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terça-feira, 7 de agosto de 2012

A África é o continente mais intolerante politicamente no planeta

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7 / agosto / 2012 - 16:12

Grupo islâmico exige que presidente cristão “converta-se ou renuncie”

Guerrilheiros matam 19 pessoas em igreja da Nigéria

  • por Jarbas Aragão

    Grupo islâmico exige que presidente cristão “converta-se ou renuncie”Grupo islâmico exige que presidente cristão “converta-se ou renuncie”
    Nigéria, o país mais populoso da África, continua vendo o massacre de cristãos. A nação se divide entre um Norte de maioria muçulmana e um sul com maior percentagem de cristãos. Na noite desta segunda-feira, homens armados abriram fogo em uma igreja evangélica matando 19 pessoas.
    O incidente ocorreu na igreja ‘Deeper Life Bible Chuch’. “Sim, posso confirmar 15 mortes”, afirmou o porta-voz do governo do estado de Kogi, Jacob Edi. Entre os que morreram na hora estava o pastor e quatro fieis morreram depois, em conseqüência de seus ferimentos, explica o tenente-coronel Gabriel Olorunyomi, chefe da Força de Tarefa Conjunta do Estado de Kogi.
    O grupo islâmico Boko Haram, já decretou sua intenção de exterminar o cristianismo do país e matou centenas de pessoas. Os membros deste grupo também atacam regularmente representantes do Estado, principalmente a polícia e o exército. Algum tempo atrás atacaram o prédio da ONU na capital do país, Abuja.
    Um vídeo postado recentemente na internet mostra Abubakar Shekau, chefe do grupo radical, chamando Barak Obama de ‘terrorista’, e criticou a decisão do governo americano em acrescentar seu nome à lista dos terroristas procurados pelos Estados Unidos. No mesmo vídeo, a Boko Haram exige que o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, converta-se ao Islã ou renuncie ao cargo.
    “Quando a maioria dos nigerianos votaram em Jonathan na eleição presidencial de 2011, sabiam que estavam elegendo um cristão… como presidente, Jonathan é líder dos cristãos e dos muçulmanos do país”, declarou Reuben Abati, o porta-voz da presidência, no domingo. Ele afirma ainda que o presidente classificou a exigência como uma tentativa de “chantagem” e que ninguém pode esperar dele esse tipo de decisão. Segundo o presidente, o objetivo do grupo extremista é provocar uma crise religiosa no país, na tentativa de desestabilizar seu governo.
    Embora o Boko Haram tenha sido criado em 2002, sua campanha violenta começou em meados de 2009, depois que seu fundador, Mohammed Yusuf, morreu sob custódia da polícia.
    No início de 2010, o presidente Umaru Musa Yar’Adua faleceu e o então vice-presidente Jonathan assumiu a presidência e concorreu para a eleição no início de 2011.
    Os objetivos declarados do Boko Haram, cujo nome significa “a educação ocidental é proibida”, são impor a sharia (lei islâmica) como regra na Nigéria. Atualmente, os muçulmanos já conseguiram fazer isso nos 12 estados do norte. Como somam 60% de toda a população, continuam exigindo mais representatividade. Eles fizeram recentemente incursões armadas em aldeias cristãs e o grupo já anunciou que os cristãos “não terão paz novamente” se não aceitarem o Islã.
    O secretário de Estado adjunto para assuntos africanos dos EUA, Johnnie Carson, disse que existem “relatórios sobre os contato e as relações crescentes entre membros do Boko Haram e outros grupos extremistas da África, incluindo a al-Qaeda no Magreb Islâmico”.
    Traduzido de CNS News