Publicação: 05/12/2013 08:52 Atualização:
Cerca de mil lojas lojas foram saqueadas e duas pessoas morreram durante dias de caos em Córdoba, na Argentina, desencadeada por uma greve de policiais, informou nesta quinta-feira o jornal "La Nación'. Onze feridos foram internados em estado grave e outras 200 pessoas tratadas em hospitais locais por enfrentamentos com armas, paus e pedras entre multidões de criminosos e moradores e comerciantes que tentavam se proteger e a seus estabelecimentos.
Depois de várias horas em que a anarquia tomou as ruas da cidade na quarta-feira, a polícia retornou ao trabalho após a assinatura de um acordo com o governo da província que elevou a remuneração dos funcionários de 6 mil para 8 mil pesos.
Um jovem de 20 anos morreu baleado durante as invasões e roubos e 52 pessoas foram presas. Um homem de 85 anos também morreu ao passar mal ao ter sua casa invadida.
O medo de novos tumultos em outras partes do país cresceu ao saber que em Glew, na província de Buenos Aires, um comerciante chinês morreu em seu supermercado após resistir a saques. Fechado dentro do local, ele morreu sufocado pela fumaça de um incêndio provocada por saqueadores, que também o espancaram.
Em Córdoba, se esperava ajuda federal com a recusa da polícia a atuar. Mas o governo de Cristina Kirchner esperou até o último minuto para agir, segundo o "La Nación", embora fosse pública a gravidade da situação. Sem a proteção do Estado, os vizinhos se organizaram para protegerem instalações e residências. Várias casas também foram saqueadas.
Os problemas começaram na tarde de terça-feira e gerou uma troca de acusações entre o governador da província, José Manuel de la Sota, e o Executivo nacional, da presidente Cristina Kirchner - adversários dentro do mesmo Partido Judicialista (PJ).
No Congresso, deputados da oposição pediram a implantação de uma Lei de Emergência de Segurança Nacional. Integrantes dos partidos União Para Todos, Democrata de Mendoza e PRO apresentaram um projeto de lei de emergência com o objetivo de dar à polícia poder "para superar a situação de perigo coletivo que a nação possa enfrentar".