Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

Mostrando postagens com marcador Dado Galvão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dado Galvão. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

G1 - Estreia de 'Conexão-Honduras' é adiada por embargo a Yoani Sánchez - notícias em Bahia

G1 - Estreia de 'Conexão-Honduras' é adiada por embargo a Yoani Sánchez - notícias em Bahia

Dado e Yoani Sanchez (Foto: Reinaldo Escobar/Aquivo Pessoal)Dado e Yoani Sanchez
(Foto: Reinaldo Escobar/Aquivo Pessoal)
O cineasta Cláudio Galvão, conhecido como Dado, adia pela segunda vez o lançamento do documentário 'Conexão Cuba-Honduras', que iria ocorrer na sexta-feira (10), no Centro Cultural de Jequié, na Bahia.
O motivo é o mesmo: o embargo do visto da blogueira e jornalista cubana Yoani Sanchéz, que mantém discurso de oposição ao governo do país.
Ela é a principal voz da produção, que retrata as restrições políticas impostas por Cuba e Hondura sobre a liberdade de expressão no século 21. "Não foi uma decisão minha, foi do coletivo, inclusive de Yoani. Nós iremos fazer um novo convite. A previsão é para o fim de abril. A gente não jogou a toalha ainda", afirma.
Dado lembra que é a terceira vez que Yoani tentou embarcar para estada no Brasil para participar do lançamento do filme; duas delas ocorreram em 2010 e esta última em 2012. "O tempo é para obdecermos às exigências da burocracia cubana. O bispo daqui [de Jequié, onde mora] irá escrever uma carta ao Papa, que estará em Cuba no dia 26 de março", afirma.
Documentário
Outro personagem é Esdras López, jornalista do Canal 36, portal noticioso de Honduras que teve o trabalho cerceado durante o golpe militar, ocorrido em setembro de 2009. O episódio é um dos retratados nos 45 minutos dedicados à história do país em torno da liberdade de expressão.
"Abordamos a partir do momento em que o presidente Zelaya [Manuel] foi deposto e retornou ao país [Honduras] escondido pela Embaixada do Brasil. Teve uma guerra midiática. O Canal 36 anuncia que Zelaya está em território hondurenho, mas o presidente de fato, Roberto Michelet, dizia que não. Contamos sobre essa história e a do principal jornalista do Canal, Esdras", afirma. As 1h05 que completam a duração se concentram em casos cubanos, dentre eles Yoani e seu marido, Reinaldo Escobar, as Damas de Branco e o Conselho dos Ativistas dos Direitos Humanos.
Dado conta que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é um dos personagens brasileiros do documentário, pelo apoio dado ao diálogo tentado entre Yoani Sánchez e o ex-presidente Lula."Ele, junto ao deputado Euclides Fernandes, tentaram ações com o Ministério das Relações Exteriores e Lula, mas houve silêncio na época [2010]. O curioso é que recentemente Lula pediu ao senador para avisar a Yoani que escrevesse uma carta a Dilma", comenta.
Dado cancelou o lançamento do documentário naquele ano por conta do insucesso na tentativa da viagem de Yoani. Nesse intervalo de quase um ano até o atual lançamento, ele conta que incorporou atualizações políticas e econômicas ocorridas nos países, dentre as quais a autorização dada para compra de automóveis aos cidadãos cubanos. 
Dado e Yoani Sanchez (Foto: Divulgação)

"A ideia é usar esse documentário para que ela tenha esse direito [Yoani], que é violado. A Declaração dos Direitos Humanos, que é de 1948, diz que todo mundo tem o direito de ir, vir e regressar ao seu país. Ela não responde a processo na Justiça cubana, o que a impede é o fato de ter pensamento diferente do regime atual", comenta. O cineasta pretende inscrever a produção em festivais.

Encantado com uma entrevista que leu sobre a cubana em uma revista brasileira, Dado, que já tinha estado no país em 2008, resolveu tentar contato por e-mail, mas confessa que demorou para obter resposta. Foi quando resolveu deixar um comentário na primeira postagem do blog 'Generación Y'. "Eu disse que estava indo para o Festival de Cinema de Havana e queria encontrá-la. Consegui resposta dias depois. O marido dela me enviou um e-mail com o número de um telefone", diz.
O tempo longo de resposta é causado muitas vezes pela dificuldade de conexão da internet. "Me comunico com ela via SMS e por telefone, quando consigo, já que está sempre bloqueado ou grampeado. Quando tem casos que repercutem fora de Cuba, o telefone fica fora do ar. Internet acontece, mas é muito lenta e cara. Ela precisa de recursos para acessar, para twittar... As pessoas são solidárias e colocam créditos fora de Cuba", conta.