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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O julgamento de Bruno é um ensaio de filosofia, sociologia, antropologia ao vivo

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/11/macarrao-incrimina-bruno-pela-morte-de-eliza-samudio.html

CASO BRUNO - 22/11/2012 08h23 - Atualizado em 22/11/2012 08h51
TAMANHO DO TEXTO
O réu Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, durante julgamento do caso Eliza Samudio (Foto: Vagner Antônio/TJMG)

Macarrão incrimina Bruno pela morte de Eliza Samudio 

Pela primeira vez, o goleiro é apontado como mandante do crime; no quarto dia de julgamento, Fernanda Castro, namorada de Bruno na época, será interrogada

REDAÇÃO ÉPOCA COM ESTADÃO CONTEÚDO
O réu Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, incriminou o goleiro Bruno Fernandes no início da madrugada desta quinta-feira (22), durante a terceira sessão do júri popular do caso Eliza Samudio. Macarrão disse ter levado a ex-amante do jogador de carro até um local indicado por Bruno, em Belo Horizonte, onde um homem a esperava. "Ele ia levar ela para morrer", disse o réu durante seu interrogatório, que durou cinco horas.
Macarrão disse à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o julgamento, que não sabia o que aconteceria com Eliza, mas que "pressentia" que ela seria morta. Ele disse ter avisado Bruno sobre o que poderia acontecer, mas o goleiro pediu para que Macarrão "deixasse com ele". Depois de acusar o jogador, Macarrão começou a chorar no plenário.
O réu disse à juíza que não era "o monstro que as pessoas colocaram" durante a leitura da denúncia contra ele, e disse que parte da acusação era verdade.
Acusação contava com confissão de Macarrão
A equipe de acusação de Bruno acreditava que Macarrão ia confessar o crime. Ontem, o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representa a mãe de Eliza Samudio, disse à imprensa que havia fechado um acordo com o réu, que ia confessar tudo. Em troca, ele teria oferecido proteção e redução de pena. A versão de Macarrão, no entanto, surpreendeu a equipe de acusação. Segundo o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, que conversou com a imprensa na madrugada desta quinta-feira, pela primeira vez Bruno foi apontado como mandante do crime.
Fernanda é a próxima interrogada
Fernanda Castro, namorada de Bruno na época em que Eliza Samudio desapareceu, vai ser interrogada nesta quinta-feira (22), em uma sessão marcada para começar às 13h30. As provas serão apresentadas e depois começarão os debates com argumentos da acusação e da defesa.
Julgamento desmembrado
A juíza Marixa Fabiane decidiu, na quarta-feira (21), suspender o julgamento do goleiro Bruno até o dia 4 de março. O advogado Francisco Simim, que assumiu a defesa de Bruno depois da destituição de Rui Pimenta, pediu sua substituição no processo para que o advogado Lúcio Adolfo da Silva assuma seu lugar. O novo advogado pediu tempo para conhecer o processo. Bruno será julgado junto com sua ex-mulher Dayanne Rodrigues do Carmo e o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola.
Caso
Segundo a denúncia, Eliza Samudio foi assassinada na noite de 10 de junho em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte. Os acusados, conforme o Ministério Público Federal (MPF), em comum acordo e previamente ajustados, planejaram e executaram o plano para matá-la. A denuncia aponta que a jovem foi morta por que suplicava à Bruno, pai de seu bebê, que reconhecesse a paternidade da criança e que pagasse pensão. Insatisfeito, Bruno teria planejado sua morte.
AS  

terça-feira, 10 de julho de 2012

Mais do mesmo, como sempre...

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/07/10/delubio-o-macarrao-dos-mensaleiros-por-augusto-nunes-454664.aspviado por Ricardo Noblat - 
10.7.2012
 | 9h45
m

POLÍTICA

Delúbio é o Macarrão dos mensaleiros, por Augusto Nunes

Na reportagem sobre o assassinato de Eliza Samudio, ocorrido em 2010, VEJA divulgou neste fim de semana uma carta endereçada pelo ex-goleiro Bruno a Luiz Henrique Romão, o amigo com quem tramou a execução da ex-namorada e mãe de seu filho.
No manuscrito, Bruno propõe a “Maka” o que chama de Plano B, concebido em parceria com o advogado: para inocentar o remetente, o destinatário deveria esquecer o que já disse e afirmar que fez tudo sozinho, à revelia do atleta engaiolado.
Há duas semanas, uma reportagem do Estadão revelou que, com a colaboração dos clientes, os advogados de José Dirceu e José Genoíno arquitetaram uma jogada parecida com a sugerida na carta do algoz de Eliza Samudio.
Nesse plano B dos mensaleiros, o papel de Macarrão caberia a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e da quadrilha que executou a grande roubalheira descoberta há sete anos. Caso sustente que fez tudo sozinho, acreditam os pais da ideia, Delúbio poderá salvar a pele dos demais quadrilheiros.
Se a carta de Bruno tivesse chegado às mãos do parceiro, a proposta dificilmente seria recusada. Os dois são ligados por laços que ultrapassam a solidariedade entre cúmplices, informa a tatuagem que enfeita as costas de Macarrão desde o dia em que, a pedido do amigo, sequestrou a condenada à morte: “Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir. Amor verdadeiro”.
Sempre disposto a curvar-se ao partido, especialmente aos apelos formulados pelos cardeais da seita lulopetista, também Delúbio não se furtará a mais um sacrifício. Ele já salvou a pele dos companheiros recorrendo ao silêncio: sabe tudo, mas jamais contou a verdade. Por que não manter a turma longe da cadeia usando a voz para contar mentiras? O tempo de gaiola não serã tão longo. E vai ficar mais curto o atalho que leva ao mundo dos ricaços.
Falta saber quem terá o nome tatuado nas costas de Delúbio. Dirceu? Genoíno? Lula? Os três? Para evitar a propagação de boatos constrangedores até para meliantes irrecuperáveis, é melhor que a declaração de amor verdadeiro do Maka do mensalão seja destinada não a um dos integrantes da trinca, mas a todos os militantes do PT.