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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Jordânia reage à crueldade do ISIS com a forma de matar o piloto de seu país Moaz Kasasbeh / Veja


Terrorismo

Jordânia bombardeia posições do EI em resposta à execução de piloto

País anunciou ataques aéreos depois de prometer responder à morte brutal de Moaz Kasasbeh, queimado vivo em uma jaula pelo grupo terrorista

Rei Abdullah (dir), da Jordânia, conversa com Safi Kasasbeh, pai do piloto Moaz Kasasbeh, queimado vivo pelos terroristas do Estado Islâmico
Rei Abdullah (dir), da Jordânia, conversa com Safi Kasasbeh, pai do piloto Moaz Kasasbeh, queimado vivo pelos terroristas do Estado Islâmico (Petra News Agency/Reuters)
A Jordânia anunciou nesta quinta-feira ter bombardeado posições do Estado Islâmico, dias depois de prometido uma resposta à execução do piloto Moaz Kasasbeh, queimado vivo pelos jihadistas. O país não especificou a área que foi alvo dos ataques, mas uma fonte de segurança afirmou à agência de notícias Reuters que a ação foi realizada na Síria.
Depois dos ataques, os aviões sobrevoaram a vila de Karak, a 120 quilômetros da capital jordaniana Amã, onde o piloto morava. O rei jordaniano Abdullah II visitou familiares de Kasasbeh na região. Ele prometeu intensificar a ação contra o EI – a Jordânia integra a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos para tentar conter o avanço terrorista no Iraque e na Síria. 
Kasasbeh foi capturado pelos jihadistas depois que o avião que pilotava caiu na cidade síria de Raqqa, tida como sede do território dominado pelo Estado Islâmico no norte do país. A sudoeste, perto da capital Damasco, os combates prosseguem e nesta quinta-feira e quase sessenta pessoas morreram nos bombardeios do regime de Bashar Assad contra zonas rebeldes, em represálias pelo lançamento de obuses dos insurgentes em direção à capital.
Contra-ataque – Em editorial publicado nesta quinta, o jornal oficial jordaniano Al Rai afirmou que a Jordânia "levará adiante uma guerra até a morte para proteger nossos princípios e nossos valores". O texto diz ainda que o país seguirá "em busca deste grupo de criminosos".
Depois de ter se reunido na quarta-feira com militares de alto escalão, o rei Abdullah disse que "o sangue do mártir Moaz Kasasbeh não terá sido derramado em vão, e a resposta da Jordânia e de seu exército será severa".
As autoridades jordanianas não forneceram detalhes sobre o tipo de resposta, mas afirmaram que estão trabalhando com seus aliados da coalizão antijihadista. "Os países dentro e fora da coalizão têm de agir para destruir este grupo de terroristas desumanos", disse o pai do piloto, Safi Kasasbeh.
Segundo analistas, a atrocidade da execução do piloto, que foi queimado vivo dentro de uma jaula, levou todos os jordanianos a apoiar uma reação do governo, razão pela qual a Jordânia poderia inclusive cogitar uma intervenção terrestre.
No vídeo com a execução do piloto, divulgado na terça-feira, o EI também fornece os endereços de outros pilotos jordanianos da coalizão e promete uma recompensa de 100 moedas de ouro a quem os matar.
(Com agência France-Presse)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Duas tragédias parecidas em lugares diferentes... Newtown e Dunblane (2012 e 1996) e veja o conflito de culturas


Estados Unidos

Garoto de 11 anos leva arma à escola após tragédia

Estudante ameaçou colegas e disse estar preocupado com ataque em Newtown

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mais do mesmo... daqui, de perto, de longe, de muito longe, de muito perto, de todos séculos... Amém!

Blogs e Colunistas

03/12/2012
 às 6:00 \ BrasilCorrupçãoLulaPutinRússia

Os espinhos e as roses para os poderosos chefões


Putin e Medvedev
De vez em quando, eu recebo cobranças de leitores: fale mais do Brasil, fale mal do Brasil, fale dos espinhos, fale das roses. Eu sei que a distância geográfica não é desculpa (afinal, pontifico sobre os cafundós do mundo) e muito menos a distância emocional (moro longe do Brasil, mas como jornalista vivo às custas do país). Tenho, portanto, uma obrigação profissional e até ética.

Michael e Don Vito Corleone
Mas, de certa forma, me sinto blindado e, quando pressionado a falar, só me resta recorrer ao maior filme de gangster da história, O Poderoso Chefão. Nada mais apropriado do que citar gangster se o assunto é Brasil, não? A citação do filme é manjada, dita por Michael Corleone: “Quando eu pensei que estava fora, eles me puxam para dentro”.
Pronto, puxado para dentro, eu já falei mal do Brasil, país mafioso, do crime organizado, dentro e fora do poder político. Prefiro, no entanto, sair pela marginal (opa!) para falar de poder, bandidagem e corrupção. Prefiro trazer outros prontuários para contribuir na discussão.

PR e Rosemary Noronha
A Rússia do presidente Vladimir Putin (VP) sempre funciona para fins educacionais. Ele, VP, que conseguiu o que o PR (o Lula daquela flor de pessoa que é a Rose) não obteve: um terceiro mandato de poder formal, ao trocar de posição no começo do ano com Dmitry Medvedev, agora primeiro-ministro. E na minha marginal, pego carona em um artigo emblemático na edição desta semana da revista The Economist.
Na televisão estatal russa, existem ultimamente espetáculos sobre os podres do país, com uma sequência de revelações e imagens de escândalos de corrupção, envolvendo ministros, ex-ministros, suas roses e malversação de fundos públicos. A campanha de moralidade começou em setembro com a demissão do ministro da Defesa, Anatoly Serdykov, metido em uma fraude de US$100 milhões. Agora, existe a negociata de US$ 200 milhões que ameaça o chefe da Casa Civil do Kremlin, Sergei Ivanov. Os campos da corrupção são fertéis nas estepes russas e os números se multiplicam. Um documentário na televisão estatal conecta a ex-ministra da Agricultura, Yelena Skrynnik, a uma fraude de US$ 1.2 bilhão.
Na era Putin, a corrrupção foi institucionalizada, com o expurgo de alguns magnatas que não aceitaram as regras de Don Corleone e a absorção de famílias para o sistema. Mas mesmo dentro do sistema, há desvios excessivos. Interessa a Putin fazer uma faxina mais rigorosa e intimidar os beneficiados. Cruzadas contra corrupção são populares e abafam um pouco o barulho da oposição. E são lances essenciais quando o apoio popular parece mais precário a Putin, exercendo há pouco mais de seis meses o seu terceiro mandato.
Um sistema corrupto precisa de purificação de tempos em tempos para continuar funcional. O desafio na Rússia (ou em qualquer outra rússia) é se esta cruzada contra corrupção ganha vida própria e foge ao controle do capo di tutti capi, com guerras entre famílias políticas e empresariais. The Economist arremata que, em caso de descontrole, Putin acaba mais fraco e não mais forte, um chefão menos poderoso.
Nunca se sabe e, ao contrário do que disse Don Corleone, alguma oferta pode ser recusada.
***
Colher de chá para Mario Puzo e Francis Ford Coppola. Algum leitor recusa minha oferta?  O Ricardo Platero ousou e me dobro. Estendo a colher de chá a Marlon Brando e Al Pacino.