Mãe holandesa viaja à Síria e resgata filha que havia aderido ao 'Estado Islamico'
- Há 20 minutos
Uma holandesa viajou à Síria para resgatar a filha que tinha se convertido ao islamismo e casado com um combatente do grupo autodenominado "Estado Islâmico".
A mulher, identificada apenas como Monique, viajou à Turquia em outubro, meses depois de a filha dela, identificada apenas como Aicha, ter viajado para à Síria para se casar com o muçulmano Omar Yilmaz, de nacionalidades turca e holandesa.
Contrariando o aconselhamento da polícia turca, Monique se deslocou até Raqqa, cidade síria tida como "capital" pelo "Estado Islâmico", para buscar a filha.
Agora, mãe e filha estão na fronteira turca e aguardam autorização para poder voltar para casa.
Aicha, de 19 anos, é uma das várias jovens e adolescentes que deixaram a Europa para se juntar ao "Estado Islâmico". Duas austríacas, de 15 e 17 anos foram para a Síria em abril e uma teria sido morta.
No caso de Aicha, a jovem saiu da Holanda em fevereiro e se casou com Omar Yilmaz, jihadista que antes tinha sido soldado do Exército holandês.
'Robin Hood'
Em entrevista à TV holandesa em setembro, Monique contou que sua filha tinha se transformado, em um curto espaço de tempo, de uma adolescente holandesa típica "alegre" em uma islamista radical. Aicha mantinha contato com Omar Yilmaz pelas redes sociais, a quem via "como uma espécie de Robin Hood", segundo Monique.
A polícia holandesa foi avisada dos planos de Aicha de viajar para a Síria e o passaporte da jovem foi confiscado. Mas ela usou o documento de identidade para viajar.
Omar Yilmaz, por sua vez, afirmou que o casamento com Aicha já acabou. "Não funcionou, nos separamos. Ela seguiu o caminho dela, eu segui o meu", disse.
Pedido de ajuda
Monique viajou para a Turquia em outubro para tentar trazer a filha de volta, mas não conseguiu cruzar a fronteira com a Síria.
Na semana passada, depois de receber um pedido de ajuda da filha, Monique, resolveu viajar até Raqqa, sede do "Estado Islâmico", contrariando as instruções das autoridades.
A holandesa conseguiu encontrar a filha e a trouxe de volta para a Turquia. No momento, Aicha e Monique estão sendo mantidas na fronteira turca, esperando a permissão para voltar para a Holanda.
O governo da Holanda disse à BBC que já entrou em contato com a mãe, sem dar mais detalhes sobre o caso.
Segundo informações, parte do problema é que Aicha não tem passaporte. O advogado da família acredita que as duas podem estar de volta à Holanda dentro de uma semana.
Ainda não se sabe o que vai acontecer com a adolescente quando ela voltar ao país, mas especialistas holandeses afirmam que provavelmente ela será interrogada para saber se cometeu ou testemunhou algum crime.