correr sem pensar? E andar de bicicleta?
LUCIA SANTAELLA - Quando realizamos esses tipos de atividades, o pensamento adquire um ritmo similar ao das atividades. Não é por acaso que, quando estamos diante de um dilema que não conseguimos resolver, saímos para andar ou correr e, quando acaba a atividade, de repente o dilema se clareia.

Escrito por Rodolfo Lucena às 22h09

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A teoria de Einstein é confirmada em escala cósmica

http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/teoria-da-relatividade-geral-de-einstein-e-confirmada-em-escala-cosmica

"Uma equipe de astrofísicos confirmou a validade da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein pela primeira vez em escala cósmica..."


Continua em evidência a dificuldade de se afirmar algo em nosso tempo. No momento parece em paz a confirmação da Teoria da Relatividade Geral de Einstein