Ex-campeão deve permanecer no hospital por mais alguns dias e não precisará de nova cirurgia. Tempo de recuperação é de três a seis meses
Por Combate.comLas Vegas, EUA
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A Zuffa, empresa proprietária do UFC, soltou um comunicado à imprensa às 3h da manhã de Las Vegas (9h da manhã no horário de Brasília) informando que a cirurgia de Anderson Silva foi um sucesso e dando detalhes sobre a recuperação desse tipo de fratura.
Confira na íntegra:
“Depois da luta principal do UFC 168, o ex-campeão Anderson Silva foi levado a um hospital de Las Vegas, onde passou por cirurgia para reparar a perna esquerda que estava quebrada. A cirurgia foi um sucesso e foi realizada pelo Dr. Steve Sanders, cirurgião ortopédico do UFC, que inseriu uma haste intramedular na tíbia esquerda. A fíbula quebrada foi estabilizada e não vai precisar de uma cirurgia à parte. Anderson vai continuar no hospital por um período curto, mas não passará por nova cirurgia. O tempo de recuperação para esse tipo de lesão pode variar de três a seis meses.
Anderson está profundamente tocado pelas manifestações de apoio de seus fãs e de toda a comunidade do MMA. Não houve decisão imediata sobre o seu futuro e ele gentilmente pede privacidade neste momento, enquanto lida com a sua lesão e se prepara para voltar para casa para se recuperar”
Se fosse jogador de futebol, Anderson Silva valeria 80% menos
Polêmica em torno da derrota para Cris Weidman e anúncio de possível aposentadoria podem ter abatido a marca “Spider” – e prejudicado os patrocinadores
Bárbara Ladeia- iG Economia|
A questão teria sido apenas uma intriga do esporte se, por trás de Anderson Silva, não houvesse gigantes como Nike e Burger King. Imediatamente, as marcas viraram chacota nas redes sociais e o patrocínio – feito para agregar os valores do atleta à marca – tornou-se alvo de ataque.
O discurso de uma possível aposentadoria que sucedeu a derrota deve ser a maior fonte de preocupação para os patrocinadores, na opinião de Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri Consultoria, especializada em calcular o valor de marca de atletas. “Se Anderson Silva fosse um jogador de futebol, teria perdido 80% do valor de sua marca ao dizer que pensa em aposentadoria. Essa sim é a questão mais dramática para ele do ponto de vista dos negócios”, afirma.
O drama tem explicação. A possibilidade de investir na associação a uma marca sem longevidade diminui drasticamente as possibilidades de ganho de mídia com o atleta. Com isso, os contratos ficam reduzidos – tanto em prazo quanto em valor.
Atleta como produto
De fato, o atleta é uma marca. Exemplo é Neymar Jr., que chegou a valer cerca de R$ 120 milhões, segundo a Pluri Consultoria. Ferreira explica que nos cálculos que costumam fazer para os jogadores de futebol, há duas vertentes que se somam para um indicador real: o valor como atleta e o valor como produto. Juntas, as duas linhas de raciocínio formam o critério básico de análise sobre qual a compensação que as empresas terão a partir do patrocínio.
É na segunda parte que a conduta antidesportiva ou um anúncio de aposentadoria residem. “Esses eventos negativos são sinônimos de freio na negociação dos valores”, afirma. “A capacidade do atleta de gerar contratos de marketing fica bem limitada quando não há uma perspectiva de grandes vitórias no horizonte.”
O sócio-diretor da Pluri Consultoria só lamenta não conseguir medir o valor da marca Anderson “Spider” Silva. A falta de transparência nos contratos e o sigilo de todas as informações que envolvem valores financeiros dentro do UFC limitam uma pesquisa mais aprofundada do tema. “Nos faltam subsídios para chegar a um número confiável”, afirma.
Mesmo em sigilo, é possível ter dimensão a importância de um atleta pelo menos para o evento. Enquanto no Brasil, 2011 teve bilheteria média de US$ 4 bilhões, o polêmico UFC 148 (Silva vs. Sonnen) bateu os US$ 7 bilhões de arrecadação, segundo levantamento da consultoria BDO. Basta o nome de Anderson Silva estar no cartaz, que os números disparam.
O último evento, contra Cris Weidman, somou US$ 5 bilhões em ingressos. O UFC 126, que contou com a chamada revanche do século entre Anderson Silva e Vitor Belfort, teve um tíquete médio de US$ 330 – a média mundial no mesmo ano foi de US$ 176. “Ainda é cedo para dizer que o Anderson Silva perdeu apelo, mas certamente os patrocinadores não contavam com essa conduta”, afirma Pedro Daniel, consultor de esportes da BDO. “Quando há queda ou questionamento do desempenho do atleta, a rejeição tende a ser imediata.”
Contra Vitor Belfort, a bilheteria encostou nos US$ 4 bilhões. Foto: Reprodução
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Sozinho, contra todos
Essa particularidade é ainda mais evidente em esportes individuais, em que a torcida não é por um time e sim por uma personalidade. “O impacto de uma desmoralização sobre um atleta é sempre mais grave que em esportes coletivos”, diz José Cocco, presidente da J.Cocco Sportainment. “Agregar uma marca a uma pessoa é muito mais arriscado para o patrocinador.”
Especialista em marketing esportivo, Cocco explica que os dois critérios básicos para escolha do patrocinado são o sucesso profissional e a biografia da personalidade. Daí o grande sucesso de "vendas" quando o atleta tem uma história comovente para contar – como a infância pobre de Anderson Silva ou o sequestro da irmã de Vitor Belfort.
Brasileiro não desiste nunca
As histórias de superação encantam os brasileiros. A trajetória turbulenta do jogador Ronaldo Nazário cunhou a frase que virou bordão: “Brasileiro não desiste nunca.” Então, em 2002, o passivo de imagem do mau resultado da Copa do Mundo de 1998 virou uma história de superação e sucesso. Mais tarde, a polêmica com travestis provocou um novo agito na carreira do jogador, bem como seu excesso de peso entre outras questões pessoais.
Se Ronaldo gostou ou não desses eventos, ninguém sabe. Mas é fato que a cada obstáculo superado, sua marca pessoal deu um novo salto de popularidade.
Hoje, Ronaldo é o administrador da carreira de Anderson “Spider” Silva. Não por acaso, especialistas no assunto apostam que, se Spider sair vitorioso da revanche, sua popularidade deverá superar os níveis da fase pré-Weidman. “No Brasil, a humildade pega muito bem, assim como as biografias de sucesso”, diz Cocco. “O patrocinador está sempre junto com a mensagem que o atleta transmite.”
Daí o risco. A polêmica luta do UFC 162 entre Silva e Weidman levantou a lebre da desconfiança entre os espectadores – não só porque o invencível Spider sucumbiu ao americano, mas pela forma como o brasileiro perdeu. “A simples derrota não quer dizer muito, mas a humilhação e o debate sobre uma suposta – e não confirmada - trapaça que pesam sobre a marca do atleta”, completa Cocco.
Mas há também quem defenda o ex-campeão e considere que brasileiro, mesmo com a derrota, ainda é maior lutador da história do Ultimate
Por Combate.comRio de Janeiro
A derrota de Anderson Silva para Chris Weidman repercutiu nas redes sociais dos Estados Unidos e do Brasil não só entre os fãs, mas também entre os profissionais de MMA. Lutadores do plantel do Ultimate se dividiram sobre a atuação do Spider no nocaute sofrido para Chris Weidman neste sábado, no UFC 162, em Las Vegas (EUA). Muitos defenderam o legado já deixado pelo brasileiro, mas a maior parte dos comentários criticou sua atitude no octógono.
No duelo, Anderson Silva sofreu uma queda no início, mas conseguiu se levantar antes do fim do primeiro round. A partir daí, o brasileiro passou a provocar Chris Weidman. A atitude custou caro. No segundo período, o americano acertou um gancho que levou o Spider a knockdown. Weidman partiu para cima e conseguiu o nocaute com socos no ground and pound.
Confira as reações dos lutadores sobre as lutas nas redes sociais:
Wanderlei Silva: "Pra quê??? Ali não pode brincar, é matar ou morrer!!!"
Dan Henderson: "Muitos parabéns para Weidman, essa é a maneira de mostrar como colocar a arrogância para dormir. Sempre apoiando os wrestlers! EUA, bebê!"
Derrotado pelo Spider em 2008, Hendo disse que brasileiro foi arrogante (Foto: Adriano Albuquerque)
Luke Rockhold: "A arrogância finalmente o pegou."
Demian Maia: "Ao contrário do que muitos acham, não torci contra o Anderson. Vi a luta com a curiosidade de quem já lutou com os dois sem julgar. Anderson ainda é o melhor peso por peso do mundo e temos que respeitar isso. E também dar parabéns ao Chris Weidman."
Tom Watson: "Silva ainda tem um grande legado no MMA. Esse estilo funcionou para ele tantas vezes no passado. Eu não acho que o Anderson vai lutar novamente."
Matt Serra: "Palavras não podem descrever como estou me sentindo agora! Além de feliz e orgulhoso, animado com o novo campeão, Chris Weidman!!"
Michael Bisping: "Hey, Chris Weidman. Então você é o campeão. Defenda isso, lute comigo! Vamos fazer isso em Manchester, campeão."
Michael Bisping quer ser o primeiro desafiante de Weidman (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Hector Lombard: "Silva mereceu a derrota por ser tão arrogante e desrespeitoso."
Kenny Florian: "Eu não acreditaria em um milhão de anos que Anderson perderia a luta, mas acredito que ele está feliz por tirar a imensa pressão de seus ombros. A guarda baixa é o que Silva tem usado muitas vezes para frustrar seus oponentes e usar como isca para um nocaute. Ele falhou desta vez. Mesmo Anderson Silva não pode ficar sempre com suas mãos para baixo. Parabéns Weidman por vencer, mas Silva ainda é o melhor que já lutou no UFC."
Michel McDonald: "A história foi feita!"
Sarah McMann: "Olhar Anderson Silva perder é como descobrir que Papai Noel não existe. Parabéns, Chris Weidman."
Chad Mendes: "Você deve respeitar todos os adversários! Não há espaço neste esporte para arrogância. A lição foi aprendida."
Ian McCall: "Então é isso que acontece quando você exagera? Acho que preciso parar de fazer isso... Obrigado por me mostrar a luz."
Mark Hunt: "Agora há uma razão para você respeitar outros lutadores."
Para Mark Hunt, agora há motivos para 'respeitar outros lutadores' (Foto: Marcelo Russio)
Julie Kedze: "Não vaiem Anderson Silva. O cara tem um legado incrível e chegou a patamar mais alto do que qualquer um."
Sam Sicilia: "É como se fosse o Dia da Independência de novo."
Josh Barnett: "Isso ... é ... estúpido. Trabalhar o seu adversário é uma coisa, mas lembre-se, você ainda está em uma luta com um cara. Mesmo em uma derrota como essa, Anderson Silva mostra uma grande atitude. Deu ao novo campeão um monte de adereços e isso é louvável."
Anderson Silva entra para lutar com Stephan Bonnar na HSBC Arena, na Barra da Tijuca - Ivan Pacheco
Atendendo a um antigo desejo dos fãs, o UFC divulgou nesta segunda-feira o seu primeiroranking oficial de lutadores. Além de eleger os principais atletas de cada categoria, a relação tem como maior atração a lista dos dez melhores lutadores do mundo - o chamado ranking peso por peso. Sem surpresas, o brasileiro Anderson Silva aparece no topo, seguido por outros dois superastros da organização: o americano Jon Jones, em segundo, e o canadense Georges St-Pierre, em terceiro. Campeão dos penas, José Aldo aparece em quarto na lista peso por peso.
Rankings do UFC
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Peso por peso
1. Anderson Silva 2. Jon Jones 3. Georges St. Pierre 4. José Aldo 5. Benson Henderson 6. Cain Velasquez 7. Dominick Cruz 8. Demetrious Johnson 9. Frankie Edgar 10. Dan Henderson
Brasileiros - Nos rankings por categoria de peso, o UFC estabeleceu o critério de que o campeão da divisão sempre aparece no topo, com os outros dez melhores sendo listados abaixo. Bem representado, o Brasil conta com pelo menos um lutador em cada uma das oito categorias. Os destaques são a presença de quatro atletas do país nos pesados - Junior Cigano (1º), Fabrício Werdum (2º), Antônio Pezão (4º) e Minotauro (7º) - e outros quatro nos meio-pesados - Lyoto Machida (2º), Glover Teixeira (4º), Minotouro (5º) e Shogun (7º).
O ranking oficial do UFC foi elaborado por noventa jornalistas especializados em MMA de diversos países do mundo. Os profissionais da imprensa enviaram as suas avaliações logo após as lutas do UFC 156, realizado no último sábado em Las Vegas.
A existência da novidade, no entanto, não vai impedir a realização de combates que podem parecer sem sentido pelos critérios técnicos - mas que são justificáveis pelo apelo comercial -, como o confronto entre Jon Jones e Chael Sonnen, agendado para abril. Portanto, as listas oficiais do UFC serão, sim, uma referência na hora de casar as lutas, mas a palavra final continua sendo a do chefão Dana White.