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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Leandro Karnal e o Natal / no Estadão um ano atrás

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Mudaria o Natal ou mudei eu?

Festas tradicionais funcionam como marcos de memória
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Leandro Karnal
25 Dezembro 2016 | 02h00
Machado fez essa pergunta num soneto cometido próximo do fim da sua vida. Ele imagina um homem que decide registrar a data cristã do “berço do Nazareno” em versos. De repente, a personagem hesita e perde a inspiração. Diante da folha em branco, registra apenas: “Mudaria o Natal ou mudei eu?”. 
Machado tem o dom de desconstruir crenças. Os contos A Cartomante e Missa do Galo indicam esse esforço de retirar metafísica do mundo. Difícil saber de onde surgia esse sentimento no autor. Amava sua esposa Carolina, mas não teve filhos. Frequentava altas rodas e era mulato de origem humilde, situação que o perturbou algumas vezes. Era um gênio e estava cercado de burocratas repetitivos que fariam o conselheiro Acácio de Eça parecer um gênio. Acho que Machado não gostava do Natal. Eu, pelo contrário, adoro.

Festas tradicionais funcionam como marcos de memória. Sendo balizas, indicam nossa caminhada desde a última ocasião. Por vezes, a memória retorna às celebrações da infância e a recordação nos toma de assalto. Misturar uma discreta melancolia com entusiasmo de fim de ano chega a ser de bom-tom.  
É clichê dizer que o Natal é a festa da família. Quero ampliar a percepção. A festa dos dias 24 e 25 de dezembro é também da família atemporal. Convidamos pais e mães, avós e parentes. Os mortos todos se convidam para nossa casa. Não há como evitá-los; espíritos entram sempre. São como uma bruma densa que se imiscui sob a soleira de um castelo. O Natal é uma festa da memória de mortos e do contato com os vivos. Todas as casas ficam sempre lotadas, inclusive as casas que encerram apenas uma pessoa imersa no seu mundo.

Os jovens reclamam um pouco dos vivos presentes: há sempre um tio chato, pode existir uma cunhada excêntrica, é quase obrigatória a avó depressiva. Hoje, acho essa fauna (incluindo-me nela) parte da originalidade natalina.

Eu penso nos mortos que marcaram meus natais. Sinto falta deles. À medida que amadureço, dialogo mais com os ausentes, que, naturalmente, crescem a cada década. Nenhum jovem imagina o que eu sempre tenho presente: quem estará na festa do ano que vem? Mas a coluna não se pretende melancólica, nem fúnebre. Hoje é Natal. Volto ao leitmotiv: mudaria o Natal ou mudei eu? 
Eu tenho certeza absoluta de que mudei muito. Algumas coisas foram muito boas, outras nem tanto. A ideia de estar com a família sempre foi importante, mas a idade a tornou fundamental. Abasteço-me de quem eu sou, de raiz, de afeto, de um Leandro sem a cenografia do mundo. Volto ao espaço que me gerou, onde cresci, no qual aprendi quase tudo. Lá chorei e ri tantas vezes. Mudamos eu e o Natal e, por isso, preciso voltar a encontrá-lo sempre.
Lutei, ao longo de 2016, para controlar a alimentação. O Natal me convida a abrir mão do plano sempre fracassado da forma perfeita. Relaxe, sente-se e coma, insinua a mesa bem-posta. Hoje, você terá um dos maiores prazeres do mundo: compartilhar refeição com quem se ama. Fora Twiggy! Viva Pantagruel!

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

"É possível compreender? // Roberto DaMatta

É possível compreender?

Mudamos as leis, mas não preparamos a sociedade para as mudanças por elas requeridas

Roberto DaMatta, O Estado de S.Paulo
06 Setembro 2017 | 02h00
Um dos mistérios das sociedades humanas é a constatação de como os seus membros são (e estão) convencidos de que suas crenças, gestos, comidas, rituais, utopias, ideologias (e tudo o mais que denominamos “estilo de vida”) são óbvios, virtuosos, legais e religiosamente certos. O deles é fantasioso. Mas o nosso é mais do que verdadeiro - é real. 
Além disso, é espantoso descobrir que toda essa tonelagem de valores é invisível aos seus membros. O crente não tem consciência da sua crença. O feitiço é tão grande a ponto de pensarmos que falamos uma língua quando é a língua que nos fala. E só tomamos consciência disso quando nos confrontamos com a aparente algaravia de um outro idioma. O encontro com o outro obriga a perceber a diferença e a diferença é o limite que condena a traduzir e a tentar compreender.
Para o portador da boa-nova e para o crente, o extraordinário é descobrir o tamanho do batalhão de outros crentes que, com crenças diferentes das suas, também formam a humanidade. Esse foi o susto desagradável que a antropologia social deu no eurocentrismo. A tolerância é um hóspede não convidado de um mundo que confunde tecnocracia com sabedoria. 
A diversidade agencia dúvidas, conduz a escolhas e engendra o inimigo capital dos crentes: a liberdade, o ceticismo e o inesperado abraço da compreensão. O caminho da transcendência anunciada por alguns santos, poetas e filósofos. 
Mesmo quando o crente conhece outras crenças, ele não as percebe como alternativas, mas as encara dentro de uma matriz que vai do infantil e do eventualmente divertido até chegar ao “esquisito”. Daí para o errado, o proibido, o censurável, o louco e o abominável, é um passo. 
Mas como toda rigidez contém o seu contrário, só a crença produz descrença. E, assim, toma o infiel como desafiador - o outro absoluto -, como forte ou superior justo porque ele resiste. A religião abolida torna-se feitiçaria; a ideologia reprimida vira virtude, a música censurada é a mais ouvida. E o estrangeiro branquela e louro, engalanado por sotaques, é tido como mais civilizado; enquanto o nosso familiar universo misturado é apresentado como doente e atrasado.
Para o nosso lado permanentemente colonizado, os estrangeiros brancos - os “de fora” - sempre foram superiores. Eles contrastam com os negros africanos e os nativos que, no Brasil, constituem uma ficção chamada de “povo”. Na nossa mitologia, cada qual tem uma cota de poder. 
Mas nenhuma atinge o ideal atribuído aos “brancos”, que reiteram o paradigma clássico segundo o qual o herói civilizador é um superestrangeiro. Só que eles não vieram do céu, como os deuses, mas nos “descobriram”. Assim, imperadores e imperatrizes austríacas que falavam com sotaque, mandavam na multidão de mestiços e negros dominados por costumes tidos como exóticos e atrasados. De um lado, a Corte; do outro, o Brasil...
O modelo de cima e de fora proibia o de dentro, lido como inferior e doente. Aceitamos costumes de fora tanto quanto ignoramos as nossas práticas cotidianas. Tudo o que é de fora é “legal”. Tudo o que é de dentro é visto como “tupiniquim” - como atraso. Daí resulta essa imensa segmentação entre a máquina administrativa, com seus formalismos supostamente civilizados, e o Estado e a sociedade feitos de jeitinhos nos quais se concretiza o mal-estar de uma indisfarçável ilegalidade recorrentemente produzida. Ilegalidade que cresce na medida em que recusamos levar a sério hábitos e estilos de vida e inventamos leis que não podem pegar. De fato, que fazer quando o compadrio e o parentesco puxam para a nomeação do sobrinho, contrariando a regra que criminaliza o nepotismo costumeiro? O administrador público segue a lei até ser capturado pela força das crenças embutidas nos costumes. Achar que costumes mudam com leis é uma crença que, como diz Gilberto Freyre, promove enormes mudanças formais, mas deixa intocados costumes e crenças para os quais essas mudanças foram dirigidas. Mudamos as leis, mas não preparamos a sociedade para as mudanças por elas requeridas. Seria muito melhor diminuir o fervor legalista para dar mais atenção às demandas dos costumes. Pois a sua força só será domesticada quando eles forem reconhecidos, compreendidos e, na medida do bom senso, atendidos.
Enquanto isso não for realizado, vamos continuar a ter Estado e sociedade como inimigos. Cada qual cavando a sepultura do outro como é o caso dessa crise interminável na qual as demandas da amizade se confundem com as responsabilidades dos cargos e poderes. 

sábado, 9 de janeiro de 2016

"Muito mel, muita lambança ..." // Eliane Cantanhêde


sexta-feira, janeiro 08, 2016


Muito mel, muita lambança -
 

ELIANE CANTANHÊDE 

ESTADÃO - 08/01

Alguém no governo e no PT precisa responder a uma perguntinha que não quer calar: por que raios o governador da Bahia, o prefeito da principal capital do País e o presidente do Banco do Brasil tinham tal proximidade com o mandachuva de uma grande empreiteira que viria a ser condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa?!

O tal sujeito é Léo Pinheiro, que foi presidente da OAS, chamava o então presidente Lula carinhosamente de “Brahma” e, conforme mensagens capturadas pela Operação Lava Jato e divulgadas ontem pelo Estado, parecia onipresente. Da Bahia a São Paulo, passando por Brasília, ele estava em todas. Um troféu vivo, e ambulante, à promiscuidade entre público e privado.

Governador da Bahia e hoje chefe da Casa Civil, Jaques Wagner esforçava-se para ser solícito com Léo Pinheiro e dar uma forcinha para seus pleitos na capital da República. Isso sem falar no trânsito intenso de funcionários que ora são da OAS, ora são do governo da Bahia – e decidem sobre obras que a própria OAS toca ou irá tocar.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deu uma boa resposta para a atuação de Léo Pinheiro junto ao deputado Eduardo Cunha pela aprovação da rolagem da dívida da capital paulista: “Falei com mais de cem pessoas”. Mas o que um empreiteiro tem a ver com negociação no Congresso? Logo um empreiteiro que viria a ser condenado a 16 anos de prisão? Que interesse Léo Pinheiro teria na rolagem da dívida de São Paulo? Só se for puro amor à cidade, ou singela amizade ao prefeito.

E lá está o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, citado de forma nada inocente num suposto esquema de compra de títulos da dívida da... OAS! E exatamente quando ele presidia o Banco do Brasil, ali pela mesma época do tal empréstimo curioso à socialite Val Marchiori. É preciso esclarecer muitas coisas nessa história, particularmente por que o presidente do BB diz que queria falar com o empreiteiro da OAS, “mas só se estivesse num telefone fixo”. Que segredos havia entre os dois?

As mensagens, por ora, não provam nada, mas levantam muitas lebres saltitantes em torno de altas figuras do PT, do homem-chave do governo Dilma Rousseff e de um executivo que presidiu o maior banco público e preside a maior empresa estatal do Brasil. Confortável não pode ser.

Já seria ruim em condições normais de temperatura e pressão, imaginem no meio de uma tempestade política, com ventos fortes levando a economia não se sabe para onde e com o ex-presidente Lula depondo, mês sim, mês não, na Polícia Federal. Aliás, não apenas depondo, mas depondo por intermináveis cinco horas! A PF tinha muitas perguntas a fazer...

Somando-se as duas pontas – as enormes dúvidas da polícia quanto à Operação Zelotes, que chega a Lula, e as mensagens em mãos da Procuradoria-Geral da República, que atingem Wagner – tem-se que o passado e o futuro do PT estão em xeque ou, pelo menos, na berlinda. Lula é o presidente da República do mensalão, do petrolão, da Zelotes. Wagner, o ministro forte do governo que tenta amenizar o tom beligerante dos governistas e reaproximar o PT da opinião pública. Lula é apontado como candidato do PT em 2018. Wagner fala e age como tal.

Como alardeiam os governistas e admitem os oposicionistas, o impeachment subiu no telhado e parece estar decolando para longe de Dilma e do Planalto, mas isso não resolve tudo. Talvez não seja exagero dizer que não resolve nada. O processo de impeachment, certamente, não é o único e nem mesmo o maior problema de Dilma, de Lula e do PT. Pior é ela ficar, não conseguir estancar a sangria da economia nos próximos três anos (uma eternidade...) e o partido não conseguir explicar, hoje, nas eleições municipais e em 2018, tanto melado e tanta gente lambuzada.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

The Piaui Herald / Petrobrás compra refinaria de peroba nos EUA

  • CPI da Petrobras não será instalada a tempo para a Copa

    CPI da Petrobras não será instalada a tempo para a Copa
    PASADENA - Pressionada por ter permitido gastos estratosféricos com a Copa do Mundo, a presidenta Dilma Rousseff se defendeu: "Não tive acesso prévio ao contrato que assinamos com a FIFA. Recebi apenas um resumo, com uma página e meia, uma caxirola e um boneco do Fuleco", explicou. — Leia o post completo.

  • 1° de abril: Dilma anuncia que Copa será financiada com dinheiro privado

    1° de abril: Dilma anuncia que Copa será financiada com dinheiro privado
    SUCUPIRA - A presidenta Dilma Rousseff convocou, nesta data, a cadeia de rádio e televisão para fazer um pronunciamento bombástico à nação: "Meus amigos e minhas amigas, venho aqui anunciar que a Copa do Mundo será financiada exclusivamente com dinheiro privado e que todos os estádios ficarão prontos a tempo", garantiu, balançando o pé direito por baixo da mesa. — Leia o post completo.

  • STF devolve Juízo Final para a primeira instância

    STF devolve Juízo Final para a primeira instância
    LIMBO - Após despachar o mensalão tucano de volta para Minas Gerais, Galvão Bueno de volta para Monaco e Cesare Battisti de volta para os anos 70, os ministros do STF reconheceram que o julgamento de Eduardo Azeredo não ficará pronto a tempo para a Copa do Mundo. Em solidariedade ao PSDB, um blogueiro que pediu anonimato anunciou que adotará o pseudônimo de Reinaldo Azeredo. "Somos todos Azeredo", lançou a campanha. — Leia o post completo.

  • Marco Civil da Internet punirá quem ficar mais de 20 minutos olhando para o iPhone

    Marco Civil da Internet punirá quem ficar mais de 20 minutos olhando para o iPhone
    Aprovado pela Câmara dos Deputados, o Marco Civil da Internet regulamentará o acesso ao iPhone. "Pais de família hoje sentam para jantar e não tiram os olhos do celular. Amigos saem para um chope e pouco conversam. É preciso dar um basta!", discursou o deputado Alessandro Molon, apresentando uma proposta para punir cidadãos que passarem mais de 20 minutos absortos na tela do aparelho. "Quem infringir a nova regra, perderá 10 amigos no Facebook", completou. — Leia o post completo.

  • Petrobras compra refinaria de óleo de peroba em Pasadena

    Petrobras compra refinaria de óleo de peroba em Pasadena
    PRÉ-SAL - Para desanuviar as suspeitas de que tenha feito péssimos negócios em Pasadena, o Conselho da Petrobras acaba de aprovar a compra de uma refinaria de óleo de Peroba no mesmo local. "O material será de grande utilidade para lubrificar as justificativas que daremos daqui em diante", defendeu Graça Foster. — Leia o post completo.

  • Forças armadas investigarão se houve golpe militar

    Forças armadas investigarão se houve golpe militar
    CLUBE MILITAR - Após anunciar que apurarão as supostas e pouco fundadas denúncias de tortura em seus domínios, as Forças Armadas surpreenderam a todos com um anúncio ainda mais ousado: "Vamos investigar se houve golpe militar", ponderou o brigadeiro Felipe Constantino de Azevedo. "Se lograrmos êxito até 2064, a gente começa a investigar se realmente teve esse negócio de censura", completou, otimista. — Leia o post completo.

  • Pelo aniversário do golpe, militares apagam 50 velhinhas

    Pelo aniversário do golpe, militares apagam 50 velhinhas
    CLUBE MILITAR - Dezenas de oficiais da reserva desembarcaram da nave de Cocoon para participar de uma rave temática organizada para comemorar os 50 anos do Movimento Democrático de 31 de março de 1964. "Jovem, se você completou ou vai completar 80 anos, venha fazer parte dessa festa! Traga sua família, seu Deus e sua propriedade para balançar o esqueleto num ambiente protegido de maconheiros, comunistas e afetados", convocou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, enquanto ensaiava passos de "In The Navy", sucesso do Village People. — Leia o post completo.

  • Dilma exige que Graça Foster adote o mesmo corte de cabelo que ela

    Dilma exige que Graça Foster adote o mesmo corte de cabelo que ela
    PRÉ-SAL - Inspirada em Kim Jong-un, que exigiu que todos os jovens da Coreia do Norte adotem seu corte de cabelo, a comunista Dilma Rousseff obrigou Graça Foster a aparar as madeixas. "Temos que observar o que os governos estatizantes de vanguarda estão fazendo. O companheiro Kim sabe que o penteado é o primeiro passo para fazer a cabeça de seus subordinados", discursou a presidenta. "Portanto, exijo que Graça Foster, Ideli, Gleisi e Lucélia Santos adotem um topete esculpido em laquê por Celso Kamura", concluiu. — Leia o post completo.

  • Após rebaixamento da economia, Guido Mantega contrata advogados do Fluminense

    Após rebaixamento da economia, Guido Mantega contrata advogados do Fluminense
    STJD - O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou uma coletiva de imprensa para comunicar que o governo já sabe como recuperar a credibilidade da economia: "Contratamos o time de advogados do Fluminense para reverter esse rebaixamento para BBB-", anunciou. Imediatamente, a Bolsa de Valores subiu 33%. — Leia o post completo.

  • Courtney Love afirma ter encontrado programa de governo do PMDB

    Courtney Love afirma ter encontrado programa de governo do PMDB
    NIRVANA - Após ter encontrado o avião desaparecido na Malásia, a sempre atenta investigadora Courtney Love anunciou uma nova série de descobertas em seu Facebook. "Encontrei cabelo na cabeça de José Serra e, pasmem, depois de muita procura, achei relatórios financeiros corretos de Guido Mantega", anunciou. Intrépida, Love enviou um ofício a Geraldo Alckmin anunciando a descoberta de um lençol freático para abastecer São Paulo. Em seguida, postou um selfie com a seguinte legenda: "You´re face to face with the girl who solved the world!". — Leia o post completo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Tutty Vasques / Estadão

16 de dezembro de 2013


Haja coração

A carta de despedida de Sabrina Sato do ‘Pânico’ foi quase tão emocionante quanto a de renúncia de José Genoino na Câmara dos Deputados.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Yahoo tem layout novo em e-mail


Yahoo mostra nova cara do serviço de e-mail

Por Agências
É a primeira reformulação de um produto do Yahoo na gestão de Marissa Mayer, ex-executiva do Google
FOTO: REPRODUÇÃO
SÃO PAULO  - A presidente-executiva do Yahoo, Marissa Mayer, apresentou na terça-feira, 10,  a nova versão do Yahoo Mail, popular serviço que ficará mais rápido e com um visual mais “clean” e homogêneo para diferentes tipos de dispositivos.
—-
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A nova versão, que a presidente mostrou no post do blog da empresa, estará disponível em todas as plataformas, entre elas Windows 8, iPhone e Android.
Essa é a primeira reformulação de um produto do Yahoo durante a gestão da ex-executiva do Google, reconhecida no Vale do Silício pelos práticos produtos de Internet que criou.
O Yahoo é um dos sites mais populares do mundo e recebe quase 700 milhões de visitas por mês, mas a receita caiu diante da concorrência com o Google e o Facebook, além de transformações no mercado publicitário online, que pressionaram as tarifas dos anúncios, essenciais para o Yahoo.
Marissa assumiu o cargo em julho, e desde então as ações da companhia acumulam ganho de 25 por cento e estão no maior nível desde setembro de 2008, quando o co-fundador Jerry Yang ainda era o presidente-executivo.
Os anos entre Yang e Marissa foram muito turbulentos para o Yahoo, que nesse intervalo teve quatro diferentes presidente e várias estratégias.
Muitos analistas e especialistas afirmam que os produtos do Yahoo não conseguem ficar a par da concorrência no que diz respeito à integração de tecnologia móvel com mídia social.
Marissa, a primeira engenheira mulher do Google, tem como prioridade criar uma coerente estratégia móvel para o Yahoo e pretende concentar pelo menos metade da equipe técnica da companhia em produtos móveis.
/ Reuters

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Eva "Evita" Duarte Perón sua história, mitos e fatos // por Ariel Palácios

http://blogs.estadao.com.br/ariel-palacios/mitos-e-fatos-de-eva-evita-duarte-de-peron-e-um-pouco-de-epigrafes-e-ego-cartografia/#respond

Mitos e fatos de Eva ‘Evita’ Duarte de Perón (e um pouco de epígrafes e ego-cartografia)

Capa desta semana da revista satírica “Barcelona”, retratando Evita como a “Mulher Maravilha”. Na tiara, o escudo peronista.
Hoje completam-se 60 anos da “passagem à imortalidade de Eva Perón” (essa é a expressão usada, inclusive oficialmente, pelos peronistas para referir-se à morte de Evita). A denominada “Porta-estandarte dos humildes” morreu no dia 26 de julho de 1952, às 20:25 horas. Seis décadas depois de sua morte ela é usada como símbolo político pela direita e a esquerda. Veremos aqui uma série de mitos e fatos sobre a primeira-dama mais famosa da História da Argentina.
NASCIMENTO
- Evita dizia, quando estava viva, que havia nascido no dia 7 de maio de 1922.
- Mas, a partir dos anos 70, historiadores peronistas descobriram que ela havia nascido, na realidade, no dia 7 de maio de 1919.
MORTE
Evita morreu oficialmente às 20:25 horas do dia 26 de julho de 1952 no Palácio Unzúe, a residência presidencial, localizada no bairro da Recoleta, onde hoje está a Biblioteca Nacional. Durante muitos anos os argentinos acreditaram que ela havia morrido com 30 anos. Mas, na realidade, morreu com 33.
TÚMULO
Evita está enterrada desde 1976 no cemitério da Recoleta, no mausoléu da família. Na realidade, o mausoléu pertencia a um cunhado seu, o major Arrieta. Ali, além de Evita e sua mãe, estão Arrieta e outros cinco parentes. Além desses caixões, duas urnas funerárias com as cinzas de duas empregadas da família.
NOMES
Eva Maria Ibarguren: nome de nascimento de Evita, com o nome de solteira de sua mãe.
Maria Eva Duarte: nome da certidão da nascimento falsa que ela forjou em 1945, poucos dias antes de casar com Perón (os historiadores peronistas confirmam), onde aparece o nome do pai, que nunca a reconheceu.
Maria Eva Duarte de Perón: o nome que passou a usar depois do casamento com Juan Domingo Perón.
APELIDOS oficiais usado pelo governo de Perón na época
- “Mãe dos pobres”.
- “Protetora dos trabalhadores”
- “Porta-estandarte dos humildes”
- “Mãe espiritual da pátria”
APELIDOS não-oficiais
“Evita” – Nome com o qual era chamada carinhosamente
“La Señora” – A senhora. Forma como era chamada pelos integrantes do governo
“Esa Mujer” – Essa mulher. Forma despectiva como era chamada por seus críticos
“La Yegua” – A égua. Forma despectiva como era chamada por seus críticos
“La Perona” – Forma como era chamada por seus críticos. No entanto, na Espanha essa expressão tinha um tom positivo sobre Evita.
 MITOS
Ao longo da vida de Evita Perón – e especialmente após sua morte – surgiram uma série de lendas sobre a “Porta-estandarte dos humildes”. Além dos próprios militantes, os principais mitos foram divulgados por intermédio do musical de Andrew Lloyd Weber e Tim Rice, sucesso na Broadway a partir de 1976 que transformou-se em filme de Hollywood. Entre as principais falhas e lendas estão…
1 – Classe social: A lenda mostra Evita como uma menina de uma família que vivia na miséria. Ao contrário, a mãe de Eva tinha um pensionato na cidade de Junín e eram integrantes de uma austera classe média.
2 – Partida para a cidade grande, na cara e na coragem: Aos 15 anos Evita partiu dali rumo à cidade grande, Buenos Aires. Mas, ao contrário do filme, não foi nem com o cantor Agustín Magaldi e sequer transformou-se em sua amante. Magaldi, que era solteiro, nunca havia visto Evita. A jovem foi à capital com sua mãe e foi morar com seu irmão mais velho, Juan.
3 – Expulsa do velório: Evita era filha extramatrimonial de Juan Duarte. Mas, quando morreu em 1926, não foi expulsa do velório do pai por sua viúva oficial, Estela Grisolía, já que a mulher havia morrido em 1922. A sobrinha-neta de Evita, Cristina Álvarez, presidente da Fundação Evita, desmentiu o tal mito no ano passado. Segundo o historiador Pablo Vázquez, chefe do Arquivo do Museu Evita (que concentra a maior documentação no mundo sobre a defunta primeira-dama), as duas famílias – a oficial e a paralela – “se davam bastante bem. Não houve expulsão alguma do velório”.
4 – Líder revolucionária: Outra falha do musical e do filme é mostrar Evita como a pessoa que liderou os trabalhadores para liberar seu namorado – e posterior marido – Juan Domigo Perón. Ao contrário, Evita saiu de Buenos Aires e foi pra casa da mãe, em Junín. Só depois da liberação de Perón é que ela voltou à capital. Ela não tinha protagonismo político na época. Só com a posse de Perón como presidente no ano seguinte, ela começou a ter uma acelerada atividade política, transformando-se no no braço-direito do marido.
5 – Che Guevara, pé de valsa: Outro erro é o de colocar Ernesto “Che” Guevara como narrador da História. Che Guevara, na época em que Evita chegou ao poder tinha 18 anos e estava iniciando seus estudos de Medicina. E o Che – que jamais encontrou-se com Eva ou com Perón – considerava Evita e seu marido uns “representantes do fascismo”. E, evidentemente, nunca ocorreu a cena de Evita dançando com o Che Guevara. Ele, que a partir de 1956 foi um dos protagonistas da guerra de guerrilhas na Sierra Maestra contra o regime de Batista, admitia que dançava péssimo.
6 – As pichações “Viva o câncer”: A lenda diz que os inimigos de Evita picharam os muros de Buenos Aires – e da própria residência presidencial – com os dizeres “Viva o câncer” quando ela agonizava com um devastador câncer de útero. No entanto, isso nunca teria passado de uma única parede no bairro da Recoleta com a frase supracitada. “Só temos o registro da existência de uma. Seria quase impossível fazer uma pichação do gênero nas redondezas da residência presidencial, com toda a segurança da época”, explica Vázquez.
 
Eva Perón visita o ditador espanhol Francisco Franco em Madri. O respaldo dado pelo casal Perón ao “generalíssimo” permitiu a sobrevivência de seu regime autoritário. Quando Perón teve que fugir para o exílio, depois de passar pelo Paraguai de Alfredo Stroessner, o Panamá e a Venezuela, foi à Madri, onde ficou até 1973. Um dos braços-direitos de Perón, John  William Cooke, propôs a Perón em 1960 que fosse à Havana, Cuba, onde Fidel Castro havia tomado o poder, derrubando Batista. No entanto, entre Fidel e Franco, Perón optou por Franco, com quem tinha mais afinidade.
POSIÇÕES POLÍTICAS, MEDIDAS, ATITUDES
- Evita sempre detestou a esquerda e o marxismo. Ela perseguiu os militantes do partido Comunista e expulsou os sindicalistas comunistas
- Evita respaldou ativamente o regime do ditador espanhol Francisco Franco. O respaldo foi político e também em alimentos, que permitiram que o generalíssimo conseguisse driblar o bloqueio feito pelos aliados. Assim, sua ditadura que prolongou-se por mais tempo.
- Evita usava vestidos da Casa Dior, que importava – em avião – direto de Paris. Segundo Dior, “a única rainha que vesti em minha vida foi Evita”.
- Evita promoveu o voto feminino
- Evita opunha-se ao divórcio
- Evita dizia que as feministas eram “feias e ressentidas”
- Evita colaborou ativamente com Perón, especialmente em sua viagem à Europa, na entrada de milhares de criminosos de guerra nazistas. Nesta vinda dos nazistas participou o Vaticano, na época comandado pelo papa Pio XII, com quem Evita se reuniu em Roma.
 
El Descamisado: o funéreo e anabolizado mega-mausoléu onde seria colocado o corpo de Evita. O plano de Perón começou a ser executado…mas suas obras foram paralisadas quando ele foi derrubado por um golpe.
CORPO
- Morre, passa por um tratamento de embalsamamento inicial e é levada ao Ministério do Trabalho, atual Assembléia Legislativa de Buenos Aires.
- Depois, é levada o Congresso Nacional, onde é velada por 14 dias. Dois milhões de pessoas dão seu últimos adeus.
- Na seqüência é levada à sede da central sindical CGT, onde continua com o tratamento de embalsamamento realizado pelo doutor Pedro Ara.
- Em 1955 Perón é derrubado. Os militares seqüestram o corpo.
- Até 1957 peregrina por vários lugares do exército e a casa de oficiais.
- Em 1957 é levado pelo governo de Aramburu, em conjunto com o Vaticano para Milão, onde é enterrado no Cemitério Maior com o nome de Maria Maggi de Magistiris.
- Em 1971, depois de um acordo entre o ditador argentino Alejandro Lanusse e Perón, que estava no exílio, o corpo é exumado: dia 1 de setembro. No dia 3 de setembro o caixão vai a Madri. Ali, fica na casa de Perón no bairro de Puerta de Hierro.
- O corpo é levado a Buenos Aires no dia 17 de novembro de 1974. Evita é colocada em uma sala na residência presidencial de Olivos ao lado do corpo de Perón.
- Quando o general Videla derruba Isabelita Perón (a última esposa de Perón, que havia assumido a presidência depois da morte do marido e presidente), os dois corpos são separados. Evita é enviada ao cemitério da Recoleta, onde um cunhado seu, o Major Arrieta, tinha um mausoléu. Nesse lugar estão enterrados Arrieta, a mãe de Evita, a própria Evita, e outros cinco parentes, além de duas urnas com cinzas de duas empregadas da família.
O DESCAMISADO - Quarenta e cinco metros mais alto que a Estátua da Liberdade, três vezes maior que o Cristo Redentor. Assim teria sido “El Descamisado”, um anabolizado funéreo monumento que contaria com um total de 137 metros de altura, divididos entre 70 metros da colossal base e 67 metros da estátua que representaria um operário peronista.
Seria uma espécie de “Colosso de Rodes” que em vez de estar à beira do mar Egeu, seria instalado à beira do Rio da Prata. Seu objetivo, que variou ao longo de anos de projetos e idas e vindas, foi o de ser o lugar de descanso do sarcófago de Evita, feito com 400 quilos de prata.
Seria um misto de pirâmide de Quéops com altura quase equivalente à Catedral de Notre Dame. Tudo isso com um look característico das esculturas fascistas na moda na Europa dos anos 30 e 40.
No entanto, todos os verbos relativos ao “Descamisado” ficaram no condicional. Este monumento começou a ser construído mas nunca passou de suas bases de concreto no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
“Voltarei e serei milhões”. Espártaco, de Howard Fast (e Evita Perón, supostamente). Aqui, Kirk Douglas interpreta o ex-escravo de Roma, na hora em que é crucificado, no fim do filme.
FRASES