Onda de violência chega a oito cidades do interior de São
Paulo
A capital paulista teve a noite mais violenta da semana. No interior do estado, os bandidos queimaram carros, ônibus e um caminhão.
São Paulo teve a madrugada mais violenta da semana. Dessa vez, a criminalidade atingiu a capital e oito cidades do interior. Só em Araraquara, cinco pessoas foram executadas. Na capital, seis pessoas foram mortas e 18 ficaram feridas em ataques. Entre os baleados, há três policiais.
Em Grajaú, na zona sul de São Paulo, o barulho dos tiros despertou moradores. Três pessoas foram baleadas e duas delas morreram. Em outros pontos da cidade, os policiais que estavam entre os alvos de criminosos sobreviveram.
O PM Carlos Henrique da Silva foi baleado, às 3hs, em um bar em Americanópolis, na zona sul da cidadea. O tiro acertou o ombro do policial, que foi socorrido e está fora de perigo. Ele contou que estava no bar, com alguns amigos, quando um carro com dois homens parou em frente. Ele achou que os dois quisessem alguma informação e foi na direção deles. Foi quando um dos homens atirou. Os criminosos foram presos minutos depois.
Ainda na zona sul, no bairro de Pedreira, o policial civil Tarcísio Marcelino de Souza tinha acabado de sair do trabalho quando foi abordado por dois homens armados em uma moto. O investigador reagiu e foi baleado. Os bandidos fugiram.
Já o soldado da PM Marcelo Gregório foi atacado em uma pizzaria na Penha, zona leste. Dois criminosos atiraram e o policial, que estava de folga, reagiu. Ele e um cliente ficaram feridos. Os criminosos também fugiram.
Violência no interior
A violência também atingiu oito cidades do interior paulista. Os bandidos queimaram carros, ônibus e um caminhão. Duas salas de uma creche foram incendiadas. Um dos ataques foi a uma base da Guarda Municipal de Leme, a 190 quilômetros da capital. Os bandidos atearam fogo e toda a fachada ficou queimada.
Na região de Jundiaí, os bandidos colocaram fogo em dois ônibus e na moto de um policial militar, que estava parada do lado de fora do Batalhão. O fogo atingiu postes de iluminação e deixou moradores sem energia elétrica por três horas.
O caso mais violento foi registrado em Araraquara, a 270 quilômetros da capital. Cinco pessoas foram mortas a tiros e, segundo a polícia, todas a mortes têm características de execução. Homens que estavam em um carro cinza passaram atirando. Um casal morreu dentro de uma pastelaria, na frente do filho de 17 anos. A polícia acredita que alguns dos ataques foram uma represália a um confronto entre policiais e assaltantes de uma distribuidora de alimentos. Um bandido morreu.
Na quarta-feira (14), a polícia de São Paulo prendeu Leandro Rafael Pereira da Silva, conhecido como Léo Gordo, e Wellington Viana Alves, conhecido como Baré. Segundo as investigações, eles são suspeitos de participação nas mortes de dois PMs na capital e tinham dez dias pra matar cinco policiais.
Escutas telefônicas indicam que Léo Gordo estava recrutando homens para esses crimes. “Nós conseguimos prender quem dava as ordens, quem determinava quantos e quais policiais seriam mortos. A segunda etapa agora é prender esses executores”, explica o delegado Celso Marchiori.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, falou sobre o combate a violência: “A partir de três a quatro dias, começam as chamadas operações de contenção, para evitar a entrada de drogas e armas no estado. São 14 pontos estratégicos, que foram estabelecidos pela inteligência da Polícia Civil e Polícia Federal”.