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quinta-feira, 1 de março de 2018

15 fotos para ficar encantado com o Planeta Terra / hypescience.com

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Lençóis Maranhenses


O fotógrafo brasileiro Cristiano Xavier ganhou o prêmio de fotografia aérea com esta visão belíssima dos Lençóis Maranhenses, no nordeste do Maranhão.

Chapada dos Veadeiros


O fotógrafo brasileiro Marcio Cabral ganhou o prêmio de exposição prolongada por essa imagem reveladora de galáxias, feita do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Bisti Wilderness Area


Huibo Hou, fotógrafa sedeada em San Diego, nos EUA, ganhou o terceiro lugar geral na competição com essa imagem da Bisti Wilderness Area, uma região selvagem do estado americano do Novo México.

Islândia


O fotógrafo Alex Nail, do Reino Unido, ganhou na categoria montanha por esta foto da região de Southern Highlands, na Islândia.

Patagônia


O fotógrafo Max Rive, da Holanda, ficou em primeiro lugar na competição “Fotógrafo Internacional de Paisagem do Ano” pelo conjunto da sua obra, que inclui essa foto da Patagônia

domingo, 20 de julho de 2014

Pra quem tem dúvidas sobre amor,relacionamento e as variáveis do complexo assunto

http://hypescience.com/amor-ou-tesao-como-descobrir-pelo-olhar/

happy-couple-love4Será que existe um “biomarcador” que pode diferenciar um caso de uma noite de uma potencial alma gêmea? 

Psicólogos da Universidade de Chicago, nos EUA, dizem que, se isso for verdade, a diferença entre amor e tesão pode estar nos olhos – especificamente, o local onde o seu parceiro ou parceira olha para você pode indicar se é o amor ou o desejo que está em jogo.
O trabalho constatou algo que, quando se para pra pensar, parece bastante óbvio: se os padrões do olhar se concentram no rosto de um estranho, o espectador vê essa pessoa como um potencial parceiro no amor romântico, mas se o espectador olha mais para o corpo da outra pessoa, ele ou ela está sentindo desejo sexual. Só que esse julgamento automático pode ocorrer em menos de meio segundo, produzindo diferentes padrões de olhares.
“Apesar do pouco que se sabe sobre a ciência do amor à primeira vista ou como as pessoas se apaixonam, esses padrões de resposta fornecem as primeiras pistas sobre a forma como os processos de atenção automáticos, como o olhar, podem diferenciar os sentimentos de amor a partir de sentimentos de desejo direcionados a estranhos”, observa a autora Stephanie Cacioppo, diretora do Laboratório de Neuroimagem Elétrica de Alta-Performance da Universidade de Chicago.
Pesquisas anteriores da cientista descobriram que diferentes redes de regiões do cérebro são ativadas pelo amor e pelo desejo sexual. Neste estudo, a equipe realizou dois experimentos para testar padrões visuais em um esforço para avaliar dois estados emocionais e cognitivos diferentes, que muitas vezes são difíceis de distinguir um do outro: o amor romântico e o desejo sexual.
Estudantes do sexo masculino e feminino da Universidade de Genebra, na Suíça, foram instruídos a ver uma série de fotografias em preto-e-branco de pessoas que nunca haviam encontrado na vida. Na primeira parte do estudo, os participantes viram fotos de casais heterossexuais jovens, adultos, que estavam olhando ou interagindo uns com os outros. Na segunda parte, os participantes observaram fotos de pessoas atraentes do sexo oposto que estavam olhando diretamente para a câmera/espectador. Nenhuma das fotos continha nudez ou imagens eróticas.
Em ambos os experimentos, os participantes foram colocados diante de um computador e foi pedido que olhassem para diferentes blocos de fotografias e decidissem o mais rápido e precisamente possível se eles consideravam que as fotografias – ou as pessoas nas fotografias – estavam provocando sentimentos de desejo sexual ou de amor romântico. O estudo não encontrou nenhuma diferença significativa no tempo que os jovens levaram para identificar escolhas de amor romântico contra as do desejo sexual, o que – os pesquisadores acreditam – mostra o quão rapidamente o cérebro pode processar ambas as emoções.
Mas as análises dos dados de rastreamento ocular dos dois estudos revelaram diferenças marcantes nos padrões de movimento dos olhos, dependendo se os indivíduos relataram sentir desejo sexual ou amor romântico. As pessoas tendem a se fixar visualmente no rosto, especialmente quando disseram que uma imagem provocou um sentimento de amor romântico. No entanto, com as imagens que evocam o desejo sexual, os olhos dos sujeitos movem-se a partir da face para se fixarem no resto do corpo. O efeito foi encontrado tanto em participantes do sexo masculino quanto do sexo feminino.
“Ao identificar padrões de olhar que são estímulos relacionados especificamente ao amor, o estudo pode contribuir para o desenvolvimento de um biomarcador que diferencia os sentimentos de amor romântico dos de desejo sexual”, supõe o coautor do estudo John Cacioppo, diretor do Centro de Neurociência Cognitiva e Social dos EUA. “Um paradigma de rastreamento ocular pode eventualmente oferecer um novo caminho de diagnóstico na prática diária dos médicos ou para exames clínicos de rotina em psiquiatria e/ou terapia de casal”, prevê. [Science 20]

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Previsões para 2014 (feitas há 50 anos) / Isaac Asimov




Em 1964 o célebre escritor Isaac Asimov, depois de visitar a Feira Mundial de Ciência e Tecnologia, escreveu para o The New York Times suas previsões para 50 anos no futuro, ou seja, para o ano de 2014.
Veja algumas de suas previsões:
  • A iluminação ambiente se dará por meio de painéis eletroluminescentes. Tetos e paredes brilharão suavemente e em uma variedade de cores que poderá ser alternada com o simples toque de um botão.
  • As janelas terão seus vidros cobertos por películas polarizadas para bloquear total ou parcialmente a luz solar. O grau de opacidade deste tipo de película poderá ser alterado automaticamente em função da intensidade da luz que incide sobre ele.
  • Dispositivos eletrônicos serão aplicados nos utensílios de cozinha para aliviar o peso das tarefas cotidianas repetitivas e tediosas, tendo como destaque o preparo de “refeições automáticas”, como, por exemplo, cafeteiras, máquinas de panificação, etc.  que prepararão o dejejum “automaticamente” bastando uma prévia programação na noite anterior.
  • Além de almoços e jantares completos, com pratos semiprontos, disponíveis no congelador até que sejam necessários.
  • Os robôs, embora já existam em 2014, não serão muito comuns. No entanto os computadores serão miniaturizados, e servirão como o “cérebro” dos robôs.
  • Estarão em operação grandes estações de energia solar, principalmente em regiões desérticas e semiáridas, tais como o Arizona, Negev , Cazaquistão, etc.
  • Também existirão projetos de estações de coleta de energia solar no espaço, por meio de enormes dispositivos com foco parabólico que irradiarão a energia, assim recolhida, para a Terra.
  • Algas serão utilizadas para criar alimentos com alto teor proteico e que terão o sabor e a textura de um filé ou de um peito de peru.
  • Os sistemas automatizados substituirão as tarefas repetitivas e o ser humano trabalhará menos e como consequência disso surgirá um transtorno psicológico relacionado ao tédio fazendo com que a psiquiatria seja de longe a especialidade médica mais importante.
    E por aí vai.
    É interessante observar que Isaac Asimov acerta um contingente de previsões acima da estatística.
    E qual é o mistério nisso? Ele é algum tipo de profeta?
    Muito longe disso!
    É ciência pura. É futurologia.
    Ele simplesmente se apoiou em dados disponíveis em 1964 que possibilitaram a construção de cenários possíveis a partir da projeção dos avanços tecnológicos já desenhados naquela época.
    Porém, tanto Isaac Asimov quanto a maioria dos futurólogos de plantão não foram capazes de prever a internet e as suas consequências mais diretas na forma do relacionamento interpessoal e no tratamento das informações.
    A meu ver, a rede mundial de computadores é tão importante para a difusão da informação e a democratização do conhecimento, que pode ser comparada com o advento da imprensa de Gutemberg e todo o seu contorno revolucionário.
    Mas bem, isso já é assunto para o ano que vem.
    Saudações a todos os meus queridos leitores e leitoras que prestigiaram com sua audiência essa coluna e que também nos brindaram (por e-mail ou por postagens) com sua opinião e sua crítica.
    Um 2014 de muitos desafios e pleno de realizações.
  • cidade do futuro
  • [Fonte: The New York Times]
    [Leia os outros artigos de Mustafá Ali Kanso]

domingo, 15 de dezembro de 2013

Vídeo > Chumbo derretido mais um formigueiro = escultura de decoração de casa e de peça de laboratório para ciências...

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Para ver mais imagens do trabalho de Anthill Art, clique aqui. [TorontoSun]
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Fotos históricas // Hypesciense

Por  em 25.09.2013 as 18:00

A frase “uma imagem vale mais que mil palavras” foi cunhada pelo americano Arthur Brisbane em 1911. É uma ideia que se aplica a muitos contextos, em especial para fotografias históricas: às vezes, uma simples imagem pode dizer mais sobre o passado do que qualquer texto ou relato que você possa analisar.
As fotografias abaixo contam histórias sobre figuras históricas ou eventos que representam momentos importantes ou marcantes do passado. Muitas delas só se tornaram icônicas anos mais tarde, uma vez que entendemos o seu contexto. Confira: [BoredPandaUOL,TopazioStarnewsG1BrasilDeFatoLancenet]

Mulher usando máscara contra gases venenosos, Inglaterra, 1938

1

Elvis Presley no Exército americano, 1958

2

Animais sendo usados como parte de tratamento médico, 1956

3

Teste de novos coletes à prova de balas, 1923

4

Charlie Chaplin aos 27 anos, 1916

5

Hipopótamo de circo puxando uma carroça, 1924

6

Annette Kellerman promove o direito das mulheres de usar maiô (ela foi presa por atentado ao pudor), 1907

7

Mulher armênia de 106 anos protege sua casa, 1990

8

O original Ronald McDonald, 1963

9

Menina com boneca sentada nas ruínas de sua casa bombardeada, Londres, 1940

11

Construção do Muro de Berlim, 1961

12

Walter Yeo, um dos primeiros pacientes a ser submetido a uma cirurgia plástica avançada e transplante de pele, 1917

13

Medição de maiôs: se eles fossem muito curtos, as mulheres seriam multadas, 1920

14

Martin Luther King com seu filho, removendo uma cruz queimada de seu quintal, 1960

15

Proprietário de um hotel derramando ácido na piscina enquanto negros nadavam, cerca de 1964

16

Pernas artificiais, Reino Unido, cerca de 1890

17

Mãe e filho assistindo a nuvem de cogumelo formada após um teste atômico, Las Vegas, 1953

18

Menino austríaco recebe sapatos novos durante a Segunda Guerra Mundial

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Oficiais e cadetes de Hitler comemorando o Natal de 1941

20

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A resiliência é uma competência! Você a tem?

Você é resiliente?

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Por  em 21.07.2013 as 23:59

Ser ou não ser
De acordo com a American Psychological Association a resiliência psicológica é definida como um processo de adaptação bem sucedida às experiências adversas, especialmente através da flexibilidade mental, emocional e comportamental caracterizado por ajustamento funcional às demandas externas e internas sem risco de surto psicológico.
Em outras palavras, é a nossa capacidade de enfrentar problemas, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas sem que haja abatimento significativo de nosso ânimo ou mesmo dano permanente à nossa psicologia, de forma que possamos restituir integralmente nosso estado de equilíbrio emocional original.
No senso comum, se entende como sendo o célebre “sangue frio” típico dos heróis de filmes de ação do cinema noir. Misto de super-homem com mestre tibetano: resolve qualquer parada, não se deixa abater, não fica traumatizado e não guarda ressentimentos.
Entre os especialistas a resiliência é apontada como uma competência tanto de indivíduos quanto de organizações, e como tal, pode ser ensinada e aprimorada.
O primeiro passo é entender como ela funciona.
Origens
O termo é emprestado da Físico-química, mas especificamente do capítulo que trata da Resistência dos Materiais, e tipifica a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a ação da tensão deformadora.
Em suma, é a capacidade de retornar ao estado inicial a despeito do estresse ou da adversidade a que foi submetido.
A resiliência é expressa numericamente em percentual da energia devolvida após a deformação.
Sendo que resiliência de 0% indica que o material sofre deformações exclusivamente plásticas, ou seja, depois de deformado é incapaz de retornar à sua forma original.
Já a resiliência de 100% corresponde aos materiais que sofrem deformações notadamente elásticas, ou seja, depois de deformados esses materiais são capazes de retornar integralmente à sua forma original.Por exemplo, uma vara de salto em altura, que é vergada até um determinado limite sem se quebrar e depois retorna à forma original dissipando a energia acumulada e lançando o atleta para cima, apresenta resiliência próxima de 100%.
Foi o cientista inglês Thomas Young , em 1807, um dos primeiros a empregar esse termo quando estudava a relação entre a tensão e a deformação de barras metálicas.
Aplicações
Aplicado na engenharia, a resiliência de materiais, como o aço, é fator determinante para a construção de grandes estruturas metálicas, tais como pontes e treliças sendo também de uso bastante comum, o aço de alta resiliência, para a fabricação de molas.
A resiliência também tem seu significado na Economia da Natureza e na Ecologia, como sendo a capacidade de recuperação de um ambiente frente a um impacto, como por exemplo, uma queimada.
Atualmente a resiliência é utilizada na psicologia corporativa para caracterizar pessoas que têm a competência de retornar rapidamente ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou estresses.
Aliás, essa é uma das competências mais requisitadas na composição do perfil de um candidato durante um processo de seleção.
Evidentemente estará em vantagem perante a vida aquele que tiver resiliência de 100% ou seja, for capaz de passar pelos piores pesadelos sem se deixar abater e conseguir retornar sempre ao seu estado de equilíbrio.
Nas palavras do escritor Ray Bradbury é transformar-se, perante a adversidade, em um pote bem fechado. Pode chover caudalosamente ao seu redor, que seu conteúdo nunca se dilui.
O desafio
Gostaria, no entanto, de incrementar nossa discussão propondo aqui um desafio:
- o desenvolvimento de uma resiliência psicológica muito maior que 100%.
Em síntese, não  bastaria o retorno ao  estado original de equilíbrio depois de resolvida a  adversidade.  Teríamos que ir além.
Algo como  um aprendizado efetivo como consequência dessas experiências negativas. Algo que nos tornasse seres humanos melhores.
Seria possível? E como fazer?
Bem, isso já é assunto para um próximo artigo. Não perca!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Um passo histórico sem volta ou revolta

Quem vai cortar o melão?

Keila Grinberg trata em sua coluna do emprego doméstico no Brasil e das recentes mudanças nas leis que o regulamentam. Para a historiadora, esse tipo de trabalho, que traz resquícios da escravidão, será aos poucos incorporado à nossa rotina, a exemplo do que já ocorre no primeiro mundo.
Por: Keila Grinberg
Publicado em 10/05/2013 | Atualizado em 10/05/2013
Quem vai cortar o melão?
Imagens do filme ‘Doméstica’, documentário recém-lançado em que jovens filmam o cotidiano de suas empregadas domésticas. O tema tem ganhado repercussão em função da nova e polêmica legislação que regula o trabalho doméstico no Brasil. (fotos: reprodução)
Joaquim José da Costa Portugal não se conformava. Depois de viajar do Maranhão para Lisboa, levando consigo Luciano e Carolina, seus dois empregados, foi informado pelas autoridades portuguesas que a nova interpretação da legislação do trabalho não permitia mais que ele desembarcasse com seus criados. Joaquim argumentou que voltaria logo para o Brasil – e, ainda mais, não tinha como viajar sem ser servido por seus empregados domésticos. Eram apenas dois, afinal.
Soube dessa história anos atrás no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, ao consultar uma série de processos do Juízo da Índia e da Mina. O ano era 1825 e os tempos eram difíceis. Muitos portugueses que então habitavam o Brasil ainda não haviam decidido se ficavam por aqui ou se voltavam a morar em Portugal. Não sabiam se a independência brasileira era para valer e o que ela significaria para os portugueses que haviam ficado no Brasil.
Muitos, como esse Joaquim José, optaram por temporariamente retornar a Lisboa, enquanto esperavam a situação se acalmar. Ao ser informado que escravos não podiam mais entrar no Reino de Portugal, e que todos aqueles vindos do Brasil seriam imediatamente libertos, Joaquim José estrilou. Pois quem iria servi-lo na viagem, não fossem seus cativos domésticos? Não adiantou nada espernear. Luciano Congo e Carolina Crioula foram alforriados.
Como vai ser agora, sem nossas empregadas domésticas? Vamos ter mesmo que lavar prato?
Claro que lembrei dessa história por conta da nova legislação que regula o trabalho doméstico no Brasil, recentemente aprovada, e da gritaria que ela provocou nas casas de tanta gente. Como vai ser agora, sem nossas empregadas domésticas? Vamos ter mesmo que lavar prato, como insinua a capa da revista Veja de 1 de abril passado, na qual um homem branco, triste que só, de avental e toalha pendurada no ombro, encara a pia? Para quem ainda não se acostumou com a ideia: vamos.
E não porque o trabalho doméstico vá acabar de uma vez – acabar de fato nunca vai, e nem deve; só vai ficar gradativamente mais e mais caro, como é nos Estados Unidos e na Europa – mas porque, muito em breve, não haverá como encontrar quem queira esse emprego.
Aliás, para quem acusa a nova lei de provocar desemprego entre as empregadas domésticas, pode ficar tranquilo. Se você precisar demitir a sua, logo ela vai achar outro trabalho. Dados do IBGE divulgados no dia 28 de março passado mostram que, nos 12 meses anteriores, 133 mil pessoas deixaram de ser empregadas domésticas. Só em fevereiro passado, foram 25 mil a menos, mesmo com o aumento de 7% nos rendimentos em relação ao ano anterior.
Serviços domésticos
Segundo dados do IBGE, 133 mil pessoas deixaram de ser empregadas domésticas. Só em fevereiro passado foram 25 mil a menos, mesmo com o aumento de 7% nos rendimentos em relação a 2012. Ou seja, mesmo ganhando mais, há menos mulheres dispostas a encarar o trabalho, conclui Grinberg. (foto: sanja gjenero/ Sxc.hu)
Ou seja: mesmo ganhando relativamente mais, há menos mulheres dispostas a encarar o trabalho de domésticas. E por quê? A resposta é simples: apesar de ninguém duvidar do fim da escravidão no Brasil, se suas marcas ainda existem em algum lugar, é nos nossos lares.
É em nossas residências, no âmbito mais íntimo da nossa privacidade, que habita a principal marca da hierarquização da nossa sociedade. Nós desprezamos o trabalho manual. Gostamos de ser servidos. Naturalizamos o luxo de ter gente que carregue nossas compras e dirija nossos carros. 
É em nossas residências, no âmbito mais íntimo da nossa privacidade, que habita a principal marca da hierarquização da nossa sociedade
Reagimos com ironia à lei que obriga o estabelecimento de contratos de trabalho talvez porque o que a doméstica faz não é propriamente um trabalho, é um estar sempre a dispor, dia e noite, como Luciano e Carolina, os dois escravos que viajavam apenas para servir seu senhor. Não é que Joaquim José fizesse por mal. Mas como sobreviveria tantos dias no mar sem seus serviçais? 

Processamento lento

O que é grave, quando atentamos para o episódio vivido por Joaquim José, Luciano e Carolina, é que isso aconteceu há quase duzentos anos e que histórias bem parecidas ainda acontecem por aí. Outro dia mesmo soube de um outro caso, o da família que se reuniu para discutir como iriam organizar a dinâmica da casa uma vez que a empregada não mais dormiria no emprego. Quem iria passar o café? A empregada, no dia anterior, deveria deixar a mesa do café posta para o dia seguinte? E quem iria cortar o melão?
Todo mundo adora consumir o que os Estados Unidos têm de pior – fast fooddisneys e que tais – e se esquece do que os americanos, e também os europeus, têm de melhor.
Não pensem que lá o trabalho doméstico foi diminuindo sem suspiros resignados. Mas lá, dizem, tem estrutura. Tem panela elétrica. Tem boa comida congelada. Tem escola pública de qualidade de tempo integral. É isso mesmo. Lá tem tudo isso, ou quase. Não podemos esquecer que a panela elétrica e os congelados só chegaram às casas das mães americanas porque o trabalho doméstico já havia saído. E a escola pública de qualidade, bem, essa só vai virar uma bandeira da classe média quando nossos filhos partilharem a mesma sala de aula que os filhos das nossas empregadas.
Panela elétrica
Nos Estados Unidos, como muitos dizem, há mais estrutura, mas, como lembra Grinberg, a panela elétrica e os congelados só chegaram às casas das mães norte-americanas porque o trabalho doméstico já havia se tornado escasso. (foto: reprodução)
Esse dia ainda está longe. Bem, talvez nem tanto. Vários bancos universitários hoje são divididos entre jovens de várias origens e cores. Somos lentos para processar mudanças que ameaçam a nossa hierarquia, mas um dia chegamos lá. Enquanto isso, vamos decidindo quem é, afinal, que vai acordar mais cedo para cortar o melão.
Somos lentos para processar mudanças que ameaçam a nossa hierarquia, mas um dia chegamos lá
Em tempo: se alguém quiser conferir as desventuras de Joaquim José, Luciano Congo e Carolina crioula, aqui vai a referência: Juízo da Índia e da Mina, caixa 126, maço 12, processo 1, 1825. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Portugal.

Keila Grinberg  Departamento de História
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Usina solar "à base de sal" na Sicilia

http://hypescience.com/primeira-usina-solar-%E2%80%9Ca-base-de-sal%E2%80%9D-entra-em-funcionamento/
Por  em 26.07.2010 as 21:44

Primeira usina solar “à base de sal” entra em funcionamento


A Sicília é uma ilha italiana com mais de 5 milhões de habitantes, com um dos maiores complexos petrolíferos da Europa. O local foi escolhido para abrigar uma usina de uma energia mais limpa e durável: a energia solar, e com uma tecnologia inédita no mundo.
Até hoje, as dezenas de usinas de energia solar existentes no mundo (a maioria delas nos EUA e na Espanha) operam com o mesmo sistema: usam um sistema de espelhos que conduzem a energia do sol para um tubo preenchido com um óleo sintético, que é aquecido a temperaturas de até 390 graus centígrados. Esse calor então é convertido para ferver a água, cujo vapor movimenta turbinas que produzem a energia com a ajuda de um gerador.
As usinas mais antigas só podiam operar durante o dia, na presença direta do sol, porque o armazenamento da energia dependia exclusivamente do óleo sintético e da água. Buscando resolver esse problema, usinas na Espanha usaram pela primeira vez o sal fundido, que segura o calor por muito mais tempo, para armazenamento da energia. Os italianos, agora, foram além: utilizam o sal não apenas para armazenar a energia, como para coletá-la do sol, para começar. O sal fundido, assim, é a base de todo o novo método.

O sal fundido apresenta várias vantagens de funcionamento em relação ao óleo. A primeira é o suporte de temperatura: enquanto o óleo sintético de antes só alcançava 390 graus, o sal chega até 550. Com o aumento da capacidade de aquecimento vinda do sal fundido, a usina ganha muito em tempo: pode operar vários dias, mesmo durante a noite ou na ausência de sol devido a dias nublados e chuvosos.
Além disso, o sal é um material mais limpo do que o óleo, que precisa ser trocado muito mais constantemente e pode poluir o meio ambiente se for descartado incorretamente. São mais baratos do que o óleo. Não são inflamáveis e nem tóxicos, ao contrário do óleo. A mais importante vantagem, contudo, está no fato de que, com o sal fundido, a potência que se alcança no aquecimento faz com que a usina seja tão eficiente com um conversor de vapor d’água quanto seria com gás ou combustíveis fósseis. Essa equivalência, que era impensável no caso do óleo, dá à usina um imenso ganho em economia e agride ainda menos ao meio ambiente.
O motivo para a esta mudança (óleo pelo sal fundido) ainda não ter sido feita em outras usinas, em primeira instância, é político. O grande incentivador da tecnologia do sal (com a qual ganhou o Prêmio Nobel em 2001), o italiano Carlo Rubbia, entrou em desavenças com dirigente da ENEA, agência tecnológica da Itália que financiaria o projeto. Agora, Rubbia trabalha na Espanha, que é o maior pólo da energia solar no planeta, mas com tecnologia a óleo.
Como se isso não bastasse, há razões técnicas para a demora na troca. Como o sal tende a se solidificar quando a temperatura bate nos 220 graus, foi preciso desenvolver um complexo aparato tecnológico para evitar que os equipamentos parem de funcionar por causa disso. Essa tecnologia custou 60 milhões de Euros à usina italiana, e nem todos os lugares do mundo estão dispostos a fazer o mesmo investimento para implantar a tecnologia do sal, ao menos por enquanto.
A Itália, assim como a Espanha, está mais disposta a investir em energias alternativas, como a solar, e os italianos preveem que até 2020 o país vai abrigar entre 3000 e 5000 usinas de energia solar. Outros países, no entanto, ainda são menos receptivos a investir quantias altas em fontes de energia não muito “seguras”. Mas a tendência é que todas acabem aderindo. Cedo ou tarde. [Guardian]