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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

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A polêmica morte da girafa Marius

Em meio a protestos, filhote saudável foi sacrificado em zoológico da Dinamarca. Veterinários queriam evitar que ele cruzasse com parentes próximos

REDAÇÃO ÉPOCA
10/02/2014 11h35 - Atualizado em 10/02/2014 11h43


Marius era um filhote de girafa forte e saudável. Vivia há um ano e meio, desde que nasceu, no Zoológico de Copenhagen, na Dinamarca, onde dividia uma área delimitada com parentes próximos. No último domingo (9), sua vida chegou ao fim. Marius foi abatido com uma bala de pistola. Morreu na hora.
Visitantes puderam assistir à necrópsia e desmembramento de Marius (Foto: AP Photo/POLFOTO, Peter Hove Olesen)
Visitantes puderam assistir à necrópsia e ao desmembramento de Marius (Foto: AP Photo/POLFOTO, Peter Hove Olesen)
Os visitantes do zoológico (a maioria, crianças) puderam acompanhar a necrópsia do corpo do animal, cuja carcaça serviu de alimento a outros bichos, como leões e tigres. O desmembramento da girafa também foi transmitido ao vivo pela internet.  Os veterinários optaram pela bala, e não por uma injeção letal, para que a carne da girafa não fosse contaminada e pudesse alimentar os outros animais do zoo.
O zoológico disse que não havia outro espaço, isolado, para abrigar Marius. E ainda que houvesse, seria desperdício usá-lo para abrigar um animal que não pudesse cruzar e contribuir para a sobrevivência da espécie. O filhote de girafa não pôde ser transferido a outra unidade da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (EAZA), também pela questão da consanguinidade. "As girafas do zoológico de Copenhaguen fazem parte de um programa internacional de reprodução que visa garantir uma população saudável de girafas nos zoológicos europeus. Isto é feito ao garantirmos constantemente que apenas girafas não relacionadas se reproduzam, para que a consanguinidade seja evitada", afirmou o zoo, em comunicado. O zoológico também descartou a opção de reintroduzi-lo à natureza, por acreditarem que Marius não sobreviveria, e a de castrar a girafa - que ocuparia, à toa, o lugar de uma girafa habilitada à procriação.Em meio a protestos em massa de defensores dos animais, o Zoológico de Copenhagen justificou o ato de sacrificar o filhote como uma medida para evitar a consanguinidade entre suas girafas, ou seja, que Marius acasalasse com parentes próximos, o que poderia provocar o nascimento de filhotes doentes.
Em entrevista à BBC, o diretor científico do zoológico, Bengt Holst, afirmou que é dever do zoo gerenciar as populações de animais, para assegurar a sobrevivência da espécie no longo prazo. Um dos meios para garantir isso é evitar problemas na reprodução dessas espécies, como a consanguinidade.  De acordo com o diretor, todos os anos são sacrificados, em média, 25 animais no Zoológico de Copenhagen. 
A morte de Marius provocou comoção entre os defensores dos animais de todo o mundo. De acordo com a CNN, mais de 27 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que a vida do filhote de girafa fosse poupada. Entre os argumentos dos ativistas está o de que o zoológico era responsável por Marius e tinha o dever de encontrar um novo lar para o filhote de girafa.
De acordo com o jornal dinamarquês Ekstrabladet, o zoo recebeu diversas propostas de milionários que queriam comprar o animal, mas que sequer cogitou aceitar as ofertas por jamais "vender" um de seus animais. Além disso, ainda segundo a imprensa local,  outros zoológicos que tinham espaço livre para Marius, mas que não faziam parte da EAZA, se ofereceram para abrigar o animal. Não obtiveram resposta de Copenhagen.

Leões devoram carcaça de filhote de girafa sacrificado no Zoológico de Copenhagen, na Dinamarca. O filhote, Marius, tinha saúde perfeita, mas não tinha espaço para ficar no zoo sem correr risco de acasalar com parentes próximos (Foto: AP Photo/POLFOTO, Rasmus Flindt Pedersen)
NT