Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

Mostrando postagens com marcador Mustafá Ali Kanso. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mustafá Ali Kanso. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A resiliência é uma competência! Você a tem?

Você é resiliente?

under_pressure_by_peter_koerhuis

Por  em 21.07.2013 as 23:59

Ser ou não ser
De acordo com a American Psychological Association a resiliência psicológica é definida como um processo de adaptação bem sucedida às experiências adversas, especialmente através da flexibilidade mental, emocional e comportamental caracterizado por ajustamento funcional às demandas externas e internas sem risco de surto psicológico.
Em outras palavras, é a nossa capacidade de enfrentar problemas, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas sem que haja abatimento significativo de nosso ânimo ou mesmo dano permanente à nossa psicologia, de forma que possamos restituir integralmente nosso estado de equilíbrio emocional original.
No senso comum, se entende como sendo o célebre “sangue frio” típico dos heróis de filmes de ação do cinema noir. Misto de super-homem com mestre tibetano: resolve qualquer parada, não se deixa abater, não fica traumatizado e não guarda ressentimentos.
Entre os especialistas a resiliência é apontada como uma competência tanto de indivíduos quanto de organizações, e como tal, pode ser ensinada e aprimorada.
O primeiro passo é entender como ela funciona.
Origens
O termo é emprestado da Físico-química, mas especificamente do capítulo que trata da Resistência dos Materiais, e tipifica a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a ação da tensão deformadora.
Em suma, é a capacidade de retornar ao estado inicial a despeito do estresse ou da adversidade a que foi submetido.
A resiliência é expressa numericamente em percentual da energia devolvida após a deformação.
Sendo que resiliência de 0% indica que o material sofre deformações exclusivamente plásticas, ou seja, depois de deformado é incapaz de retornar à sua forma original.
Já a resiliência de 100% corresponde aos materiais que sofrem deformações notadamente elásticas, ou seja, depois de deformados esses materiais são capazes de retornar integralmente à sua forma original.Por exemplo, uma vara de salto em altura, que é vergada até um determinado limite sem se quebrar e depois retorna à forma original dissipando a energia acumulada e lançando o atleta para cima, apresenta resiliência próxima de 100%.
Foi o cientista inglês Thomas Young , em 1807, um dos primeiros a empregar esse termo quando estudava a relação entre a tensão e a deformação de barras metálicas.
Aplicações
Aplicado na engenharia, a resiliência de materiais, como o aço, é fator determinante para a construção de grandes estruturas metálicas, tais como pontes e treliças sendo também de uso bastante comum, o aço de alta resiliência, para a fabricação de molas.
A resiliência também tem seu significado na Economia da Natureza e na Ecologia, como sendo a capacidade de recuperação de um ambiente frente a um impacto, como por exemplo, uma queimada.
Atualmente a resiliência é utilizada na psicologia corporativa para caracterizar pessoas que têm a competência de retornar rapidamente ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou estresses.
Aliás, essa é uma das competências mais requisitadas na composição do perfil de um candidato durante um processo de seleção.
Evidentemente estará em vantagem perante a vida aquele que tiver resiliência de 100% ou seja, for capaz de passar pelos piores pesadelos sem se deixar abater e conseguir retornar sempre ao seu estado de equilíbrio.
Nas palavras do escritor Ray Bradbury é transformar-se, perante a adversidade, em um pote bem fechado. Pode chover caudalosamente ao seu redor, que seu conteúdo nunca se dilui.
O desafio
Gostaria, no entanto, de incrementar nossa discussão propondo aqui um desafio:
- o desenvolvimento de uma resiliência psicológica muito maior que 100%.
Em síntese, não  bastaria o retorno ao  estado original de equilíbrio depois de resolvida a  adversidade.  Teríamos que ir além.
Algo como  um aprendizado efetivo como consequência dessas experiências negativas. Algo que nos tornasse seres humanos melhores.
Seria possível? E como fazer?
Bem, isso já é assunto para um próximo artigo. Não perca!