'Resgate' de sucuri de seis metros
mobiliza 10 homens em cidade de MT
Cobra espantou banhistas de uma cachoeira em Barra do Garças.
Animal deve ser devolvido ao habitat natural nesta segunda-feira (20).
Bombeiros e voluntários retiraram de uma cachoeira em Barra do Garças, município a 516 km de Cuiabá, uma sucuri de aproximadamente seis metros de comprimento na tarde deste sabado (18). O animal havia espantado os 16 banhistas que estavam na cachoeira, dentro do Parque Estadual da Serra Azul. Cerca de dez homens, entre bombeiros e voluntários, foram necessários para retirar a serpente, a qual foi abrigada num centro de proteção a animais silvestres e que deverá ser devolvida à natureza nesta segunda-feira (20).
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De acordo com o ambientalista Francisco Cândido da Silva, mais conhecido como "Garrincha" e presidente da Associação Amigos dos Animais em Barra do Garças, primeiramente a cobra foi avistada por banhistas, quase escondida, dentro de uma fenda nas pedras da cachoeira.
Embora não tenha se movido para atacar qualquer um dos presentes, a presença do animal impressionou os banhistas. Com medo, eles resolveram acionar o Corpo de Bombeiros.
O Corpo de Bombeiros também acionou Garrincha, que trabalha voluntariamente no cuidado de animais silvestres feridos. Ao chegar no local, Garrincha conta que dispunha apenas de uma enforcadeira (utensílio utilizado para imobilizar serpentes) e uma sacola para colocá-la. No entanto, ao perceber o porte do animal, chamou mais militares do Corpo de Bombeiros e mais voluntários para auxiliar na tarefa.
“Não imaginava que lá ia ter uma desse tamanho. Desse tamanho eu nunca tinha visto. Já achamos de um metro, um metro e meio, mas daquele jeito eu só tinha visto em foto. Aqui na região nós nunca demos de cara com um bicho desse tamanho”, relatou.
Um grupo de aproximadamente dez homens se mobilizou para retirar a cobra do local. Ela não se mostrou arisca de início; teve a boca fechada por uma corda amarrada, foi imobilizada com a enforcadeira e retirada da vala onde estava, puxada pelo braço e carregada. A maior dificuldade, segundo Garrincha, foi conter a força do animal, que se contorcia no caminho até uma caminhonete, de modo a fazer com que bombeiros e voluntários "trombassem" uns contra os outros.
Garrincha esclareceu que a retirada da cobra da cachoeira não é definitiva. Ela foi levada para o abrigo de animais de sua associação, mas deve voltar ao Parque Estadual da Serra Azul nesta segunda-feira, sendo solta num ponto a cerca de 10 km de distância da cachoeira onde foi encontrada. O risco de deixá-la no mesmo ponto, explicou, é de que cause alvoroço suficiente para que freqüentadores do local tentem machucá-la, dado o temor de serem atacados. “A gente está tentando proteger a cobra e as pessoas também”, resumiu. Antes de soltar, a cobra ainda deverá passar por uma medição mais acurada, pois há quem aposte que seu comprimento, até o momento estimado em seis metros, chegue a sete. Ela foi resgatada sem qualquer ferimento.
O diretor do Parque Estadual, Pedro Fernando Santiago, confirmou o plano de “devolução” do animal à natureza e apontou que muita gente não compreendeu a razão da retirada dela da cachoeira onde foi vista. “O que o pessoal não está entendendo é que havia um risco, mas amanhã mesmo ela será solta no parque”, assegurou.